segunda-feira, 13 de março de 2017

Museu Território [Tipologia 2016]

disciplina: Tipologia de Museus (2º semestre 2016)
professor: Luiz H. Garcia
Alunos responsáveis: Lucas Gabriel Ataíde, Maria Eduarda de Carvalho, Silvia Maria

Museu Território
Apropriar-se de seu patrimônio é identificar-se nele, é fortalecer o senso de pertencimento ao grupo do qual ele representa simbolicamente a identidade. Significa construir uma identidade a partir de traços de um passado comum. (IPAC, BA)

Apropriar-se de sua história, significa reconhecer sua existência identificando-se como uma parte infinita e contínua da mesma. Logo, passa-se a compreender a necessidade de preservação e conservação tanto da história oral quanto dos bens tombados, contribuindo assim para manter a história memorada, postergando-a para futuras gerações. 


O museu (uma metonímia das Minas Gerais) constituí um lugar de diálogo entre linguagens e memórias que visa a construir espaços possíveis e resgatar identidades esfaceladas. O projeto (Territórios) quer reconfigurar, sobre os territórios institucionalizados, um movimento que os desestabilize, apontando outros espaços, outras beiradas, outros limites, outras passagens. (Melendi, 2006 p.83)

Em 1895, era criado o Museu Mineiro (MM), mediante decreto, o mesmo que determinava a criação do Arquivo Público Mineiro, parte do qual futuramente integraria o acervo da instituição. O Museu, que se localiza na capital mineira, fora concebido a fim de resguardar a história do Estado de Minas Gerais, logo seu acervo atual é composto por peças de mobiliário, pinturas, numismática, armas, artigos religiosos, esculturas e elementos da vida cotidiana local.

Em 2006 o Museu Mineiro lançou o Projeto Território como parte de um compêndio de ações que aplicavam o conceito do Museu como guardião da memória e da cultura mineira, logo, levavam o público a apropriar-se de sua história. Borges e Pena afirmam: [...] Vivenciar o museu no Projeto Território nos permitiu ver além do que o olhar/guia nos oferecia enquanto visitantes. (2006, p.251). Clique para saber mais (http://territoriomuseumineiro.blogspot.com.br/)

Algumas das primeiras ações de apropriação de seu espaço musealizado propostas pelo MM foram resultado de intervenções no interior dos espaços expositivos do museu, assim como no espaço externo, tento como exemplo o Desenho Museografado, que consistiu em uma mesa onde haviam queijos em pratos brancos e as pessoas eram convidadas a se reunir em volta dela tornando-se oficiantes ou participantes.
O ritual da decoração do queijo permite que os distantes se unam e os desconhecidos se conheçam ante a mesa escura, os queijos redondos e as facas afiadas. ”(Melendi, 2006 p.82)


 
 
 
 
Mais um exemplo da apropriação de um espaço museal é a Folia de Reis, no mês da festividade uma imagem sagrada é deslocada para um dos espaços expositivos do Museu Mineiro, dando origem assim a um altar. Os Grupos de Reinados, suas Irmandades e Guardas do Congo vem de diversas cidades mineira e são convidados pelo museu para celebrar a Folia de Reis.


Naquela tarde, não distinguíamos quem eram os foliões de reis, quem eram os artistas. Não havia mesmo – e lá haverá? – diferença alguma entre quem vencia a matéria e a morte cantando e dançando ancestralmente, e quem fazia no momento recentíssimo em que a essência de goiabada subia a nossos narizes, [...] Nem distinguíamos quem eram os artistas, quem eram os funcionários. [...], os artistas mao-tsé-tunguianamente, ou, antes, sergioferramente, amassavam o pão de queijo servido quentinho aos visitantes, e todos, indistintamente, eram convidados àquela mesa; todos, livres obreiros daquela obra. (Penna, 2006 p.33)
Clique aqui para saber mais (http://museuguardas.blogspot.com.br/)
O museu através de inúmeras ações de apropriação do patrimônio, educação patrimonial vem mantendo viva as tradições e culturas do Estado de Minas Gerais, preservando tanto bens matérias quanto a história oral e o saber fazer de um povo, contribuindo assim para que a cultura mineira se postergue para as próximas gerações e demonstrando à geração atual, turistas e demais interessados a riqueza cultural mineira e sua importância para a formação do patrimônio do estado.  
 

Referências Bibliográficas:


MAGALHÃES, Francisco. Desenho Museografado: sobre a mesa de queijos e outras apropriações de um museu estadual: Museu Mineiro, 2006/2011.Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, Superintendência de Museus e Artes Visuais. Belo Horizonte,2011. 347 p.

Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Conceitos Gerais – Educação Patrimonial. Disponível em: http://www.ipac.ba.gov.br/preservacao/conceitos-gerais. Acessado em: 2 de fev 2017.

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