Este semestre ofertarei a disciplina optativa Museologia, patrimônio e cultura no pensamento latino-americano, às sextas. Fugindo um pouco do padrão, ela está estruturada a partir da leitura completa do seminal livro Culturas Híbridas, de Néstor García Canclini. A partir das formas de entrar e sair da modernidade, como ele mesmo diz, estabeleceremos roteiros possíveis para pensar sobre as implicações da história latino-americana para o cenário museológico no continente e no mundo, as relações entre história, tradição e memória contextualizadas pela dinâmica cultural híbrida, a questão do(s) lugar(es) da cultura popular considerando o fenômeno da globalização e a emergência de objetos culturais híbridos, buscando entender como são produzidos e circulam, como seus sentidos são disputados e transformados, como são escolhidos os monumentos e colecionados os acervos, e como finalmente, podemos entender melhor nossas complexidades e atuar em cenários institucionais ou informais, desenvolvendo políticas culturais nas áreas da museologia e do patrimônio condizentes com os desafios que essas complexidades impõem.
Uma amostra da bibliografia proposta para auxiliar as discussões. A intenção é abranger diferentes temas, tipologias museológicas e contextos locais, na busca de uma disposição panorâmica que possa complementar o roteiro de leitura do livro e permitir aprofundamento em questões específicas.
P.S. 2018
Após 2 anos vou novamente ofertar a disciplina Museologia, patrimônio e cultura no pensamento latino-americano (código TGI061 - TOPICOS EM INFORMAÇÃO E CULTURA D ) às sextas-feiras no 1ºsem. de 2019. Acho que poderei fazer muitos incrementos em relação à primeira edição, em razão das viagens a trabalho que me permitiram colher material relevante em Havana, Montevidéu e Buenos Aires, do aproveitamento de pesquisas, especialmente aquelas que venho realizando junto com o grupo ESTOPIM, das disciplinas que ofertei na pós-graduação (em que cheguei a aproveitar textos que descobri montando esse programa aqui também) e do atual investimento que vamos fazendo em internacionalização para participar do Programa Print proposto pela CAPES. Mas sobretudo porque a distância no tempo da perspectiva para pensar o que foi bem sucedido e o que não, além de trazer as urgências dos contextos em transformação. Dentre os planos para estimular os trabalhos incluo realizar uma exposição sobre arte e engajamento político na América Latina, provavelmente tendo como carro-chefe a obra do uruguaio Joaquín Torres Garcia, autor, entre outros, de América Invertida (1943).
Bibliografia auxiliar
BERRÍOS, Pablo Salvador. El arte latinoamericano a través
de la curadoría: políticas de representación y modos de inserción. PragMATIZES-Revista Latino-Americana
de Estudos em Cultura,
n. 9, 2015.
BIALOGORSKI, Mirta. Artesanías y
patrimonialización en el Museo de Arte Popular José Hernández: el Banco de la
Memoria del Campo Artesanal. Temas de Patrimonio Cultural 8, p. 31,
2004.
BURÓN DÍAZ,
Manuel. Los museos comunitarios mexicanos en el proceso de renovación
museológica. Revista de Indias, v. 72, n. 254, p. 177-212, 2012.
CARNOVALE,
Vera. Memorias, espacio público y Estado: la construcción del Museo de la
Memoria. Estudios AHILA de Historia Latinoamericana, v. 2, 2006.
COUSILLAS, Ana.
El ciclo De la Feria al Museo: notas sobre la expe-riencia de exposiciones de
artesanías urbanas curadas por artesanos en el Museo de Arte Popular del GCBA. Temas de Patrimonio Cultural 8, p. 47, 2004.
DE CARLI,
Georgina. Vigencia de la Nueva Museología en América Latina: conceptos y
modelos. Revista ABRA, v. 24, n. 33, p. 55-75, 2004.
ISE, María
Laura. Arte Latinoamericano en los ochenta y noventa: una mirada desde algunas
exhibiciones y catálogos. Nómadas, n. 35, p. 31-47, 2011.
LLOSA, Vargas.
El Perú no necesita museos. El Comercio, March, v. 8, 2009.
NAVARRO, Óscar. Museos y museología:
apuntes para una museología crítica. Museología e historia: un campo de
conocimiento, XXIX Encuentro Anual del ICOFOM/XV Encuentro Regional del ICOFOM
LAM, v. 5, p. 385-394, 2006.
PONCE, Ariel
Guillermo. LA INFLUENCIA DE LOS CONTEXTOS INTERCULTURALES EN UN MUSEO DE LA
ARGENTINA. Revista del Centro de Investigaciones Precolombinas, p. 63.
SABATÉ BEL, Joaquín et al. De la
preservación del patrimonio a la ordenación del paisaje: intervenciones en
paisajes culturales en Latinoamérica. 2011.
SALGADO,
Mireya. Museos y patrimonio: fracturando la estabilidad y la clausura. Íconos-Revista
de Ciencias Sociales, n. 20, p. 73-81, 2013.
SERVIDDIO,
Fabiana. Ser latinoamericano: lo precolombino como herramienta del discurso
latinoamericanista en los años setenta.
SUESCÚN POZAS,
María del Carmen. Los museos de Arte Moderno y la reconfiguración de lo local a
través de lo foráneo: Transformando a Colombia en un País" abierto". Memoria
y Sociedad, v. 3, n. 6, p. 135-142, 1999.
TAGÜEÑA, Julia. Los museos
latinoamericanos de ciencia y la equidad Latin American science museums and
equity. História, Ciencias, Saúde–Manguinhos, v. 12, p. 419-27, 2005.