quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Museu Itinerante Ponto UFMG [Função Social dos Museus 2019]



ECI-UFMG
CURSO: MUSEOLOGIA
DISCIPLINA: FUNÇÃO SOCIAL DOS MUSEUS
PROFESSOR: LUIZ H. GARCIA

ALUNAS: DANDARA TEIXEIRA, DANIELI DI MINGO, JADE DRUMOND, JESSICA BAUMGARTNER E MARINA REBUITE



MUSEU ITINERANTE PONTO UFMG

Você já foi visitar um museu? É possível que sua resposta para essa pergunta seja sim, afinal, a maioria das pessoas foram em uma excursão com a escola quando criança. Porém, se for lançada uma pergunta como “com que frequência você visita um museu?” ou “qual a última vez que foi a um museu?” ou até mesmo “qual é o museu mais próximo de onde você está?”, as coisas mudarão e a probabilidade de ter dificuldade em pensar na resposta será grande. Esse foi o foco desse projeto.

A disciplina “Função Social dos Museus” ministrada pelo professor Luiz Henrique Assis Garcia no curso de graduação em Museologia da Universidade Federal de Minas Gerais, tem como objetivo mostrar para as pessoas de fora do meio que o museu é muito mais que um espaço de visitação, e sim um espaço de diálogo com a sociedade e os seus arredores, inserção cultural e aprendizagem; um espaço para pesquisa que envolve muito mais do que a instituição museu. É através dessa Disciplina que surgiu o projeto de intervenção tendo como intuito convidar pessoas para dentro do museu.
Entre os dias 16 e 23 de setembro de 2019 foi realizada pela Secretaria Municipal de Belo Horizonte a Semana da Educação – Educa BH, evento cujo objetivo era reafirmar a cidade como um local de Educação. Temas como artes, educação, ciências, lazer, saúde, tecnologias, linguagens e cultura se fizeram presentes nestes dias. Presente no evento o Museu Itinerante Ponto UFMG se fixou na Praça da Estação (Avenida dos Andradas, 201 – Centro). Assim, dispondo da visibilidade que tanto o evento quanto essa nova tipologia de museu trariam, realizamos a intervenção no espaço.


O museu conta com salas adaptadas dentro da carreta, além de exposições e oficinas externas que ligam diversas áreas do conhecimento científico e cultural. O espaço por si só chama atenção devido às figuras coloridas que compõem o caminhão, além dos objetos da exposição externa que permitem interação direta com os visitantes.
Centenas de visitantes passaram pelo museu e a maioria desses interagiram com o espaço. O público, em sua maioria, foi composto por crianças já que o evento contava com a participação de estudantes de escolas municipais da cidade, o que foi ótimo, pois desta forma, através de perguntas, foi possível cativá-las para o processo criativo e educacional das exposições. Por outro lado, foi difícil estabelecer diálogos com os professores que guiavam os estudantes; não se mostraram muito interessados em uma possível parceria entre escola e museu, além de não terem tempo para uma conversa mais direcionada. Uma pena já que a ideia, tanto do museu quanto da iniciativa que tomamos, era aproximar mais as instituições de estudo com o que museus podem oferecer (seja para estudantes ou para os professores).



 



Outra parte interessante foram as conversas estabelecidas com passantes. Muitos ficaram curiosos para saber o que era aquela estrutura - o espaço reservado para o museu, e curiosos para compreender melhor como o museu funciona além de acharem interessante a iniciativa das alunas em chamar mais pessoas para dentro dos museus. Conversas foram estabelecidas com guardas que trabalham nos arredores da Praça da Estação e esses revelaram, um tanto constrangidos, que não possuem o costume de visitar museus (ainda que exista o Museu de Artes e Ofícios localizado em frente à praça) e não conhecem os museus da capital; mais do que isso, pediram sugestões de museus para visitar, demonstrando um interesse genuíno. Uma conversa estabelecida com funcionários do metrô revelou que esses também não conhecem os arredores da estação e não sabiam ao certo o que estava acontecendo durante aqueles dias, além de ser um evento da prefeitura. 
Dos depoimentos colhidos acreditamos que dois se destacam mais. O primeiro deles foi dado por uma funcionária do metrô que acredita que o museu é um ótimo lugar de conhecimento e, quando mais nova, não acreditava que esse fosse um lugar seu por ser negra e da periferia. Deixamos aqui os questionamentos: museus são espaços para quem? Não deveria, então, como uma instituição pública e social, permitir que as pessoas se sintam, independentemente de quem são, confortáveis em suas instalações? 
O segundo depoimento foi de um professor de Informática que passou pela exposição externa do Museu Itinerante Ponto UFMG. Ao perguntar se ele conhecia algum museu próximo, ele disse que não. Descobrimos que ele dava aula dentro do MAO. Aqui deixamos outro questionamento: que esforço o museu (ou museus) está fazendo para ser identificado e usufruído pela sociedade?
A experiência nos mostrou vários aspectos que dentro de uma instituição podem ser mudados de modo a atrair mais o público, seja por meio de convites diretos ou dando a oportunidade da comunidade do entorno participar das ações promovidas pelo espaço. Também nos mostrou a importância de conversar com as pessoas pois somente elas poderão dizer o que esperam de um museu e dar um retorno completo e construtivo. Agora utilizaremos desse projeto e seus resultados para convidar algumas das pessoas com as quais conversamos para visitar o museu, sendo nós as mediadoras. Não somente para atrair e fazer essas pessoas acostumarem-se com visitas frequentes em museus, mas sim para mostrar a elas que nós, do campo da museologia, temos um real interesse na participação da sociedade dentro desses. Uma forma de provar que nós ouvimos e não estamos apenas em uma falácia.

O Museu vai à escola: o Centro de Memória da Medicina [Função Social dos Museus 2019]




Universidade Federal de Minas Gerais 
Escola de Ciência da Informação – Graduação em Museologia
Disciplina: Função Social dos Museus - Atividade: Relatório Final
Professor: Luiz Henrique Garcia de Assis 

Alunos: Alessandra Menezes, Daniel Batista, Débora Calixto, Lucas Thiago e Silvia Maria.

O MUSEU VAI À ESCOLA: O CENTRO DE MEMÓRIA DA MEDICINA


Museus Universitários, o que são? São denominados “museus universitários” museus e coleções que são de responsabilidade de uma instituição de ensino superior e/ou universidade, que adquire, conserva, pesquisa, comunica e expõe objetos para estudo, educação e apreciação; as coleções universitária são exibidas de forma limitada ou mesmo não exibidas, sendo utilizadas, principalmente, para o ensino universitário. (ALMEIDA, 2002. p.205)

Atualmente a Universidade Federal de Minas Gerais possui 24 espaços de ciência e cultura que variam entre museus, centros de memória e centros de pesquisa. Dentre estes espaços chamamos a atenção para o Centro de Memória da Medicina - CEMEMOR, nosso objeto de pesquisa e investigação.

O Centro de Memória da Medicina da UFMG foi criado em 1977 e seu principal idealizador foi João Amílcar Salgado, professor dedicado e conhecedor da história e da área da saúde. Em virtude de uma ampla reforma da grade curricular do curso de medicina, e a implementação de uma disciplina sobre a História da Medicina, viu-se a necessidade de criação de um espaço que se dedicasse a memória da Faculdade. O primeiros espaço destinados a abrigar o museu foi inaugurado em 1980. 

O acervo do CEMEMOR é composto por objetos que foram usados no ensino e na pesquisa universitárias e é constituído de várias coleções. Dentro dessas coleções encontram-se uma multiplicidade de objetos, como: seringas de diversos tamanhos e modelos, microscópicos, índices de periódicos da faculdade, ampolas de medicamentos, frascos de soro, além de teses de ex-alunos, livros publicados nos séculos XVIII e XIX - incluindo algumas edições raras, entre outros objetos tridimensionais, fotografias e documentos.

Pensando na possibilidade de desenvolver no Centro de Memória uma atividade que atraísse um público em potencial, visto que, cada vez mais, se discute a importância das universidades desenvolverem atividades e programas que aproximam as comunidades externas ao ambiente acadêmico, não somente em seus museus, mas também em suas faculdades e escolas, decidimos tirar o CEMEMOR da Faculdade de Medicina e apresentá-lo em um outro local.

A ideia inicial do projeto O Museu Vai à Escola nasceu de um antigo projeto educativo do CEMEMOR que visava visitar escolas da rede municipal e estadual que se encontram no entorno da instituição, apresentando-lhes o espaço e o acervo do museu. Este projeto tinha como objetivo ampliar o contato do público com o museu, bem como levar seus valores para a sociedade. Utilizando da concepção base da ideia original, reformulamos o projeto e elaboramos uma ação que consistiu em apresentar o Centro de Memória da Medicina UFMG à uma turma do EJA - Educação de Jovens e Adultos, de forma a expor não somente a patrimônio universitário e científico da Faculdade de Medicina, mas também discutir a importância dos museus universitários na educação e pesquisa científica, tentando criar um paralelo entre o que se produz na academia e o resultado dessa produção aplicada diretamente na sociedade.

O CEMEMOR VAI À ESCOLA

Realizada no dia 25 de setembro de 2019 em uma turma de Educação de Jovens e Adultos - EJA - do Colégio Imaculada Conceição, a mini-palestra, com duração de 60 minutos, abordou o conceito de museu, o que são museus universitários, apresentação do CEMEMOR e discussão acerca do papel dos museus (científicos ou não) na sociedade. 
Com um público de 35 pessoas, com idades entre 16 e 61 anos e de perfil variado, mas principalmente pessoas em vulnerabilidade social e de baixa renda, a aula/palestra contou com o auxílio de duas professoras da escola, que muito ajudaram com a didática, incentivando os alunos a participarem e mostrarem seus pontos de vista e compreensão acerca do tema proposto e de seus hábitos frente aos patrimônios culturais.

A intervenção também teve como princípio o exercício da cidadania: evidenciar aos estudantes que museus existem em função da sociedade e que cada cidadão deve se apropriar de espaços públicos como praças, prédios históricos e também outros museus. Citando Jaramillo:

“(...)para liderar cambios profundos en la forma como se vive y se ofrece la cultura en la comunidad, y que son una simple escala para conseguir otros objetivos de corte social más fuerte y más profundo, como el de la ciudadanía educada y el de la convivencia que revierte en una profundización del ejercicio de la democracia.” (JARAMILLO, 2010,p.5)


No decorrer da aula o maior número de questionamentos foram sobre o acesso aos museus. Grande parte dos alunos não se sentem à vontade para entrarem em museus estando sozinhos ou acompanhados de familiares, o que não acontece quando estão acompanhados da escola. O que se percebe é que apesar do estímulo da escola e professores em promover visitas a espaços museais, para os alunos a escola, de certa forma, legitima a presença dos mesmos no espaço museal, situação que não permite que se sintam autônomos e seguros a repetirem as visitas sem a presença da escola. Essa realidade pode ser vista nas respostas colhidas em um formulário respondido pelo alunos ao final da aula. Quando perguntado se eles tinham o costume de irem a museus 77,1% respondeu que “sim, vista museus. Mas com pouca frequência”, contra 22,0% que respondeu “Sim, sempre visito museus, centros culturais e outros espaços com exposições.” Mas ao serem questionados sobre quais museus costumam ir as respostas se mantiveram dentro do leque de museus que eles visitaram junto a escola e que se encontram no Circuito Liberdade. Nos parece, por meio das respostas, que as visitas se limitam às excursões escolares.


Outra questão presente no formulário e que vale destaque é se eles acreditam, de alguma forma, se museus contribuem para a sociedade, unanimemente, 100% das respostas foram positivas, sendo citados “memória da cidade”. “conhecimento”, “cultura para a população” e “história” os motivos mais dissertados. 

Levar o “museu à escola” permitiu que muitos alunos rompessem estereótipos e concepções acerca do acesso livre ao museu, para a maioria museus são intimidadores o que os inibem de entrar no espaço. Em um bate papo bem informal conversamos sobre a quantidade de instituições museais e de cultura que existem em Belo Horizonte e que são espaços abertos para todos, sendo a maioria gratuita, o que muito os animou. Finalizando a proposta de levar o museu à escola, distribuímos a cada aluno e professor um pequeno kit com uma pequena amostra do CEMEMOR, cartão postal, marca página, informativo e folder institucional compuseram o nosso modesto presente. 


Como feedback dos alunos recebemos mensagens - deixadas nos formulários - de agradecimento como essa: “Muito bom, pois me instruiu sobre as dúvidas que eu tinhas sobre visitação aos museus de Minas. Obrigado.”. E no final percebemos que para o museu desenvolver a sua função social, antes, a população precisa compreender o que é um museu. Tarefa essa, nossa.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 

GUSMÃO, S.N.S. 85 anos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais. Cooperativa Editora e de Cultura Médica, 1997.

JARAMILLO, C. Los Museos como Herramientas de Transformación Social del Territorio El caso del Museo de Antioquia Medellín – Colombia ...in:JUNIOR , José do Nascimento (org.) Economia de Museus. Brasilia : MinC/IBRAM , 2010.

RIBEIRO, Emanuela Sousa . Museus em universidades públicas: entre o campo científico, o ensino, a pesquisa e a extensão. Museologia & Interdisciplinaridade Vol.I1, nº4, maio/junho de 2013, p.88-102.






Acervo de Escritores Mineiros [Função Social dos Museus 2019]

ECI-UFMG
CURSO: Museologia
DISCIPLINA: Função Social dos Museus
PROFESSOR: Luiz Henrique Assis Garcia
NOMES:  Ana Cristina Matias
                 Anita Helena Vieira de Souza 
                 Junia Mara A. de Souza
                 Luciano
                 Maria Bernadete de Almeida Assis

A função social da museologia é uma reflexão a respeito dos espaços museais enquanto lugares de crítica social e política, os museus guardam em suas coleções os traços de uma memória que gradativamente representa um locus do que, de alguma forma será guardado. 
    As discussões que motivaram esse trabalho levam em consideração a relação entre o estar no museu e a construção das narrativas sobre o que representa esse espaço para a sociedade. Assim as reuniões técnicas se fizeram no sentido de refletir a respeito da ocupação dos espaços museais de forma crítica e democrática. 
O presente relato propõe analisar a atividade de campo no Acervo de Escritores Mineiros localizado na Biblioteca Central da Universidade Federal de Minas Gerais, o acervo é um equipamento permanente de exposição e pesquisa que tem por sua guarda livros, documentos e objetos de escritores referenciais da história literária de Minas Gerais.
    Essa intervenção é o encadeamento da pesquisa realizada em 2016 na disciplina Usuários da Informação que teve como objeto de estudo a avaliação de público de diversos espaços da Universidade, a partir desse diagnóstico realizado na Escola de Letras da UFMG, observou-se que grande parcela dos estudantes não conhecem ou nunca visitaram o acervo dos escritores mineiros. Conforme o gráfico gerado na pesquisa. 


O objetivo central da mediação é promover a apresentação do espaço visando contribuir para a formação de público com finalidade de conhecimento e pesquisa, na busca de novas possibilidades de estudo do patrimônio universitário.
Para isso, foi proposto uma visita mediada como forma de apresentação do acervo, houve ampla divulgação entre os meios do público-alvo, a comunicação se deu pensando nas possibilidades de uso do espaço, houve a apresentação dos escritores e de seu acervo, a visita foi guiada seguida de discussões a respeito das obras, ao final os participantes puderam apresentar suas impressões sobre o acervo e em relação a visita. 
Foram ainda instalados na FALE e na praça de serviços  trechos literários dos principais autores do acervo, promovendo o chamamento para o conhecimento do espaço.
As avaliações do trabalho foram positivas mesmo que não tenhamos atingido amplamente o público desejado, observou-se que o espaço do acervo é atraente para os visitantes e a mediação é uma boa forma de causar interesse.
Contudo pode-se avaliar que uma boa forma de divulgação do acervo foi a instalação de painéis na Universidade, pois, esse recurso gera curiosidade dentre os estudantes. 


Email para divulgação: acemg@bu.ufmg.br
Telefone para divulgação: (31) 3409-6079



Museu Clube da Esquina e as placas por Belo Horizonte [Função Social dos Museus 2019]


ECI- UFMG
Curso: Museologia
Disciplina: Função Social dos Museus
Professor Luiz H. Garcia

Grupo: Aida Araújo, Arthur Teixeira, Giovanna Gimenez, Nathália Peroni e Victoria Ballardin


MUSEU CLUBE DA ESQUINA E AS PLACAS POR BELO HORIZONTE


A importância do Clube da Esquina, tanto no âmbito musical quanto em relação à outras questões e espaços, já foi discutida diversas vezes através de artigos, dissertações, teses e outros projetos de pesquisa. Entretanto, em uma rápida pesquisa, percebe-se a dificuldade de encontrar informações sobre o projeto do Museu Clube da Esquina em Belo Horizonte. Em um rápido histórico sobre o Museu, ele se realizou primeiramente em parceria com o Museu da Pessoa, no ano de 2004, possuindo por um tempo site próprio, agora desativado.

De forma física, foi em dezembro de 2005, segundo uma reportagem do jornal O Tempo, que placas de metal começaram a ser colocadas pela cidade, em pontos que não só fizeram parte de forma direta para os integrantes do Clube, mas também espaços que faziam parte do cotidiano destes, tendo em vista que, de acordo com Márcio Borges, “a idéia do guia é, também, prestar uma homenagem à cidade” (apud BARBOSA, 2005). Destes espaços foi feito o Guia de Belo Horizonte – Roteiro Clube da Esquina (2005). Em 2011 houve também a notícia de que o Museu Clube da Esquina ganharia outro espaço físico no prédio onde funciona o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas). Porém, é notório que o projeto não foi levado até o final. Ademais, em 2015 foi inaugurado o Bar do Museu Clube da Esquina, o qual possui discos, fotos e outros itens relacionados ao Clube e, mais recentemente, aconteceu a exposição Canção Amiga – Clube da Esquina, no ano de 2017. Apesar de todos estes acontecimentos (e “desacontecimentos”), a forma física do Museu Clube da Esquina mais duradoura – as placas pela cidade – grande parte das vezes passa despercebida pela maioria da população de Belo Horizonte.

O grupo propôs, então, algo que tenta mudar esta situação de invisibilidade e esquecimento das placas sobre o Clube da Esquina pela cidade de Belo Horizonte. Nossa ideia foi dividida em duas etapas: a primeira parte foi realizada nos dias 25 e 26 de agosto de 2019 em quatro pontos da cidade de Belo Horizonte, sendo eles o Bar do Museu do Clube da Esquina, a esquina da Rua Paraisópolis com a Rua Divinópolis (no bairro Santa Tereza) e os Edifícios Maletta e Levy, no centro da cidade. A intervenção consistia em entrevistar rapidamente comerciantes ou moradores dos arredores e transeuntes questionando acerca das placas e do próprio Clube da Esquina.

As entrevistas feitas ficaram divididas: alguns conheciam o Clube da Esquina e a placa, outros nunca tinham ouvido falar do Clube, muitos não entendiam o significado da placa mesmo já tendo as visto, enfim, os relatos foram diversos. 

“Eu lembro muito do clube da esquina, porque meu cunhado também fazia parte deste grupo. A placa eu achei meio confusa, depois vi que tinha poesia nela”

“(...) eu vejo aqui muita gente que vem no período de férias pra ver só esta esquina, é visitada por quem conhece o Clube da Esquina, quem não conhece passa e não entende o que é esta placa, (...)os de fora dão mais valor dos que os daqui."

“(...) eu vi essa placa e não entendi, não vi nada relacionado ao museu do clube da esquina.”

“Sim, [conheço a placa] desde o início. (...) Inclusive eu conheço alguns deles né, que são até clientes aqui.Eles vinham aqui na loja. (...) São amigos nossos! "

De todo modo, sentimos que nosso objetivo foi cumprido. Estabelecemos conversas, trocamos experiências, alguns contavam detalhes e fatos que não sabíamos e, para aqueles que não conheciam o Clube e o Museu, tentamos levar até a pessoa um pouco do que sabemos, falando dos artistas e das placas pela cidade.

Na segunda etapa do projeto, colamos cartazes pelas ruas de BH e no Campus da UFMG que continham o link para um site que criamos, visando trazer visibilidade ao Clube da Esquina. Inicialmente pensamos em colocar os cartazes pela Praça da Liberdade, devido à grande circulação de pessoas ali. Porém, devido à incerteza quanto à possibilidade de colar cartazes no local, decidimos espalhar os mesmos na Rua da Bahia, Rua Aimorés e na Avenida João Pinheiro. Já na UFMG, os cartazes foram distribuídos na FALE, ECI, FAFICH e Praça de Serviços. 

Logo após colocarmos os cartazes no Campus UFMG e logo recebemos retorno de conhecidos, que nos enviaram fotos indicando que tinham visualizado os cartazes e se interessado pelo projeto, o que nos fez perceber que nosso objetivo estava sendo cumprido e que os lugares escolhidos para a realização da atividade foram estratégicos e eficientes, pudemos perceber o quão é importante que os museus conheçam e compreendam seus públicos, pois só assim será possível cumprir suas funções, levando em conta as demandas de cada um, fazendo com que a instituição museológica seja vista não só como uma forma de entretenimento, mas sim um meio de compartilhamento de conhecimentos, experiências e de aproximação com a sociedade e suas diversas realidades.








Referências:

BARBOSA, Daniel. Muito além da esquina. Disponível em: https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/muito-alem-da-esquina 1.328875 Acesso em 01 de outubro de 2019.

GARCIA, Luiz Henrique Assis. Coisas que ficaram muito tempo por dizer: o Clube da Esquina como formação cultural. 2000. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em História. Belo Horizonte.
____________. Na esquina do mundo: trocas culturais na música popular brasileira através da obra do Clube da Esquina (1960-1980). 2006. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em História. Belo Horizonte.
GARCIA, Luiz Henrique Assis; ARAÚJO, Marcos Sarieddine; PÚBLIO, Hudson Leonardo Lima. “Mesmo assim não custa inventar uma nova canção”: o Clube da Esquina e a redemocratização no Brasil (1978-1985). In: Música Popular em Revista, Campinas, ano 5, v. 2, p. 61-87, jan.-jul. 2018.

MUSEU DA PESSOA. Museu Clube da Esquina – 2004. Disponível em: <da-esquina-2004>. Acesso em 12 de agosto de 2019.

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Guia turístico de Belo Horizonte: roteiro Clube da Esquina /Museu Clube da Esquina. Belo Horizonte, 2005.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Intervenção no Parque Lagoa do Nado e Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional - CRCP [Função Social dos museus 2019]


Disciplina: Função Social dos Museus
Prof.: Luiz Henrique Garcia

Integrantes: Bruna Ferreira, Erika Gonçalves, Maxwell Pêgo, Mayra Marques


Intervenção no Parque Lagoa do Nado e Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional - CRCP

A ideia de se fazer uma intervenção no Parque Lagoa do Nado se deu principalmente pelo fato de, anteriormente já termos realizado uma pesquisa de público no local. Na pesquisa analisamos que muitos frequentadores das quadras esportivas não frequentam as exposições do Centro de Referência, inserido no parque, sendo a falta de informação e sinalização sobre o CRCP um importante fator para tal. Assim, a intervenção teria o objetivo de comunicar com esse público sobre a existência do CRCP e suas exposições, atraindo principalmente os frequentadores das quadras.

A exposição atual “Quilombos Urbanos e a Resistência Negra em Belo Horizonte” apresenta um rico acervo das comunidades quilombolas Luízes, Mangueiras e Manzo Ngunzo Kaiango, situadas em Belo Horizonte. Em nossa intervenção houve a implementação de quatro placas indicativas no espaço, com setas e desenhos do baobá, importante símbolo da África e dos quilombos, para que seja seguida uma “trilha dos baobás”, com frases de resistência: “Quilombo é resistência”, “Quilombo é liberdade”, “Quilombo é negritude”, “Quilombo é ancestralidade”. As placas se iniciavam na entrada do parque mais próxima às quadras e iam passando por elas.






Depois do trajeto, há uma quinta placa, próxima ao casarão, informando melhor do que se trata: “Você sabia que ainda existem quilombos em BH? Visite a exposição no casarão!”. E também foram instalados dois quadros interativos próximos aos bebedouros do parque, que ficam perto das quadras, mas em diferentes locais, com copos de gizes pendurados, para que o público respondesse às perguntas: “Onde estão suas raízes?” e “O que te faz resistir?”, convidando-o não somente a visitar a exposição, como também a interagir com a intervenção, se expressando.

Após a fixação das placas e com a participação dos visitantes nos quadros interativos, desenvolvemos algumas críticas em relação à intervenção e o espaço. Como o problema da falta de pertencimento de muitos visitantes do parque, que não frequentam as exposições do CRCP, o que pode ser analisado a partir das reflexões sobre identidade cultural. Como é refletido no texto A Democratização da Memória: a Função Social dos Museus Ibero-Americanos, de Mário de Souza Chagas, Rafael Zamorano Bezerra e Sarah Fassa Benchetrit, em que se debate sobre o fato de que nem todos os indivíduos de uma sociedade possuem as mesmas oportunidades de representatividade, produção de identidades e memórias. Assim como boa parte do público do Parque Lagoa do Nado, que vem de favelas próximas e não possui poder socioeconômico significativo para afirmar sua identidade e se sentir pertencente ao CRCP. Pois, como pode-se observar, este público de baixa renda se apropria muito mais facilmente às quadras de esportes do parque, mas não tanto ao CRCP. Com isso, também é possível refletir sobre muitas respostas aos quadros interativos terem sido em forma de pichação, que é a forma de boa parte de tal público se manifestar artisticamente e socialmente. 

Outro fator é o tombamento do casarão onde fica o CRCP, que não permite a inserção de placas de identificação, dificultando a visibilidade e conhecimento das funções do espaço, o que deixa-o com uma aparência menos acessível e faz com que muitos não se sintam convidados a entrar.

Foi realizada essa intervenção, pois vemos nos visitantes a potencialidade de serem atores do espaço, instigando suas percepções acerca do contexto social dos quilombos e convidando-os a se apropriarem do próprio CRCP, conhecendo-o e frequentando-o. Além de que pensamos no local como um transformador social, onde o objetivo da exposição e da nossa intervenção é o diálogo com a comunidade a sua volta, sendo uma referência de espaço cultural que abraça a comunidade. 



Referências Bibliográficas:



CHAGAS, Mário de Souza; BEZERRA, Rafael Zamorano.; BENCHETRIT, Sarah Fassa. A democratização da memória: a função social dos Museus Ibero-Americanos . Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2008. 278 p.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Intervenção na Casa do Baile [Função Social dos museus 2019]

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
ECI – Escola de Ciência da Informação
Curso: Museologia
Disciplina: Função Social dos Museus
Professor: Dr. Luiz Henrique Assis Garcia

Alunos: Aline Melo, Cristina Fonseca, Daniela Tameirão, Nárrima Nacur, Marco Antônio Ferreira e Ronaldo Rodrigues


INTERVENÇÃO NA CASA DO BAILE























A proposta de intervenção foi realizada na Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design, visando por uma mediação educativa e cultural. Foi realizada concomitantemente à programação da 13ª Primavera dos Museus, cujo tema é “Museus por dentro, por dentro dos museus”. 


A ação foi executada, em especial, com os funcionários de estabelecimentos comerciais próximos que utilizam o horário do almoço para descanso e contemplação da paisagem da lagoa nos bancos próximos à Casa. Consistiu na disposição de 11 esteiras no jardim externo, com vista para a lagoa e a Casa. Em cada esteira havia uma foto antiga da Casa ou de seus arredores e uma frase: “Esta esteira é para você descansar. Fique à vontade! E esta foto? Você sabe onde é?”. O grupo ficou espalhado pela área da intervenção observando, disponível para a abordagem e o diálogo sobre a ação. A finalidade foi proporcionar, a essas pessoas um maior grau de percepção da conformação do espaço do centro de referência. 



Foi constatado por meio das observações feitas e de alguns diálogos com os frequentadores, que: a própria construção (edificação em estilo moderno, ponte, ilha,) parece ser um inibidor para a utilização da Casa; os frequentadores do entorno da Casa no horário de almoço querem simplesmente “curtir” o ócio e que a maioria desconhece a real função da Casa. Além desses fatores, houve também muitos elogios feitos pela intermediação que permitiu melhor conhecimento sobre à Casa do Baile e o conforto que as esteiras promoveram. Assim, a intervenção se mostrou positiva proporcionando o uso do espaço de maneira incomum e oportunizou ao público vivenciar o urbano e o seu entorno o que fez com que o museu cumpra sua função social além-muros. 


Fotos da Intervenção 


Casa do Baile – Centro de Referência de Arquitetura, urbanismo e Design 



Pampulha – Belo Horizonte / MG – 04/09/19





Referências bibliográficas:

EIDELMAN, Jacqueline; ROUSTAN, Mélanie; GOLDSTEIN, Bernadette. O lugar público: sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus. São Paulo: Iluminuras: Itau Cultural, 2014.

GONZÁLZ, L. Los museos como herramientas de transformación...in: JUNIOR, José do Nascimento (org.) Economia de Museus. Brasília : MinC/IBRAM, 2010.

JEUDY, Henri Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1990.