Universidade Federal de Minas Gerais / Escola de Ciências da Informação
Curso: Museologia
Disciplina: Tipologia de Museus
Prof. Luiz Henrique
Discentes:
Ana Clara Rios de Mello
Francisco Robério de Oliveira Nunes Junior,
Helga Cristina Gonçalves Possas
Núbia da Silva Alves
Muquifo:
exemplo de Museu Comunitário
Fonte: https://visite.museus.gov.br/instituicoes/museu-dos-quilombos-e-favelas-urbanos/
Museu de território e comunitário, o Muquifu atua como instrumento de resistência ante o risco iminente de expulsão dos favelados dos centros urbanos e pelo reconhecimento e preservação do patrimônio, histórias, memórias e bens culturais dos moradores dos quilombos urbanos e favelas de Belo Horizonte e de Minas Gerais e do Brasil. Idealizado por moradores do Aglomerado Santa Lúcia, o Muquifu é tocado por voluntários e tem como objetivo mostrar as vivências, lutas e o legado dessas populações, muitas vezes marginalizadas, promovendo a reflexão sobre a resistência, a herança afro-brasileira e a importância da identidade dessas comunidades na construção da cidade.
O museu trabalha com uma série de ações educativas e culturais, como exposições, eventos e oficinas, para promover um diálogo entre a cidade formal e as comunidades que foram historicamente excluídas do processo de urbanização.
Fonte: https://bdmgcultural.mg.gov.br/artigos/titulo-do-artigo-ou-ensaio-20/
A instituição preserva em seu acervo fotografias, objetos biográficos, obras de arte, documentos variados, utensílios domésticos, objetos religiosos e vestimentas, que ficam em exposição, guardados na reserva técnica ou espalhados pelo território em forma de festas, cerimônias e grupos culturais. Os objetos e as exposições têm como pano de fundo as memórias das lutas pelo pertencimento ao território.
O Muquifu oferece carne, ossos e sistema nervoso ao entendimento do conceito de gentrificação experimentado pelos moradores de favelas em seus próprios corpos e em suas honradas moradias, que são enviados a contragosto para lugares muito distantes dos centros urbanos por ação caprichosa e desumana da especulação imobiliária.
Assim, se ocupar de guardar a alma desses territórios negros expropriados em objetos carregados de história e humores doados ao acervo. Ocupa-se em registrar os depoimentos e os sonhos das pessoas que foram obrigadas a deixar o seu meio, mudando-se para lugares longe de suas histórias.
A instituição é guardiã das memórias dessas gentes. Ele diz a elas: vocês não estão sós, nós estamos aqui, ficaremos aqui e pedaços significativos de vocês ficarão conosco e contarão aos que vierem que forma vocês e as riquezas humanas que construíram, ele é sentinela e vela pela memória dos que se foram, seja porque se mudaram, seja porque se desconectaram deste mundo. É protetor da memória dos que lutaram e conseguiram permanecer, dos que lutaram e foram desterritorializados.
O Muquifu busca envolver as comunidades quilombolas e faveladas de Belo Horizonte no processo de preservação e divulgação de sua própria história. A coleta de objetos, a criação de exposições e as narrativas compartilhadas pelos moradores dessas comunidades são essenciais para o funcionamento do museu. Isso fortalece o protagonismo local e assegura que as memórias e histórias contadas no museu sejam genuinamente representativas da vivência dos moradores. Assim, o museu não se limita a objetos físicos, mas também reconhece o valor das tradições, dos saberes e das práticas culturais desses grupos, como as formas de resistência, as manifestações artísticas e as histórias de luta contra a exclusão social e racial. Ele serve como uma plataforma para dar visibilidade às vozes das comunidades que muitas vezes são ignoradas nas narrativas oficiais.
Sendo assim o Muquifu se torna uma plataforma viva que combina educação, memória, cultura e resistência, proporcionando uma nova perspectiva sobre as comunidades quilombolas e faveladas de Belo Horizonte e sua relação com o espaço urbano em que estão inseridas. Ele atua não apenas como um espaço de exposição, mas como um agente de transformação social, fortalecendo as identidades locais e promovendo o reconhecimento de territórios historicamente marginalizados.
Fonte: https://www.brasiliarios.com/cultura/1174-mar-recebe-muquifu-museus-dos-quilombos-e-favelas-urbanos
Fonte: https://educacaoeterritorio.org.br/reportagens/museu-social-curadoria-comunitaria-e-preocupacao-com-o-presente/
Links de vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=NOHdD3OFFDU
https://www.youtube.com/watch?v=09BC9Eay7iM
https://www.youtube.com/watch?v=TfJYuiUDPec