Inspirado no projeto “Grand Tour” da National
Gallery de Londres, o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) de Lisboa realizou a a exposição "Coming Out — e se o museu saísse à rua?" [matéria completa] . Sou desde sempre um entusiasta das ações extra-muros, em especial do que denomino intervenções museais, assim definadas por mim em trabalho apresentado em 2009:
Propor esse tipo de ação depende de uma concepção de cidade que considera que:
“(...) o espaço urbano, ao ser construído e disputado, é atravessado por múltiplas temporalidades, modos de apropriação e usos sociais diversificados, e, muitas vezes, conflitantes. (...) Deste ponto de vista, tornou-se fundamental para o museu contemplar a diversidade dos documentos e das representações socialmente engendradas sobre a cidade e sua história, bem como democratizar a definição do acervo a ser adquirido, considerando os vários atores sociais que delas participam.”
Por isso...
"Para perceber e dar voz a diversos atores, até então silenciados, esquecidos, a dimensões da experiência urbana até então negligenciadas, era indispensável ir à cidade, e, mais ainda, não esperar que “ela” fosse ao museu. (...) Nesse sentido, se o museu, em seu lugar tradicional, representa para grande parte do público uma espécie de “templo” ou “castelo” inexpugnável ou inacessível, o expositor posicionado na rua permite uma apropriação cotidiana, menos contemplativa e sacralizadora. (...) Assim concebidas, as intervenções museais dialogam com o próprio espaço urbano em que são instaladas, possibilitando a reflexão sobre os significados atribuídos e ações protagonizadas, de modo a articular a produção de memória e sentido às práticas e relações dos grupos sociais no contexto da cidade. "
Para quem se interessar e quiser conhecer com mais detalhes estes trabalhos realizados à frente do setor de pesquisa do Museu Histórico Abílio Barreto, em Belo Horizonte (MG), indico: