terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Visita ao Instituto Moreira Salles - Exposição Xingu: Contatos


 

Primeiro território indígena demarcado no Brasil, em 1961, o Xingu é a casa de populações tradicionais que enfrentam há séculos inúmeras formas de intervenção e violência e inspiram a luta pelos direitos dos povos originários. Esses movimentos foram acompanhados por uma profusão de imagens: de registros de viajantes europeus a documentos de expedições do Estado brasileiro, da extensa cobertura na imprensa à revolução desencadeada nos últimos anos pelo audiovisual indígena.

A exposição propõe uma revisão da história dessas imagens, estabelecendo diálogos entre fotografias e filmes produzidos por não indígenas desde o século XIX e o trabalho atual de cineastas, artistas e comunicadores de povos do Xingu e de outras origens. O percurso conta com obras comissionadas a autores indígenas, itens de arquivos públicos e particulares, e alusões a outras concepções de imagem presentes nas culturas xinguanas, como grafismos e narrativas orais.

Parte da história do Xingu está registrada em fotografias sob a guarda do Instituto Moreira Salles. A exposição é o marco inicial de um processo de requalificação desse conjunto de imagens, com a colaboração de pesquisadores e lideranças indígenas, por meio da identificação de pessoas, locais e situações retratadas. Buscamos, assim, colocar o acervo a serviço da reflexão crítica sobre a representação dos povos originários na história do país e do desenvolvimento de novas formas de autorrepresentação indígena. (texto curatorial de Guilherme Freitas)

Curadoria
Guilherme Freitas e Takumã Kuikuro

Assistência de curadoria
Marina Frúgoli

Online
xingucontatos.ims.com.br
#XinguContatosIMS

                
















https://ims.com.br/exposicao/xingu-contatos_ims-paulista/



terça-feira, 22 de novembro de 2022

Visita ao Intituto Tomie Ohtake - Exposição "O Rinoceronte: 5 séculos de gravuras do Museu Albertina"

No último dia de uma recente visita a São Paulo, aproveitei a dica do colega Amilcar Almeida Bezerra e fui conferir a exposição de gravuras da coleção do Museu Albertina no Instituto Tomie Ohtake. Obras de tirar o fôlego, inclusive a que dá título à mostra, da lavra de Albrecht Dürer, que ilustra um incontável número de livros, em campos tão diferentes quanto a biologia, a história e as artes. Entre outros trabalhos de artistas que admiro, me emocionou muito o "Modo de voar" de Goya, pela minha paixão de infância pela aviação, e por ilustrar a capa de um dos livros mais marcantes pra mim em toda a historiografia, "A noite dos proletários" de Jacques Rancière. Encontrei claro outros favoritos, como Klimt, Klee, Munch e Toulouse-Lautrec - evidente a preferência pela passagem século XIX-XX do coração... A disposição é essencialmente cronológica e não há maiores discussões ou criatividades expográficas. Depois de ter passado por exposições inovadoras no Museu do Ipiranga e na Pinacoteca, ficou uma certa sensação de acomodação, com seus prós e contras. Certamente que seria possível ir além da narrativa óbvia e valorizar mais o esforço de trazer uma coleção de valia como essa, e ainda precisamos insistir mais para que exposições de arte, mesmo canônicas, ambicionem ser mais efetivas em alcançar um público menos acostumado e familiarizado com tal linguagem e seus lugares-comuns, como já foi provado em outras ocasiões e instituições. Isso dito, é perfeitamente possível reconhecer a maestria dos traços de grandes artistas que atravessam os séculos.

Do site: https://www.institutotomieohtake.org.br/exposicoes/interna/gravuras-do-museu-albertina

"Os trabalhos reunidos em O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu ALBERTINA são provenientes do maior acervo de desenhos e gravuras do mundo, o The ALBERTINA Museum Vienna, fundado em 1776, em Viena, que conta com mais de um milhão de obras gráficas. A seleção das 154 peças para esta mostra, organizada pelo curador chefe do museu austríaco, Christof Metzger, em diálogo com a equipe de curadoria do Instituto Tomie Ohtake, é mais um esforço da instituição paulistana de dar acesso ao público brasileiro a uma coleção de história da arte, não disponível em acervos do país.

Com trabalhos de 41 mestres, do Renascimento à contemporaneidade, a exposição, que tem patrocínio da CNP Seguros Holding Brasil, chega a reunir mais de dez trabalhos de artistas célebres, para que o espectador tenha uma visão abrangente de suas respectivas produções em série sobre papel. “A exposição constrói uma ponte desde as primeiras experiências de gravura no início do século XV, pelos períodos renascentista, barroco e romântico, até o modernismo e à arte contemporânea, com gravuras mundialmente famosas”, afirma o curador.

O recorte apresentado traça um arco, com obras de 1466 a 1991, desenhado por artistas marcantes em suas respectivas épocas, por meio de um suporte que, por sua capacidade de reprodução, desenvolvido a partir do final da Idade Média, democratizou ao longo de cinco séculos o acesso à arte. O conjunto, além de apontar o aprimoramento das técnicas, consegue refletir parte do pensamento, das conquistas e conflitos que atravessaram a humanidade no período.

Do Renascimento, cenas camponesas, paisagens, a expansão do novo mundo pautado pela razão e precisão técnica desatacam-se nas calcogravuras (sobre placa de cobre) de Andrea Mantegna (1431–1506), as mais antigas da mostra, e de Pieter Bruegel (1525–1569), e nas xilogravuras de Albrecht Dürer (1471 - 1528), pioneiro na criação artística nesta técnica, cuja obra “Rinoceronte” (1515) dá nome à exposição. O artista, sem conhecer o animal, concebeu sua figura somente por meio de descrições. O processo, que ecoou em Veneza, fez com que Ticiano (1488 – 1576) fosse o primeiro a permitir reprodução de suas obras em xilogravura por gravadores profissionais. Já a gravura em ponta seca, trabalho direto com o pincel mergulhado nas substâncias corrosivas, possibilitava distinções no desenho e atingiu o ápice nas obras de Rembrandt (1606–1669), que acrescentou aos valores da razão renascentista a sua particular fascinação pelas sombras.

Nos séculos XVII e XVIII, possibilitou-se com a meia tinta, o efeito sfumato, e com a água tinta, a impressão de diversos tons de cinza sobre superfícies maiores. Francisco José de Goya y Lucientes (1746–1828) foi um dos mestres desta técnica, aprofundando a questão da sombra em temas voltados à peste e à loucura. Enquanto Giovanni Battista Piranesi (1720–1778) tem a arquitetura como tônica de suas gravuras em água forte, na mesma técnica Canaletto (1697–1768) constrói panoramas de Veneza.

No século XIX com a descoberta da litografia, com o clichê e a autotipia foi possível realizar a impressão em grandes tiragens sem desgaste da chapa de impressão e a consequente perda de qualidade associada ao processo. Diante disso, artistas tiveram disponível um amplo espectro de técnicas, a exemplo de Henri de Toulouse-Lautrec (1864–1901), o primeiro pintor importante a se dedicar também ao movimento artístico dos cartazes. A metrópole, sua face boêmia e libertina foram amplamente reproduzidas pelo francês, um dos pós-impressionistas, como Édouard Vuillard (1868–1940), que revolucionaram a cromolitografia e influenciaram artistas do final do século XIX e começo do XX, como Edvard Munch (1863–1944), precursor do Expressionismo, movimento no qual notabilizaram-se Ernst Ludwig Kirchner (1880–1938), Max Beckmann (1884–1950) e Käthe Kollwitz (1867–1945). Das joias da coroa austríaca estão dois de seus principais representantes: Gustav Klimt (1862–1918) e Egon Schiele (1890–1918). Como reação ao expressionismo, encontra-se George Grosz (1893–1959), um dos fundadores da Nova Objetividade, corrente de acento realista e figurativo que respondeu ao febril Período entreguerras.

A exposição, realizada com a colaboração da Embaixada da Áustria no Brasil, reúne outros nomes seminais da história da arte moderna como Paul Klee (1879–1940), um conjunto de várias fases de Pablo Picasso (1881–1973), Henri Matisse (1869–1954), Marc Chagall (1887–1985); alcança ainda artistas pop, que se utilizaram particularmente da serigrafia a partir de 1960, como Andy Warhol (1928–1987), até chegar nos mais contemporâneos como Kiki Smith (1954–), além de outros mestres do século XX."

 

Francisco Goya, Os provérbios: modo de voar. 1810-1815

Jacopo Barbari, Vista de Veneza. 1500
Pieter Brugel, o velho. A tentação de St. Antônio, 1556

Paul Klee, Virgem na árvore. 1903

Gustav Klimt, põster da 1ª Exposição de Arte da Associação dos Artistas Plásticos de Sucessão Austríaca (após a censura). 1898 

Albrechet Dürer, O monstro marinho. 1493  
Marc Chagall, Os Pintores. 1923-1927 


Edvard Munch, Madonna. 1895-1902




Algumas obras pela Folha de São Paulo

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Dedo de Prosa no Museu Histórico Abílio Barreto

 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – ESCOLA DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO - GRADUAÇÃO EM MUSEOLOGIA

DISCIPLINA FUNÇÃO SOCIAL DOS MUSEUS

TRABALHO FINAL – ALFREDO L. VIEIRA, DAISE G. CARVALHO, MARIA BEATRIZ M. SILVA, VITOR G. SANTOS

“DEDO DE PROSA” NO PARQUE DO MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO

1 - capa do trabalho


Para elaboração do trabalho final desta disciplina, consideramos que o museu, enquanto instituição, assume a função social de servir a sua comunidade, estabelecendo comunicação contínua com a mesma. Além disso, através de ações articuladas com o acervo, ele deve munir a sociedade de aparato representacional potente, capaz de projetar questões concernentes ao contexto daquelas pessoas, fazendo-as refletir sobre estruturas e processos presentes em suas próprias vidas. Podemos observar a importância deste processo através de um trecho da Mesa Redonda de Santiago que fala que o museu 

“pode contribuir para o engajamento destas comunidades na ação, situando suas atividades em um quadro histórico que permita esclarecer os problemas atuais, isto é, ligando o passado ao presente, engajando-se nas mudanças de estrutura em curso e provocando outras mudanças no interior de suas respectivas realidades nacionais.” (Mesa Redonda de Santiago, 1972)


Para explorar os efeitos que o museu exerce ao cumprir (ou não) sua função social, consideramos pertinente nos focar em um museu de cidade. O Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) foi inaugurado em 1943, com o objetivo de dedicar-se à produção e à difusão de conhecimento sobre a cidade de Belo Horizonte. Porém, esta pesquisa se foca muito menos no edifício sede ou no casarão da Fazenda do Leitão, e sim nos jardins do museu. Esses jardins, segundo descrição encontrada no site da Prefeitura de Belo Horizonte, foram concebidos para serem locais de educação e lazer. Certamente há uma programação cultural frequente nos jardins, e o museu possui acervo em sua área externa, porém algumas dúvidas permanecem: esses eventos convidam a população a desfrutar do museu como um todo? Os jardins são vistos apenas como espaços de entretenimento sem relação nenhuma com o MHAB? As pessoas que frequentam esse espaço estão cientes de que ele pertence ao conjunto arquitetônico e de funcionamento do museu? E como averiguar as noções que as pessoas têm a respeito do museu e de seus jardins?

Para realizarmos a proposta, nos dividimos em 2 duplas, e cada uma visitou o museu para realizar a pesquisa de campo em dias diferentes, a primeira dupla foi em um dia de semana, onde não havia muito movimento e as pessoas estavam menos acanhadas a interagirem com os entrevistadores, já a segunda dupla, foi em um domingo, onde especialmente, ocorreu a realização de um show no local. Neste dia, foi bem mais fácil a realização do trabalho, pois as pessoas estavam mais abertas para o diálogo (inclusive um dos entrevistadores tomou uma cerveja oferecida pelo entrevistado). Foram realizadas entrevistas bastante amistosas nesse dia, houve uma grande troca de experiências, principalmente por parte dos entrevistados, onde eles compartilharam diversos momentos e fatos de sua vida, que principalmente, se relacionavam com o museu. O clima amistoso estava mais que comprovado, pois ao longo das entrevistas as próprias pessoas que estavam passeando pelo local, estavam interagindo entre si, comentando sobre diversos assuntos, sendo eles, política, o museu, o cantor que se apresentou e etc.



2 - Visitantes do jardim do Museu Histórico Abílio Barreto e Casarão ao fundo


Já pelos resultados, podemos extrair algumas coisas interessantes, primeiro devemos observar a faixa etária dos entrevistados, que flutua em uma média entre os 35 e 60 anos (haviam algumas que tinham idades fora desse espectro). Outra coisa interessante a se notar é sobre o que as pessoas acham do local, uma grande maioria fez grandes elogios, falas como “local de terapia” e de “descanso emocional” foram frequentes, mostrando que a calmaria e a tranquilidade do lugar é um ponto forte na atração do público., e sobre a duração da permanência dos visitantes na praça é bem variável , tendo visitantes que informaram ficar no local por até 4 horas, assim sendo possível concluir que falta de tempo para a visitação ao museu, não é um problema na maioria dos casos. Já sobre a pergunta que falava sobre a entrada no museu, podemos identificar 2 respostas interessantes, uma onde o entrevistado disse que o museu era interessante, mas “não muito convidativo” e outra onde um estrangeiro entrevistado disse não ter entrado pois o idioma predominante no museu é o português. Essas respostas nos levam a pensar numa possibilidade de intervenção no museu que faça com que ele seja mais atrativo para o público, podendo ser por exemplo, a inserção de legendas em outros idiomas (visto que Belo Horizonte é uma cidade que atrai muitos turistas) e também alguma ação que faça com que o público se sinta cativado a entrar. Sobre a história da casa onde o museu está localizado, grande parte estava ciente, mas quando falamos sobre o outro prédio, a situação muda, vários entrevistados diziam não saber sobre a função do edifício, mostrando a nós uma noção territorial do museu limitada (deve ser combatida com ações que introduzem a área local e os seus arredores aos visitantes da praça). Após o final da entrevista, convidamos os entrevistados a participarem de uma roda de conversa e uma visita ao museu, para conversarmos um pouco sobre o lugar e fazer uma troca de experiências, porém, nenhum entrevistado se disponibilizou.

REFERÊNCIAS

IBRAM, Instituto Brasileiro de Museus & Programa Ibermuseus. Mesa redonda sobre la importancia y el desarrollo de los museos em el mundo contemporáneo: Mesa Redonda de Santiago de Chile, 1972.

MOUTINHO, M.. Sobre o conceito de museologia social. Cadernos de Sociomuseologia Centro de Estudos de Sociomuseologia, América do Norte, 1, Mai. 2009.

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Museu Histórico Abílio Barreto - MHAB. [S. l.], 25 jan. 2018. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/fundacao-municipal-de-cultura/museus/mhab. Acesso em: 9 out. 2022.

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. BH em Cantos: Museu Histórico Abílio Barreto. [S. l.], 17 ago. 2017. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/bh-em-cantos-museu-historico-abilio-barreto. Acesso em: 9 out. 2022.

ROSAS MANTECON, Ana. Usos y desusos del patrimonio cultural: retos para la inclusión social en la ciudad de México. An. mus. paul. [online]. 2005, vol.13, n.2 [cited  2014-08-19], pp. 235-256 .

SANTOS, M. Capítulo IV - reflexões sobre a nova museologia. Cadernos de Sociomuseologia Centro de Estudos de Sociomuseologia, América do Norte, 18, Jun. 2009.





Proposta para o Museu de Artes e Ofícios - Legendas expandidas como intervenção

Grupo responsável pelo trabalho de intervenção museal proposta dentro da disciplina Função Social dos Museus :

Evelyn Martins
Juliane Martins
Kézia Miguel
Vitú de Souza

Museu de Artes e Ofícios (MAO)

O Museu de Artes e Ofícios é constituído pela coleção de objetos industriais e pré-industriais, que pautam as narrativas dos trabalhos exercidos na região de Minas Gerais.

Sua composição enquanto museu, partiu de uma frente de trabalho que envolveu diversos pesquisadores da Museologia, oriundos de perspectivas diferentes tanto sobre o acervo e exposição do museu, quanto a narrativa central do museu em si.

A assinatura da Expografia por Maria Ignez, dentro do projeto museográfico de Pierre Catel, apontou para uma perspectiva rasa e conivente do que foram os trabalhos forçados no Brasil, ponto este que inaugura uma ruptura na curadoria do museu já no início do projeto. O historiador Nicolau Sevcenko entendia que o Museu de Artes e Ofícios tinha o dever de contextualizar o trabalho escravo no Brasil, em seu texto de consultoria.

O Acervo Flávio Gutierrez

Dentre o acervo com diversos objetos (de aspecto) tecnológico sobre a evolução do trabalho humano no Brasil, observamos uma divisão de objetos de comércios, objetos de saberes específicos e de uso doméstico.

Todos recolhidos durante a acumulação de pertences matérias da Coleção Flávio Gutierrez, durante sua composição no Museu, muito se reflete no remanejamento desse acervo, entretanto nos relatórios e nas pesquisas pós composição do Museu, não surge o questionamento de o que leva um colecionador de objetos reunir em seu entendimento pessoal de patrimônio próprio, objetos que são vinculados ao
trabalho escravo no Brasil.

Afinal, porque expor uma balança de escravizados de uma coleção privada, numa
cidade republicana?
 

 

A Balança de Escravizados

A Balança de Escravizados, presente na exposição do MAO, está disposta sem qualquer reflexão e problematização, pois corrobora com o processo de espetacularização da memória colonial, revivendo imageticamente o poder e tirania de uma elite colonial, que pautou e subjugou a produção industrial sob o trabalho forçado.

Tanto a comissão curatorial do museu quanto diversos pesquisadores, entram em dissenso sobre a efetividade daquele objeto, bem como sua contribuição com o restante do acervo. Ciente disso, e em respeito a sua expografia original e restritamente inalterada, realiza um processo de apagamento de sua existência, agindo tal qual a sociedade brasileira, prática com o racismo todos os dias.

Ao expor a Balança é necessário refletir que o Tráfico de Africanos pelo oceano Atlântico, escravizou, estuprou e torturou mais de 4 milhões de pessoas, por um período de tempo de 3 séculos (XVI ao XIX). Sendo desta maneira, a representação de uma memória traumática, para diversos dos descendentes (africanos em diáspora) deste processo. Expor sobre a perspectiva de remontar ou pautar uma história que em específico é falsa, uma vez que esta balança não possui históricos concretos, de utilização em território brasileiro, corroborando assim somente na manutenção e horror visual da austeridade branca hegemônica, racista que age de formas subconscientes nas sequelas e mazelas de diversos brasileiros, todos os dias.

O exercício de apologia a regimes políticos genocidas é crime comum em diversos países, pouco se faz na violência conceitual aplicada aos usos de objetos dessa natureza e tipologia em diversos museus do Brasil, e nesse sentido o Grilhão e a Suástica, possuem pesos diferentes e contextos diferentes, mas atuam em funções similares na perpetuação da memória e soberba de eurodescendentes.

Referência

GONÇALEZ, Sofia. O Trabalhador Negro no Museu de Artes e Ofícios:
Representação e Silenciamento. Programa de Pós-Graduação Interunidades em
Museologia da Universidade de São Paulo (PPGMus-USP). 3° Sebramus. Pará.
2021. p.1-22.

Intervenção no Museu Casa Kubitschek

 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG

ESCOLA DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – ECI

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MUSEOLOGIA

FUNÇÃO SOCIAL DOS MUSEUS

PROFESSOR: LUIZ HENRIQUE ASSIS GARCIA

ALUNOS(AS): Ana Beatriz Foscolo Gomes, Adriana Lage B. Souza, Maria Elisa Pereira Aguiar, Marco Tulio Dias M. B. Ferreira, Nara Santana da Silva e Thais de Souza Costa


TRABALHO DE CAMPO - FUNÇÃO SOCIAL DOS MUSEUS

01 - Fachada da Casa Kubitschek

1. EMBASAMENTO HISTÓRICO

O Museu Casa Kubitschek (MCK) é um museu histórico localizado na orla da Lagoa da Pampulha, mais especificamente em uma edificação construída na década de 1940, a qual foi destinada para ser, além de residência de fim de semana do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, modelo para o projeto arquitetônico desenvolvido pelo prefeito, pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o paisagista Burle Marx e o pintor Cândido Portinari: A Pampulha.

Como reflexo de tais idealistas, a casa possui um telhado em forma de asa de borboleta e planos inclinados, marcas da arquitetura de Niemeyer. A instituição ocupa 680 m² de um terreno de 2.800 m², sendo reconhecida como um dos exemplos da arquitetura modernista brasileira presente na região. Sua história esbarra na vida de dois patronos: a família Kubistchek e a família Guerra, sendo os últimos os responsáveis pela assinatura do Termo de Desapropriação em 2005 - o qual transferiu o imóvel para a prefeitura. Em 2008 iniciou-se as obras de reestruturação da arquitetura para os moldes originais desenhados por Niemeyer, bem como a adaptação do espaço para a instalação do Museu Casa Kubitschek, tendo como base o projeto desenvolvido pela Diretoria de Patrimônio da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

A articulação de todos esses elementos resultou em uma residência singular, que recebeu proteção legal por meio do tombamento Federal (1997), Estadual (2009) e Municipal (2003) (Plano Museológico, p.12). O tombamento estadual da Casa Kubistchek foi aprovado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural – CONEP - em 30 de junho de 2009 e inscrito nos Livros n.° II, III e IV, respectivamente, do tombo de Belas Artes, do tombo Histórico, das obras de Artes Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos e do tombo das Artes Aplicadas. 

2. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO e JUSTIFICATIVA

Tendo em vista a relevância então mencionada, a importância cultural que o MCK expressa para a interpretação crítica do Complexo da Pampulha através do seu acervo institucional e operacional fica clara. Sendo assim, além de suas atribuições museais obrigatórias, possui um papel crucial no debate sobre o que significa morar e transformar um espaço geográfico em um lugar cultural. 

Desta forma, o grupo busca propor uma reflexão ao lado dos visitantes espontâneos da instituição e um grupo de estudantes de Paisagismo da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) sobre os argumentos até então tecidos pela exposição “A casa que mora em mim”. Em suma, o objetivo central é refletir sobre o lugar do público a partir de seus pontos de vista e considerações. Para tal feito, será utilizada a metodologia de entrevistas in loco. Sendo assim, questionamos: O que o motiva estar ali? Qual o que espera encontrar? Quer se encontrar na exposição e/ou entrar em contato com questões que nunca pensou? De que forma o público consegue perceber o espaço como lugar de conhecimento a partir do que observa na exposição?

Para nortear nossas perguntas, refletiremos sob a perspectiva da Função Social do Museu, conforme definição apresentada na conclusão da Mesa Redonda de Santiago em 1972: “ (...) o museu é uma instituição a serviço da sociedade, da qual é parte integrante e que possui nele mesmo os elementos que lhe permitem participar na formação da consciência das comunidades que ele serve” (p. 360/361). Somado a isso, nos norteia também a definição de PRIMO (2009. p 361) perante o conceito de Museu Integral, sendo ele um espaço "destinado a proporcionar à comunidade uma visão de conjunto de seu meio material e cultural". Dessa forma, justificamos a nossa ideia por entendermos que o entender o público é  um instrumento que permite a instituição museal aperfeiçoar suas ações de comunicação, educação e formação de consciências.

No que tange a Instituição, o estudo pretende contribuir para elucidar algumas das condições que podem promover o acesso ao museu e, eventualmente, incentivar a participação da comunidade em um esforço da instituição em atender o conceito de Museologia Social que, segundo MOUTINHO (2009), “traduz uma parte considerável do esforço de adequação das estruturas museológicas aos condicionalismos da sociedade museológicas aos condicionalismos da sociedade contemporânea.”

3. ROTEIRO DA ENTREVISTA

A publicação Tecnologia Social da Memória (2009)  apresenta as etapas do desenvolvimento de projetos de memória e procura sistematizar a maneira de realizar entrevistas de modo a obter dos entrevistados a melhor forma de narração de suas experiências.

“Roteiro de Perguntas - O roteiro é uma sequência de perguntas elaboradas pelo entrevistador (ou pelo grupo) que o ajuda a preparar-se para a entrevista. Não deve ser entendido como um questionário rígido, mas como um guia para estimular o entrevistado.” (Tecnologia Social da Memória, 2009).

Perguntas introdutórias sobre o visitante - Perguntas de desenvolvimento - Perguntas Descritivas: aquelas que recuperam detalhes envolventes e familiarizados para os(as) entrevistados(as).

02 - Entrevistas

03 - Entrevistas

04 - Entrevistas

4. MODELO DO FORMULÁRIO PARA A PESQUISA

05 - Formulário

5 - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DE CAMPO

O grupo se reuniu para a definição da proposta de intervenção no Museu Casa Kubitschek, que tem relevância histórica e que, de alguma forma, contribui para o desenvolvimento sócio-cultural da população local, bem como para os visitantes da capital.

Foram abordados visitantes  avulsos e também, integrantes do grupo de estudantes da disciplina de Paisagismo da UEMG, estavam participando de uma visita guiada a respeito dos jardins de Burle Max e da arquitetura do museu.

6 - Entrevistas

7 - Cartaz usado para atrair o público
8 - Estudantes da UEMG

9 - Participação dos estudantes

10 - Entrevista dinâmica

11 - Equipe responsável pela elaboração do trabalho

12 - Integrantes do grupo com supervisora do MCK


13 - Recortes da exposição "A casa que mora em mim"

6. Conclusões 

Diante da análise dos dados coletados, foi possível perceber algumas características e comportamentos específicos dos visitantes em relação à instituição e às expectativas que estes possuíam sobre o museu. Em primeiro lugar, foi perceptível que muitos não sabiam da existência do museu naquela região, ainda que fossem moradores de Belo Horizonte e que a casa já estivesse instalada como museu há 9 anos. Também foi possível encontrar visitantes de fora de Belo Horizonte, sendo esse um elemento que revela o potencial turístico que a instituição possui. Além disso, foi possível observar que as visitas são realizadas, na maior parte das vezes, por duplas ou grupos, podendo ser visto como um ambiente no qual os indivíduos gostam de ir na companhia de outras pessoas. Entre essas pessoas, estão amigos, familiares, casais e grupos escolares/acadêmicos, fato que demonstra, neste sentido, a capacidade que o espaço museal possui como meio de socialização dos indivíduos.

A respeito das expectativas sobre o museu, é correto afirmar que foram encontradas diversas perspectivas em relação à história da casa e da figura histórica à qual pertenceu o local, o presidente Juscelino Kubitschek. Sob esse viés, espera-se que o museu conte mais sobre a história do imóvel e de Juscelino, e as características típicas da arquitetura moderna do conjunto arquitetônico da Pampulha. Seguindo essa mesma linha, ao mesmo tempo em que a exposição sobre bordados era esperada por alguns, para outros foi uma surpresa, pois não imaginavam encontrar uma exposição temática. Somado a isso, as impressões que os visitantes geralmente possuíam do museu eram positivas, dando foco principalmente aos jardins de Burle Marx e às características arquitetônicas do local. Com isso, o ambiente museológico servia como um local de salvaguarda e valorização do patrimônio da cidade. De encontro com o anseio de muitos visitantes encontraram, dentro da casa-museu, objetos da exposição e do espaço museológico que geram identificação com características do próprio cotidiano. Entre os itens citados, móveis, plantas e peças de bordado foram mencionados nas opções propostas em nossa pesquisa, mostrando o fato de que o museu  pode gerar identificação com os visitantes, tanto em relação ao acervo quanto aos detalhes das construções e dos jardins. Foram obtidos resultados de satisfação dos entrevistados, que alegaram ter gostado da temática e do acervo exposto, demonstrando interesse em visitá-la novamente, além de convidarem outras pessoas. Outras pessoas demonstraram interesse em retornar ao museu para conhecer exposições com outros temas. Por exemplo, propostas de exposições sobre a história de Belo Horizonte e, em especial, de Juscelino Kubitschek. 

Sobre o tipo de público presente no museu, percebeu-se que de um universo de treze pessoas entrevistadas, a maior parte delas possuem o hábito de frequentar museus de forma assídua, com a frequência de pelo menos uma vez ao mês. Em menor número estavam aquelas que visitavam museus com uma frequência menor, de pelo menos uma vez ao ano. Após conhecerem o museu, os indivíduos demonstraram preferências relacionadas à construção do espaço, aos jardins, ao acervo e à exposição que está ali, intitulada “A casa que mora em mim”. Desse modo, também houve uma preferência por uma maior divulgação do museu e das atividades que a instituição realiza através de redes sociais, sendo o instagram uma das plataformas mais requisitadas. Universidades, rádio, televisão e centros de cultura também foram meios de comunicação e locais citados como meios de divulgação das atividades do museu, visto que muitos não sabiam a respeito do museu e das atividades educativas que são desenvolvidas no ambiente. A partir disso, foi possível concluir que existe grande interesse no que diz respeito à participação de atividades educativas desenvolvidas pelo museu. Também foi perceptível o alto número de pessoas com crianças dentro do convívio, sendo os grupos escolares, os panfletos e os e-mails as formas de divulgação consideradas mais eficientes. 

Diante das observações realizadas pelos estudantes, foi possível perceber que a função do museu enquanto instituição não está somente ligada à conservação e salvaguarda do patrimônio histórico. Percebemos que o museu tem um importante papel de promover, além das funções supracitadas, o conhecimento acerca das exposições montadas dentro do espaço museológico e do museu como um todo. Através das exposições e dos recursos educativos, pode-se utilizar uma série de abordagens para transmitir informações e, em adição a isso, fazer com que o indivíduo construa a própria capacidade crítica dentro das narrativas que o museu oferece. Com isso, o visitante pode, dentro das possibilidades que o local apresenta, identificar-se ou não com o que lhe é apresentado. A partir disso, é possível constatar a capacidade de apresentação ao público de um novo ponto de vista sobre uma série de questões do mundo que o cerca, que possuem relação com a sociedade, com a memória, com a história e com a identidade. 

Por outro lado, percebemos que o pouco tempo para a construção da ideia central para o projeto e sua aplicação em curto período do dia na instituição, foram pontos negativos nesse processo de trabalho de campo. A limitado número de entrevistados, com a sua maioria de um mesmo núcleo de estudo, torna o resultado ainda insatisfatório para uma conclusão categórica sobre a função social dos museus. No entanto, é possível verificar nesse universo mediano que os museus dispõem de elementos capazes de desempenhar essa função social, por meio do lazer; do entretenimento; da propagação do conhecimento científico, histórico e artístico; podendo influenciar na construção de um pensamento e senso crítico diante do mundo. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNARDES, Ana K, LIMA, Claudia, ARAÚJO, Vanessa B. Plano Museológico Museu Casa Kubitschek. PMBH. SMC. FMC. Diretorias de Museus. Museu Casa Kubitschek, 2020-2024.


MOUTINHO, M.. Sobre o conceito de museologia social. In.: Cadernos de Sociomuseologia Centro de Estudos de Sociomuseologia, América do Norte, 1, Mai. 2009.


PRIMO, J. Pensar contemporaneamente a museologia. In.: Cadernos de Sociomuseologia Centro de Estudos de Sociomuseologia, América do Norte, 16, Jun. 2009.


RAMOS, Francisco Régis Lopes. A danação do objeto: o museu no ensino de História. Chapecó: Argos, 2004.


RELATÓRIO FINAL DA PESQUISA O “não público” dos museus: levantamento estatístico     sobre o "não ir" a museus no Distrito Federal. CPIM/DEPMUS/IBRAM. Brasília,09/2012.


SANTOS, M. C. T. M. (1). Reflexões sobre a nova Museologia. In.: Cadernos De Sociomuseologia, 18(18). Disponível em: <https://revistas.ulusofona.pt/index.php/cadernosociomuseologia/article/view/363>.  Acessado em:26/09/2022


TECNOLOGIA SOCIAL DA MEMÓRIA (2009). Fundação Banco do Brasil, Abravídeo e Museu da Memória. Disponível em: <https://acervo.museudapessoa.org/pt/entenda/portfolio/publicacoes/metodologia/tecnologia-social-da-memoria-2009>. Acessado em :25/09/2022





terça-feira, 1 de novembro de 2022

Onde estão as Mulheres na Ciência?

DISCIPLINA FUNÇÃO SOCIAL DOS MUSEUS - ECI102
PROFESSOR: LUIZ H. GARCIA
ALUNOS(A):Aléxia Domingues, Ana Carolina
Fiuza,Bia Pimentel, Bruna Caroline, Laura Braga
Melo, Marcelo Henrique de Souza, Nana Fernandes
Albuquerque.

Onde estão as mulheres na ciência? - Essa foi a pergunta geradora da intervenção realizada no Espaço do Conhecimento como trabalho final para a disciplina Função Social dos Museus, do curso de Museologia da UFMG. O tema foi escolhido com o objetivo de dar visibilidade para mulheres que contribuíram (e contribuem) ao longo dos anos para o campo científico e acadêmico, mas que tiveram seu protagonismo apagado e esquecido. É pelo resgate dessas figuras e vozes que pensamos em uma intervenção que trouxesse o rosto, história e contribuição dessas mulheres cientistas para dentro do Espaço do Conhecimento.

A instituição não foi escolhida por acaso, já que muitos fatores contribuíram para a escolha do grupo, alguns como: ser um espaço de divulgação científica; um museu que pertence à Universidade Federal de Minas Gerais e estar localizado no Circuito Liberdade. Somente esses motivos já seriam suficientes para a escolha, já que a intervenção é, principalmente, um questionamento sobre as figuras hegemônicas que representam o meio científico. Mas o grupo não parou por aí.

Uma das integrantes, bolsista da instituição na área de estudos de público, forneceu ao grupo informações muito relevantes que foram fundamentais para a escolha definitiva do Espaço do Conhecimento como objeto de intervenção neste trabalho. A instituição, a partir de pesquisas de público, possui dados que foram levados em consideração, sendo eles: mais da metade do público que visita o Espaço do Conhecimento são mulheres, muitas delas que foram ou são estudantes universitárias. Ou seja, a instituição possui um público majoritariamente feminino e que está incluído, de alguma forma, no meio científico, mas uma pergunta ainda permanece: Onde estão essas mulheres cientistas dentro de um espaço de divulgação da ciência?

As respostas, o grupo busca trazer dentro da intervenção realizada.

A intervenção foi feita utilizando cartazes em tamanho A4 que trazem os rostos e contribuições dessas mulheres para a ciência. É importante ressaltar que um recorte interseccional foi feito pelo grupo, ou seja, na intervenção tratamos sobre mulheres negras, indígenas e da comunidade LGBT, nessa tentativa de pautar outras minorias sociais no campo científico e acadêmico. Além disso, tivemos como inspiração uma intervenção realizada no prédio da Escola de Ciência da Informação da UFMG, promovida pela Rede Museologia Kilombola, que questiona o espaço dos negros dentro da Museologia e do campo da ciência, trazendo uma discussão sobre uma perspectiva museal antirracista.

Intervenção realizada no prédio da Escola de Ciência da Informação da UFMG pela Rede Museologia Kilombola


Referências

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