UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA
DE CIÊNCIA D INFORMAÇÃO
MUSEOLOGIA
Monitoria:
Função Social dos Museus
Bolsista:
Julianne Paranhos
Orientador:
Luiz Henrique Assis Garcia
Função social e política de acervos em dois museus de Belo Horizonte
Julianne Paranhos
Os
museus são espaços que lidam diretamente com a percepção do tempo social e
histórico a partir da organização de acervos e coleções, sejam eles
tridimensionais, documentais, audiovisuais, dentre outros suportes. Por esta
perspectiva, a ideia de que esta instituição se encarrega apenas do passado é uma falácia: os museus são espaços de encontro
entre tempos. Com função social múltipla – seja para conservar, pesquisar,
entreter e expor as culturas, as identidades e as memórias – os museus também
devem atuar na busca de elementos potenciais para ampliar e completar suas
coleções e dessa forma aprofundar sua atuação como espaços de representação
simbólica.
Entender
os museus, enquanto público ou como pesquisadores e profissionais, é ter em
mente a necessidade de experimentá-los pela vivência. É preciso estar nos
museus. Desta forma, os alunos da disciplina Função Social dos Museus,
oferecida pelo curso de Museologia da UFMG e lecionada pelo Professor Luiz
Henrique Assis Garcia, desenvolveram no segundo semestre de 2016 trabalhos de
pesquisa através do contato direto com o Museu da Imagem e do Som (MIS) e o
Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), com o intuito de proporcionar uma
experiência prática e de pesquisa. A partir de uma parceria entre o curso de
Museologia (UFMG/ECI) e a Fundação Municipal de Cultura (FMC) - através da
Diretoria de Museus – formalizada no projeto de extensão Concepção e implementação de protocolo de política de acervos –
registro de doadores potenciais, os alunos da disciplina tiveram a
oportunidade de conhecer e se aproximar da realidade destas instituições por meio
de reuniões com profissionais destes museus e da FMC, visitações e realização
de entrevistas.
A
partir do contato mais direto com a natureza dos acervos destes museus, as
atividades por eles desenvolvidas e da relação destas instituições com a cidade
de Belo Horizonte, foram realizados breves diagnósticos. O passo seguinte foi a
identificação de potenciais doadores habitantes da cidade de Belo Horizonte, como
uma das formas pelas quais os museus podem preencher possíveis lacunas em seus
acervos.
No
caso do Museu da Imagem e do Som os alunos [Grupo: Bianca Ribeiro; Haelton Oliveira; Isac Santana; Larissa
Oliveira; Letícia Carvalho / Grupo: Dayana
Mesquita; Hudson Diaz; Luísa Lourenço; Thais Adriane; Thais Diaz; Thelma Palha]
diagnosticaram a saturação de acervos tridimensionais e a necessidade de novas
tipologias como acervos iconográficos e filmográficos assim como a necessidade
de inserir a produção contemporânea. No primeiro, a busca pela lacuna em uma
coleção nos leva a repensar o acervo e à necessidade de aplicar e desenvolver
políticas de descarte. No segundo e terceiro itens encontram-se a chave pela
qual serão planejados métodos de reconhecimento dos doadores. Neste caso os
alunos identificaram dois doadores residentes da cidade e três instituições,
sendo estas o Museu dos Militares Mineiros (acervo: audiovisual); Sindicato dos
Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (acervo: audiovisual); e
Centro de Memória da Veterinária (acervo: audiovisual e tridimensional).
A
identificação dos possíveis doadores, além de ser um meio pelo qual os museus
podem ampliar seus acervos, diversificar os recortes curatoriais e ainda
ampliar a compreensão sobre suas naturezas institucionais e finalidade enquanto
espaços da representação simbólica do social e da memória possibilita, por meio
da pesquisa de campo, sua aproximação com a sociedade e faz de sua função
social para além da ideia de “lugar de coisa velha”. Como um lugar dinâmico e
que transita entre tempos, esse tipo de ação museológica proporciona aos museus
um meio de aproximação com a sociedade e a construção de seus espaços como
lugares mais democráticos.
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