|
Coleção Particular: Maria Alice Faria |
? POR QUE
COLECIONAMOS ?
Este trabalho foi desenvolvido em Novembro de 2013 como critérios
de avaliação parcial na disciplina Tipologia de Museus, ofertada no
Curso de
Museologia pela Escola de Ciência da Informação (ECI), na
Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), ministrada pelo
Profº Luiz Henrique Garcia.
Grupo: Amélia, Maria Ângela, Thelma, Vivien
flâmulas I frascos de perfumes I bolas de gude I
tickets de metrô I xícaras I tampinhas I sapatos I rolhas I carrinhos I
licoreiras I imaginária barroca I figurinhas I fósseis I latas I cartões de
telefone I papéis de bala I chaveiros I pinturas I selos postais I esculturas I rótulos I
chaveiros I artefatos I miniaturas I
Segundo Pomian,
entende-se por coleção, qualquer conjunto de objetos naturais ou artificiais,
mantidos temporária ou definitivamente fora do circuito das atividades
econômicas, sujeitos a uma proteção especial num local fechado preparado para
esse fim, e expostos ao olhar público.
Algumas pessoas
possuem um “museu particular”, quase sempre subprodutos da sociedade de
consumo, como latas, cartões de telefone, tickets de metrô, papéis de bala,
rótulos, tampinhas de refrigerantes, entre outros. Não existe um fator
determinante para este fenômeno, mas, parece corresponder, em certos
indivíduos, a um instinto, um impulso.
Segundo estudiosos,
dos sete aos doze anos, a criança coleciona os mais variados objetos - bolas de
gude, miniaturas, chaveiros, selos postais. Residiria, nesse fato, a
necessidade de classificação do mundo exterior que a ajudaria a fixar as suas
idéias.
Durante a
puberdade, ela pára de colecionar. Outro período ocorre entre os quinze e vinte
e cinco anos e se afirma entre os que possuem uma vocação, às vezes
hereditária.
Nesse universo,
existem os diferentes graus de colecionadores: curiosos, que juntam coisas raras, exóticas, novidades; o simples amador, que coleciona pelo simples
prazer ou sedução em juntar coisas ou determinado objeto; ou o colecionador especializado cuja coleção
tem uma razão de ser e segue critérios específicos.
Entre os motivos da
paixão colecionadora, relacionam-se algumas causas habituais: sentimento à
tradição, respeito ao passado e por coisas antigas, culto às relíquias. Mas, a
razão de uma coleção pode ser somente pelo amor à arte.
Mas, e da coleção ao Museu?
A palavra museu, do
grego mouséion, foi dado na Antiguidade aos santuários dos templos dedicados às
musas, construído sobre a colina de Helicon em Atenas (Grécia) e recebia, como
doações, oferendas destinadas aos deuses inspiradores dos artistas – relíquias,
vasos, coroas, jóias, esculturas.
No século III a.C,
Ptolémée Philadelphe previu no centro de seu pakácio de Alexandria (Egito) um
mouseión que compreendia, entre outros, uma biblioteca, um anfiteatro, um
refeitório, um observatório, salas de trabalho, jardim botânico e zoológico, um
conjunto que agregava a Universidade, a academia e um templo sob autoridade de
um padre. Os primeiros museus foram estabelecimentos religiosos como os
próprios objetos de arte e o ensinamento tradicional. Eles agrupavam tesouros
depositados nos templos em testemunho de reconhecimento aos deuses.
Vale salientar ,
que o Louvre antes de se tornar museu,
foi residência da nobreza francesa, assim como outros que serviram de depósito
para colecionar objetos de saques durante a Revolução Francesa .
Segundo F.H. Taylor, os museus constituem “um
mal necessário”, são “asilos póstumos”, dizia Thoré. Na realidade, são locais
destinados a receberem objetos, que muitas vezes não estavam destinados a
permanecerem juntos e que se encontram num local que não foi feito para
acolhê-los. São fragmentos de uma época, testemunhos de um passado morto, de
relíquias de antigos cultos. Eles testemunham o desgaste das coisas, as
mudanças de hábito.
Somente há algumas
décadas os responsáveis por museus começaram a discutir e reformular conceitos
para que esses deixassem de ser privilégio de poucos, depósito de obras primas,
para se tornarem polivalentes, atuantes, inseridos em comunidades, sedutores...
Mas, afinal, Por
que Colecionamos? Para que servem os museus? Para Luc Benoist, um dos papéis do
museu, e talvez o mais belo, seja o de se tornar galeria daqueles que não podem
ter a sua própria coleção, o seu próprio museu. Para quem gosta e freqüenta, os
museus teriam ainda uma outra função: emprestariam a esses “habitués”, uma
coleção, tornando-os, colecionadores sem coleção.
paixão I conhecimento I curiosidade I prazer I hobie I
poder I sedução I vaidade I nacionalidade I fantasia I prestígio I ostentação
Bibliografia:
POMIAN K. COLEÇÃO. In enciclopedia einaudi. Lisboa:
Imprensa Nacional/ Casa da Moed, 1994. V.1: Memória- História. pg. 51-86
CHAUMIER,
Serge. L’object de musée. Dijon:
Mousée de la vie bourgüignome: 23 avril a 20 septembre 2010 ( tout garder? tout
jeter? et reiventer?)
BENOIST, Luc. Musées et muséologie, Paris, Presses universitaires de France, coll. « Que sais-je? », 1960.
Link de acesso ao site do Museu do Louvre:
www.louvre.fr