quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Museu Clube da Esquina e as placas por Belo Horizonte [Função Social dos Museus 2019]


ECI- UFMG
Curso: Museologia
Disciplina: Função Social dos Museus
Professor Luiz H. Garcia

Grupo: Aida Araújo, Arthur Teixeira, Giovanna Gimenez, Nathália Peroni e Victoria Ballardin


MUSEU CLUBE DA ESQUINA E AS PLACAS POR BELO HORIZONTE


A importância do Clube da Esquina, tanto no âmbito musical quanto em relação à outras questões e espaços, já foi discutida diversas vezes através de artigos, dissertações, teses e outros projetos de pesquisa. Entretanto, em uma rápida pesquisa, percebe-se a dificuldade de encontrar informações sobre o projeto do Museu Clube da Esquina em Belo Horizonte. Em um rápido histórico sobre o Museu, ele se realizou primeiramente em parceria com o Museu da Pessoa, no ano de 2004, possuindo por um tempo site próprio, agora desativado.

De forma física, foi em dezembro de 2005, segundo uma reportagem do jornal O Tempo, que placas de metal começaram a ser colocadas pela cidade, em pontos que não só fizeram parte de forma direta para os integrantes do Clube, mas também espaços que faziam parte do cotidiano destes, tendo em vista que, de acordo com Márcio Borges, “a idéia do guia é, também, prestar uma homenagem à cidade” (apud BARBOSA, 2005). Destes espaços foi feito o Guia de Belo Horizonte – Roteiro Clube da Esquina (2005). Em 2011 houve também a notícia de que o Museu Clube da Esquina ganharia outro espaço físico no prédio onde funciona o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas). Porém, é notório que o projeto não foi levado até o final. Ademais, em 2015 foi inaugurado o Bar do Museu Clube da Esquina, o qual possui discos, fotos e outros itens relacionados ao Clube e, mais recentemente, aconteceu a exposição Canção Amiga – Clube da Esquina, no ano de 2017. Apesar de todos estes acontecimentos (e “desacontecimentos”), a forma física do Museu Clube da Esquina mais duradoura – as placas pela cidade – grande parte das vezes passa despercebida pela maioria da população de Belo Horizonte.

O grupo propôs, então, algo que tenta mudar esta situação de invisibilidade e esquecimento das placas sobre o Clube da Esquina pela cidade de Belo Horizonte. Nossa ideia foi dividida em duas etapas: a primeira parte foi realizada nos dias 25 e 26 de agosto de 2019 em quatro pontos da cidade de Belo Horizonte, sendo eles o Bar do Museu do Clube da Esquina, a esquina da Rua Paraisópolis com a Rua Divinópolis (no bairro Santa Tereza) e os Edifícios Maletta e Levy, no centro da cidade. A intervenção consistia em entrevistar rapidamente comerciantes ou moradores dos arredores e transeuntes questionando acerca das placas e do próprio Clube da Esquina.

As entrevistas feitas ficaram divididas: alguns conheciam o Clube da Esquina e a placa, outros nunca tinham ouvido falar do Clube, muitos não entendiam o significado da placa mesmo já tendo as visto, enfim, os relatos foram diversos. 

“Eu lembro muito do clube da esquina, porque meu cunhado também fazia parte deste grupo. A placa eu achei meio confusa, depois vi que tinha poesia nela”

“(...) eu vejo aqui muita gente que vem no período de férias pra ver só esta esquina, é visitada por quem conhece o Clube da Esquina, quem não conhece passa e não entende o que é esta placa, (...)os de fora dão mais valor dos que os daqui."

“(...) eu vi essa placa e não entendi, não vi nada relacionado ao museu do clube da esquina.”

“Sim, [conheço a placa] desde o início. (...) Inclusive eu conheço alguns deles né, que são até clientes aqui.Eles vinham aqui na loja. (...) São amigos nossos! "

De todo modo, sentimos que nosso objetivo foi cumprido. Estabelecemos conversas, trocamos experiências, alguns contavam detalhes e fatos que não sabíamos e, para aqueles que não conheciam o Clube e o Museu, tentamos levar até a pessoa um pouco do que sabemos, falando dos artistas e das placas pela cidade.

Na segunda etapa do projeto, colamos cartazes pelas ruas de BH e no Campus da UFMG que continham o link para um site que criamos, visando trazer visibilidade ao Clube da Esquina. Inicialmente pensamos em colocar os cartazes pela Praça da Liberdade, devido à grande circulação de pessoas ali. Porém, devido à incerteza quanto à possibilidade de colar cartazes no local, decidimos espalhar os mesmos na Rua da Bahia, Rua Aimorés e na Avenida João Pinheiro. Já na UFMG, os cartazes foram distribuídos na FALE, ECI, FAFICH e Praça de Serviços. 

Logo após colocarmos os cartazes no Campus UFMG e logo recebemos retorno de conhecidos, que nos enviaram fotos indicando que tinham visualizado os cartazes e se interessado pelo projeto, o que nos fez perceber que nosso objetivo estava sendo cumprido e que os lugares escolhidos para a realização da atividade foram estratégicos e eficientes, pudemos perceber o quão é importante que os museus conheçam e compreendam seus públicos, pois só assim será possível cumprir suas funções, levando em conta as demandas de cada um, fazendo com que a instituição museológica seja vista não só como uma forma de entretenimento, mas sim um meio de compartilhamento de conhecimentos, experiências e de aproximação com a sociedade e suas diversas realidades.








Referências:

BARBOSA, Daniel. Muito além da esquina. Disponível em: https://www.otempo.com.br/diversao/magazine/muito-alem-da-esquina 1.328875 Acesso em 01 de outubro de 2019.

GARCIA, Luiz Henrique Assis. Coisas que ficaram muito tempo por dizer: o Clube da Esquina como formação cultural. 2000. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em História. Belo Horizonte.
____________. Na esquina do mundo: trocas culturais na música popular brasileira através da obra do Clube da Esquina (1960-1980). 2006. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em História. Belo Horizonte.
GARCIA, Luiz Henrique Assis; ARAÚJO, Marcos Sarieddine; PÚBLIO, Hudson Leonardo Lima. “Mesmo assim não custa inventar uma nova canção”: o Clube da Esquina e a redemocratização no Brasil (1978-1985). In: Música Popular em Revista, Campinas, ano 5, v. 2, p. 61-87, jan.-jul. 2018.

MUSEU DA PESSOA. Museu Clube da Esquina – 2004. Disponível em: <da-esquina-2004>. Acesso em 12 de agosto de 2019.

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Guia turístico de Belo Horizonte: roteiro Clube da Esquina /Museu Clube da Esquina. Belo Horizonte, 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário