Resumo:
Na medida em que aumenta a importância do conhecimento, em sua produção,
transmissão e uso, também aumenta a preocupação com a maneira pela qual
a produção de conhecimento e a educação são avaliados. Este tema foi
objeto de matéria recente no Suplemento Sobre Cultura da revista Ciência Hoje, para o qual colaborei com uma nota que reproduzo abaixo. Recentemente foi publicada uma importante “Declaração de São Francisco” sobre a avaliação da pesquisa,
criticando o uso indiscriminado do chamado “fator de impacto” das
revistas científicas como critério de avaliação, que pode ser assinada
por pessoas que concordem com o seu teor. Para quem se interessar,
publiquei também um artigo meses atrás sobre os usos e abusos da avaliação educacional no Brasil, que está disponível em inglês. Transcrevo abaixo a nota da revista Ciência Hoje e uma tradução do texto introdutório da Declaração de São Francisco (DORA),
Um pequeno trecho da Declaração de São Francisco:
"O fator de impacto, calculado pela Thomson Reuters, foi originalmente
criado como uma ferramenta para ajudar os bibliotecários a identificar
revistas para comprar, e não como uma medida da qualidade científica da
pesquisa em um artigo. Com isso em mente, é fundamental entender que o
fator de impacto tem inúmeras deficiências bem documentadas que afetam
seu uso como ferramenta para a avaliação da pesquisa. Estes limitações
incluem: A) as distribuições de citações dentro das revistas são
altamente enviesadas; B) a propriedades do fator de impacto são
específicas de cada campo, sendo compostos de diferentes tipos de
artigos, incluindo trabalhos de pesquisa originais e resenhas da
literatura; C) Os fatores de impacto podem ser manipulados (“gamed”)
pelas práticas editoriais das revistas; e D) dados utilizados para
calcular os fatores de impacto não são transparentes nem abertamente
disponíveis para o público."
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