PROFESSOR: LUIZ HENRIQUE GARCÍA DE ASSIS
ALUN@S: Bruno Diniz, Heloísa Hashimoto,
Lorena Brandão,
Nathália Marques, Raphael Casimiro, Rita
Carvalho
HISTÓRIA E
PESQUISA
O Museu escolhido foi o Museu da Moda, que fica localizado
na Rua da Bahia e que, muitas vezes, o prédio é confundido com uma igreja. É
popularmente conhecido com o nome de “Castelinho da Bahia”. Nos situamos
historicamente sobre a formação do MUMO e vimos que o prédio já foi diversos outros
espaços, lá já se fez presente Conselho Deliberativo e Biblioteca Municipal,
Sede do Sindicato Ferroviário da Central do Brasil, Museu de Mineralogia, Museu
das Forças Expedicionárias Brasileira (FEB), Centro de Referência da Moda. No
entanto, só fazer essa pesquisa, não satisfez os nossos anseios e marcamos uma
entrevista com o museólogo do MUMO Victor Louvisi. A nossa principal pauta a
ser compreendida era sobre como a instabilidade institucional afetava a fixação
do MUMO no imaginário da população belo horizontina.
Formulamos perguntas que seriam
direcionadas aos trabalhadores específicos do Museu, sendo eles: faxineira,
porteiro, bibliotecária e museólogo. As perguntas foram pensadas e elaboradas
para que a resposta fosse neutra e não comprometesse o relacionamento do
entrevistado com o museu. À seguir estão alguns exemplos das perguntas
realizadas: “É comum que os visitantes te
façam perguntas especificamente sobre o edifício?”, “Como você informa o visitante sobre o Museu?”, “Você sabe das exposições e o objetivo
delas?”, “Você frequenta o museu fora do horário de expediente?”.
Em nossa entrevista, direcionada ao
museólogo da instituição, Victor Louvisi, buscamos fazer perguntas que nos
fizessem compreender melhor qual o público frequentador do espaço, quais
garantias a instituição teria sobre a sua permanência no local atual e quais as
pretensões para com o futuro do MUMO, além de entender melhor qual o papel que
o museu quer promover na sociedade.
Em suma Victor Louvisi nos trouxe
algumas considerações, como o entendimento de moda como manifestação cultural.
De acordo com ele, se pretende realizar uma criação de uma política de acervo
e, no momento, está repensando o plano museológico da instituição. O MUMO, a
partir da fala de Louvisi, ainda está pensando em estratégias, mas que acha
essencial abrir espaços de discussões com a sociedade sobre a presença do MUMO
na cidade.
As respostas mostram que
existe sim uma preocupação da atual gestão com todo o processo autoritário, que
as instituições públicas enfrentam. As entrevistas foram fundamentais
para a compreensão da relação da instituição e seus funcionários, dado isso, procuramos apresentar a ideia do cortejo
aos representantes do Museu da Moda por meio do Victor Louvisi, que se mostrou
bem-disposto a fazer o cortejo acontecer, mas também ressaltou as dificuldades
que poderiam aparecer durante o processo.
Ao começar a elaborar o cortejo, mesmo com interesse dos funcionários, enfrentamos dificuldades na elaboração da atividade com questões como datas, uso da cidade e os músicos que fariam apresentações durante o trajeto e decidimos por realizá-lo mesmo sem os músicos e dançarinos.
Baseando-se em nossa pesquisa de
campo e na busca por uma proposta de intervenção que fosse capaz de despertar o
olhar da população para o Museu, surgiu a ideia de fazer um Museu Cortejo
inspirado no que aconteceu no Teia da Memória do ano de 2010, com a intenção de
realizar uma mobilização museal diferenciada. Através do cortejo convidamos as
pessoas a conhecerem o museu da moda e debater sua posição na cidade de Belo
Horizonte. Assim, a intenção foi de levar o museu para rua para que o espaço
público pudesse se apropriar desse cortejo. Além disso, criamos uma conta no
instagram (@museucortejo) e um e-mail (museucortejo@gmail.com) para divulgar o cortejo e ter um meio para receber um feedback das pessoas que participaram e
receberam o panfleto que foi distribuído durante o cortejo. Dessa forma,
compreende-se que dentro do campo da museologia social as atuações levam sempre
em consideração os sujeitos, espaços, e as transformações que a museologia pode
oferecer na emancipação dos mesmos.
O trabalho possibilitou um maior
contato com a rotina dos funcionários, suas percepções nas questões que envolvem o autoritarismo no setor público e maneira como
isso impacta de forma negativa na relação do museu com o seu entorno. Mostrou
como a população se comporta diante das abordagens externas dos museus e como
foram receptivas com o grupo durante o trajeto. Nosso objetivo é que o alcance
do museu seja o mais amplo possível e que
todo o público e, não somente seu entorno, se sinta parte das atividades
oferecidas e das discussões que são consideradas pautas pelo Museu, desenvolvendo, assim, uma vivência
capaz de despertar ações educativas patrimoniais na consciência do seu entorno
e dos transeuntes, sempre trabalhando a
preservação de bens culturais por meio de políticas de emancipação dos sujeitos
que fazem parte da sociedade.
REFERÊNCIAS:
●
Entrevista concedida pelos
funcionários do Museu da Moda aos estudantes do curso de Museologia da UFMG no
dia 4 de setembro de 2018.
●
GONZÁLEZ,
L. Los museos como herramientas de transformación...in:JUNIOR , José do
Nascimento (org.) Economia de Museus. Brasilia : MinC/IBRAM , 2010.
●
ROSAS
MANTECON, Ana. Usos y desusos del patrimonio
cultural: retos para la inclusión social en la ciudad de México. An. mus. paul.
[online]. 2005, vol.13, n.2 [cited
2014-08-19], pp. 235-256 .
VÍDEO DO CORTEJO: https://www.youtube.com/watch?v=CFRLqhH8Qok&feature=youtu.be
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