terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Museu Regional de São João del Rei: Desafios Metodológicos do Registro da História Institucional, por meio das vozes dos funcionários

ECI - UFMG

Curso: Museologia

Disciplina: Metodologia da pesquisa histórica em museus

Prof.: Luiz H. Garcia

Aluna: Rosiane da Silva Nunes


Museu Regional de São João del Rei: Desafios Metodológicos do Registro da História Institucional, por meio das vozes dos funcionários.

O MRSJDR é um museu federal considerado tradicional, fundado em 1958 e que passou por diversos diretores, funcionários e redirecionamentos políticos à medida que os sucessivos governos federais transitavam pelo poder. Resultado de uma política cultural, atualmente pertence ao IBRAM, ele traz intrínseco à sua história, inúmeras consequências das instabilidades governamentais. Compreender esses processos foi abundante manancial que debruçamos em pesquisas e sistematizamos.

Trazemos aqui algumas referências sobre a tese de doutoramento ‘Vozes do Museu Regional de São João del Rei’, onde intencionamos apresentar essa experiencia por estar em consonância com a disciplina ‘Metodologia da Pesquisa Histórica em Museus’, porque traz exemplo prático dessa categoria de investigação, onde trabalhamos com fontes primárias e secundárias.

(Fonte: arquivo pessoal, estagiário Guilherme, pesquisando em fonte primária)

No entanto, foi na fonte secundária, utilizando o método da história oral, que focamos esse trabalho. Destacamos que desde sua origem ela traz a voz dos excluídos. A história oral é a materialização das narrativas orais para o documento escrito, não é novidade esse processo. No entanto, a moderna história oral surge em 1948 , na Universidade de Colúmbia, em Nova York, e sua inovação é a utilização de equipamentos para capturar e  

salvaguardar os relatos orais. Esta categoria privilegia “vozes” esquecidas

(Fonte: arquivo pessoal, participantes da entrevista, fonte secundária)

pela história oficial  e registra a história do tempo presente. Acreditamos que um museu mais democrático com perspectivas de participação diversificada do seu público interno pode fazer uso da história oral, ela pode ser  uma forma de estreitar as comunicações e trazer as vozes carregadas de experiências de      seus funcionários. Ouvir suas reivindicações, angústias, descortinar opiniões por meio de diversos olhares pode contribuir para ampliar a compreensão da cultura institucional de um museu.

Neste sentido trabalhamos com a moderna história oral e utilização da transcriação conforme preconiza o NEHO.  Ressaltamos que foi um exercício de escuta do outro, ação-reflexão-ação coletiva e constante autoanálise. As vozes dos funcionários deram o tom, caminhos e encaminhamentos para um Museu com responsabilidade social. 

As narrações foram os principais elos de ligações entre passado, presente e vontade de futuro. Diversos olhares foram desvelados e a multiplicidade de experiências possibilitou ampliar a consciência acerca da organização. Ouvindo e agindo conjuntamente o museu transformou-se numa grande ação educativa. Os funcionários passaram a ser agentes do desenvolvimento da instituição e contribuíram para a interação com a comunidade. As experiências transpassaram a todos os envolvidos nesses processos, por meio da escuta do outro e uso da ‘História Oral’ trouxemos a perspectiva da Sociomuseologia para um museu federal e tradicional.

No entanto, na defesa do doutoramento, passamos por um problema metodológico, que somente foi resolvido após. No vídeo a seguir, vou narrar oralmente como forma de autoetnografia (Adams, Ellis, Jones & Bochner 2011, 2015), e autoanalise (Boudieu, 2005).

Vídeo

https://wetransfer.com/downloads/9ee6c6ef64fbb2464f929d57c0251c2e20210822222159/eba2d8

Espero que essa experiencia venha a contribuir e motivar para que a história seja registrada pelas vozes de quem realmente é protagonista da ação.


REFERÊNCIAS


Adams, T; Ell is, C.; Jones S. (2015) Autoethnography: Understanding Qualitative Research Series. New York: Oxford University Press.


Bourdieu, P. (2005). Esboço de auto-análise. São Paulo: Companhia das Letras.

Desvallés, A.; Mairesse, F. (orgs.) (2013) Conceitos-chave de Museologia. São Paulo: ICOM- BR; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Secretaria de Estado de Cultura.

Larossa, J. (2002). Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Barcelona: Universidade de Barcelona.

Meihy, J.C. (2005) Manual de História Oral. São Paulo: Edições Loyola.

Meihy, J.C.; Holanda, F. (2007). História Oral: como fazer como pensar. São Paulo: Contexto.


Nunes, R. (2021). As vozes do Museu Regional de São João del Rei. Lisboa: ULHT.

Link: https://ufmgbr-my.sharepoint.com/:b:/g/personal/rsnunes7_ufmg_br/EUFvsVwmN0dJt5-bbSMfvxUB_bafk4GCXOsQIxPkJRTq-g?e=U9USgP

Monumentos na cidade de BH: o Busto de Anita Garibaldi e o Monumento ao Expedicionário



Universidade Federal De Minas Gerais
Escola de Ciência da Informação
Metodologia de Pesquisa Histórica em Museus
Professor: Luiz Henrique Garcia
Grupo: Camila Pinho, Raphael Cassimiro

Monumentos na cidade de BH: o Busto de Anita Garibaldi e o Monumento ao Expedicionário

A pesquisa em questão busca entender a relação da cidade com seu patrimônio através de dois monumentos na cidade de BH: o Busto de Anita Garibaldi e o Monumento ao Expedicionário (popularmente conhecido por monumento do pracinha). Ambos são estátuas que representam conflitos históricos e ambas foram movidas fisicamente de seu local original e, com a realização da pesquisa, buscamos entender o motivo que foram foram movidos de lugar, como foi a integração de seus antigos e novos espaços com a cidade e como principalmente o cidadão belorizontino vê e percebe essa mudança.

O busto em bronze de Anita Garibaldi, heroína brasileira que lutou bravamente na Guerra dos Farrapos, é de autoria do italiano João Bassi. Em 1913 foi instalado na praça Rui Barbosa, uma das principais da cidade. Houve um caso de perseguição contra a imagem de Anita por conservadores que não aceitavam o destaque dado a uma mulher guerrilheira que tinha se separado do marido. O busto transitou sem lugar pelo parque municipal até 1929, onde foi instalado em sua atual residência a Ilha dos Amores, projetada especificamente para abrigar o monumento.


Idealizado por Antônio Nascimento, um ex - pracinha, o Monumento ao Expedicionário foi erguido em memória dos mineiros que durante a II Guerra Mundial perderam a vida nos campos da Itália. Sua inauguração ocorreu em 1952, na Praça Rio Branco, popularmente conhecida por Praça da Rodoviária. No ano de 1981, em razão das modificações efetuadas na praça, foi transferido para a Praça Carlos Chagas. Posteriormente, devido os protestos dos ex- pracinhas que reclamaram da estátua estar fora do centro da cidade onde poderia ser vista por um número maior de pessoas, foi transferida para a Praça Afonso Arinos em 1986 e, em 2012, também questões de manifestações contra o monumento, foi movido para canteiro central da avenida Francisco Sales, no bairro Floresta, em frente ao museu das Força Expedicionária Brasileira onde ficou por um tempo até ser movido para dentro do museu. Atualmente o museu encontra-se localizado na Rua dos Tupis onde o monumento foi integralizado como parte do acervo.



Devido à pandemia, decidimos fazer uma pesquisa de público com os moradores através de dois grupos de Facebook sobre a cidade, o “Fatos e Fotos da Antiga Belo Horizonte” e “Fotos Antigas de Belo Horizonte”. Definimos quatro perguntas que englobam o tema, que foram: 1- No seu dia-a-dia, você costuma passar por algum monumento? Sabe a história dele ou tem algum laço afetivo próprio para nos contar? 2- Você já viu um dos dois monumentos citados acima? Conhece sua localização? 3- O que você acha das mudanças de localização? 4- Você acredita que a mudança de sua localização interfere no seu significado? Como?. As perguntas renderam uma série de comentários que foram de extrema ajuda para descobrir não só a percepção dos moradores como também informações que não foram possíveis de achar de forma online como a atual localização do monumento do pracinha.

Pela análise dos comentários feitos na publicação foi percebida uma relação bem próxima dos moradores com a cidade que não tardaram a dizer o quanto apreciam a existência dos monumentos e que gostariam principalmente de contar com mais informações e placas de identificação no qual fosse possível se informar sobre a história por trás da imagem. Sobre o busto de Anita o morador Paulo Rimsa definiu que “colocar o busto da Anita no meio de uma lagoa é o mesmo que escondê-lo” o que fica provado no comentário de Ramiro Gomes de Faria que disse que “o busto eu nunca vi e nem sabia que existia, apesar de ter morado no centro por anos”.

O Monumento ao Expedicionário foi muito comentado pelos moradores, que relataram com desgosto as depredações da estátua enquanto ela residia na praça Afonso Arinos. Wellington Fernandes relatou que “passava quase que diariamente por ele, à caminho do colégio. Já tive o desprazer de vê-lo desrespeitado das piores formas possíveis. Já vi essa estátua com sutiã, com boca breada de batom vermelho, com um cigarro colado com chicletes, também na boca e com um rato morto pendurado com barbante na baioneta”. A questão financeira como um impedimento de acesso à informação e como isso cria uma barreira entre o morador e o monumento também foi ressaltado nos comentários como o de Carlos Gilberto Queiroz que disse “me desculpe pela sinceridade, mas nos dias atuais com tanta diferença social só quem tem tempo para símbolos históricos são os ricos que ostentam nomes de parentes que foram importantes no passado, a classe de maior necessidade de sobrevivência interessa é com a própria sobrevivência de seus familiares.”

É visto que as pessoas da cidade se identificam com os elementos da paisagem urbana e criam uma relação com o patrimônio ao passar e conviver com os monumentos, que contam uma história de um determinado local a partir das memórias que ele evoca e o ambiente que ele se instala. Os significados de um monumento e os significados atribuídos a ele podem tomar rumos imprevisíveis de acordo com as mudanças ocorridas na sociedade e nas gerações e, durante essa mudança, podem haver uma série de manifestações que marcam um monumento como a depredação, uma pixação, uma restauração e também sua mudança de localização. Esses fatores são percebidos e sentidos pelos moradores que são peças fundamentais para se entender a história do monumento.


Referências Bibliográficas:

CRUVINEL, Eduardo Henrique de Paula. Monumentos, memória e cidade [manuscrito]: estudos de casos em Belo Horizonte. Dissertação (Mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável) Escola de Arquitetura, UFMG, Belo Horizonte.

GARCIA, Luiz Henrique A. Possibilidades abertas: relações entre pesquisa e acervo em uma exposição de museu histórico. Cadernos de Pesquisa do CDHIS. Uberlândia: UFU, V. 23, N. 1 , 2010, pp. 23-39.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Memória e cultura material: documentos pessoais no espaço público. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 89-104, 1998.

WENDERS, Wim. “A Paisagem Urbana” In: Revista do Patrimônio Histórico. Rio de Janeiro: IPHAN, n. 23, 1994, p.181-189.



Historiografia dentro das narrativas de documentário

 ECI/UFMG: Metodologia da pesquisa histórica em museus

Professor: Luiz Henrique Assis Garcia

Alunos: Álisson Valentim, Camila Guelfi, Clara Duarte Lara, Priscilla Tôrres e Rafaella Brandão

Historiografia dentro das narrativas de documentário

Introdução

Napolitano (2005), ao discorrer a respeito do uso das fontes históricas audiovisuais na historiografia, recomenda que o historiador não deve considerá-las como conexões diretas e objetivas com o passado, tampouco como absolutamente subjetivas por conta de seu caráter estético. As fontes audiovisuais e suas técnicas de produção não devem ser vistas como neutras. O historiador deve, sobretudo, buscar uma associação entre a linguagem (os processos de filmagem, edição, etc.) e o conteúdo (a narrativa propriamente dita) de suas fontes audiovisuais. A pesquisa histórica deve portanto, enquanto mantém os seus rigores sistemáticos e metodológicos, levar em consideração a decodificação da linguagem e o conteúdo das fontes audiovisuais.     

A ânsia de se apropriar dessas fontes multisensoriais como se fossem portais de viagem no tempo, de acordo com Rodrigues (2016), é historicamente intensificada quando se trata do cinema documentário. O uso da técnica de entrevistas, por exemplo, amplificado no Brasil nos anos 60, desencadeou uma noção de “voz da experiência”. Isso é perigoso não apenas porque toda forma de representação do passado tem um grau de subjetividade, mas também porque não existe um passado que seja “a verdade absoluta”. A seguir, faz-se uma análise breve de duas dessas fontes audiovisuais, cujos conteúdos abordados circulam a experiência de urbanização e de habitação de comunidades marginalizadas de Belo Horizonte, MG. 


Memórias do Aglomerado 2


    

O documentário aborda a  relação dos moradores de BH com as estruturas urbanas, partindo do ponto de vista das pessoas, a partir do seguinte questionamento: como a narrativa apresenta-se no audiovisual? O documento é um conjunto de relatos orais, fonte primária. Embora Tucídides mencione a instabilidade do relato oral, é necessário trazer a representatividade das vivências das pessoas que estão à margem social, que Peter Burke nomeia como história vista de baixo. Burke (1992, p. 198), sobre história oral, conclui que, em sua metodologia, o historiador deve prezar pela continuidade histórica a partir das narrativas que lhe são apresentadas e menciona que a riqueza de detalhes é presente na história oral a partir das reminiscências pessoais em análise antropológica (BURKE, 1992, p. 192, 193).

O documentário em questão é um registro do passado no presente em determinado contexto social (2005: Programa de urbanização de favelas de Belo Horizonte, com deslinde previsto até 2015, retirando moradores de duas das cinco vilas do Aglomerado Santa Lúcia para construir um parque).

Uma questão se impõe: quem está interessado no registro da história das pessoas removidas das vilas São Bento e Esperança? Há riqueza cultural nessas vilas. As pessoas “de fora” do aglomerado não sabem disso. O documentário é um registro dessa riqueza pela própria voz dos moradores. Evidencia-se a importância do registro oral pelos próprios moradores, pois as elites não estão interessadas nisso.


Favela em Diáspora




O documentário de curta-metragem, Favela em Diáspora, produzido em 2017, expõe o processo de retirada compulsória das famílias residentes no Morro do Papagaio. Produzido pela Renca Produções e Interações Culturais, o curta-documental narra a insatisfação dos moradores vítimas da expropriação, mostrando a importância desses territórios para sua vida e história. Além disso, reclamam da forma hierárquica e autoritária que esse processo foi feito, alegando que a prefeitura de Belo Horizonte pouco se importou para as reais vontades e necessidades dos sujeitos que ali viviam.

Portanto, ao criar um espaço para que esses sujeitos invisibilizados pelo estado possam expressar suas opiniões e denunciar sua migração compulsória, a fonte em questão preserva sua memória e escreve uma história outra daquela que negligencia as populações das favelas. Para isso, a autora e diretora do curta-documental, Gabriela Matos, intercala relatos dos moradores e imagens dos locais de que foram retirados, produzindo um impacto ao espectador quando as palavras de carinhos dos antigos residentes contrastam com os escombros de suas antigas casas. Tudo isso, em uma imagem em preto e branco com o argumento de que quando se tira as cores de uma imagem torna-se possível perceber outros detalhes.


Referências

BURKE, Peter (org.).  A escrita da história: novas perspectivas.  São Paulo: Unesp, 1992, p. 42 e segs.

MEMÓRIAS DO AGLOMERADO 2. Direção: Mariana Castelo Branco. Produção MUQUIFU. Local: Belo Horizonte/MG. Distribuidora: Canal Kelly Amaral de Freitas, 18 fev. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dfY71rw0uzk>. Acesso em: 26 jun. 2021.

NAPOLITANO, Marcos. A história depois do papel. In: Fontes históricas [S.l: s.n.], 2005. 

RODRIGUES, Flávia Lima. Uma breve história sobre o cinema documentário brasileiro. CES Revista, [S.l.], v. 24, n. 1, p. 61-73, abr. 2016.

FAVELA EM DIÁSPORA. Direção de Gabriela Matos. Belo Horizonte: Renca Produções e Interações Culturais, 2018. (22 min) Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=rP7P72I5Dkg>. Acesso em: 04  Ago. 2021.

Conjunto Moderno da Pampulha

                                          Universidade Federal de Minas Gerais

 

Alunos: Julia Teixeira Reis;  Marina Quintiliano Vianna; Sâmmya Nicolle da Cruz Dias

Curso: Museologia 2018/2

Disciplina: Pesquisa Histórica em Museus

Prof. Luiz Henrique Assis Garcia

 

No mandato de Juscelino Kubitschek como prefeito de Belo Horizonte iniciou-se o plano de modernização na região da Pampulha para que o espaço fosse usufruído pelos citadinos. Kubitschek projetou a construção de quatro edificações modernas, idealizadas pelo Arquiteto Oscar Niemeyer, que seriam a Igreja São Francisco de Assis, a Casa do Baile, o Cassino e o Iate Golfe Clube, inauguradas em 1943, e que mais tarde configurariam como o Conjunto Moderno da Pampulha, tombado pelas três instâncias administrativas do país (municipal, estadual e federal) e listado como Patrimônio Cultural da Humanidade. Além da atuação de Niemeyer, o conjunto também contou com projetos do paisagista Burle Marx e do pintor Cândido Portinari.

 

Até os dias atuais o Conjunto passou por algumas mudanças, tendo boa parte de seus espaços não mais exercendo suas funções iniciais. A mudança mais expressiva veio com o fechamento do Cassino em 1946, que veio a se tornar em 1957 o Museu de Arte da Pampulha - atualmente fechado por tempo indeterminado.

 

As discussões sobre a elevação do Conjunto a Patrimônio Cultural da Humanidade são antigas, remontando à década de 1990. Porém, em meados de 2014, a proposta voltou com força, anunciando oficialmente a campanha de candidatura do Conjunto para a célebre lista da UNESCO. Durante esse processo que antecedeu a aprovação da candidatura em 2016, fica claro ao analisar documentos, relatos e notícias, a tentativa da Fundação Municipal de Cultura (FMC) de Belo Horizonte de construir sua narrativa oficial, considerando apenas aquilo que se encaixaria melhor na visão patrimonial abarcada pela lista, lançando mão para isso do conceito de paisagem cultural, com quase nenhum diálogo com a Região da Pampulha em si.

 

A campanha fez muitas promessas, como a despoluição da lagoa, mas poucas foram levadas a frente após atribuição oficial do título. Uma das grandes justificativas usadas pela FMC era de que aquilo seria um processo importante para a entrada de recursos, mas basta analisar a página do Conjunto no website da UNESCO para perceber que os “benefícios” não se tornaram realidade. 

 

Os problemas enfrentados pelo Conjunto Moderno da Pampulha acontecem há décadas, entre eles, as questões ambientais, o rompimento da barragem em 1954 e o descaso e sucateamento dos aparelhos culturais são algumas das adversidades enfrentadas. Dos aparelhos culturais que fazem parte do Conjunto, nenhum escapou da degradação e da falta de manutenção necessária para que se mantivesse em bom estado.

 

O Cassino, que era a estrela do complexo, fechou as suas portas e fez com que a Pampulha entrasse num período crítico, permeado pelo uso indiscriminado de seus equipamentos, alterações nas edificações e até mesmo abandono. O museu de arte da Pampulha (MAP) vem desde a década de 70 relatando a falta de investimentos por parte da Prefeitura, tendo, inclusive, sua existência ameaçada diversas vezes. As questões acerca do MAP se intensificaram de forma que, durante a visita de consultores, parte da exposição teve de ser desmontada, para que estes pudessem ver o espaço “verdadeiramente”, sem a “intervenção” das obras expostas. O descaso com o MAP aumentou de certa forma que em 2019 o Museu fechou suas portas para uma reforma que já dura quase 2 anos, subsidiada por um laudo da SUDECAP que apontava problemas elétricos e hidráulicos, além do excesso de peso decorrente dos acervos abrigados. Mesmo tendo completado cinco anos de título de Patrimônio Cultural da Humanidade, o MAP continua de portas fechadas, ansiando em uma longa espera pela restauração, sem previsão para reabertura.

 

Foto 1: Aspecto externo da Casa do Baile, em 1983

Foto de Mana Coelho.

Fonte: Livro Pampulha Múltipla

  

Foto 2:Aspecto externo da Casa do Baile, em 1983. 

Foto de Mana Coelho.

Fonte: Livro Pampulha Múltipla

 

Foto 3: Situação da Casa do Baile na década de 1980.

Fonte: Dossiê da Casa do Baile, Ricardo Lana, 2002

 

A Igrejinha da Pampulha passou por sucessivas intervenções nos anos de 1954 a 2005, com o objetivo principal de solucionar os danos associados à degradação física das superfícies e estrutura de concreto armado, mas infelizmente até hoje ainda sofre com problemas ligados à conservação e vandalismo. Já a Casa do Baile já foi até considerado o prédio mais abandonado do Conjunto, com péssimo estado de conservação e descaso registrados por fotos de Mana Coelho em 1983. Por último, o Iate Tênis Clube enfrentou diversas modificações desde sua privatização em 1960 e foi parcialmente descaracterizado em 1984 com a construção de um anexo de 4 mil metros quadrados. Anexo este que também desarmonizou a paisagem idealizada por Niemeyer, em que seria possível ter a vista de pelo menos dois outros equipamentos de cada um dos edifícios, já que a construção impede a visualização do Iate de quem observa da Igrejinha.

 

Foto 4: detalhes da má conservação na Igrejinha


Legenda: Trinca no painel de azulejo que reveste o degrau na lateral da nave.

 Fonte: Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte.

 

 

Foto 5: detalhes da má conservação na Igrejinha

Legenda: Azulejo com manchas, abrasões e sujidades aderidas.

 Fonte: Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte.

 

Foto 6: detalhes da má conservação na Igrejinha

Legenda: Na primeira imagem é possível perceber que os azulejos estão com descolamento parcial por perda de aderência e teias de aranha no beiral. A imagem do meio mostra fungos nas placas de madeira da nave. E na última podemos perceber fissuras no encontro entre a parede do fundo do presbitério e a cobertura.

 

 

Foto 7: vandalismo na área externa da Igrejinha

Legenda: Pichação na lateral esquerda da nave.

Fonte: Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte.

 

Foto 8: vista aérea do Iate Tênis Clube


Fonte: Arquivo O Cruzeiro/EM - 1/4/1950)




Foto 9: atual vista aérea do Iate Tênis Clube




Fonte: http://portal.iphan.gov.br/

 

 Referências:

AGUIAR T. F. R. D. ., GARCIA, L. H., Rodrigues, R. ., RUOSO, C., TAVARES, D. ., COSTA, D., VEIGA, J. M., & MOURA, M. T. (2021). A autenticidade como conceito chave: uma reflexão a partir da inscrição do conjunto moderno da pampulha na lista do patrimônio mundial da UNESCO. Revista FÓRUM PATRIMÔNIO: Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, [S. l.], v. 11, n. 2, 2021

FABRIS, Annateresa. A batalha de Pampulha. In:Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000, p.183-210.

GARCIA et. alli. Conjunto Moderno da Pampulha: uma análise do processo de atribuição do título de patrimônio da Humanidade. 2018, Anais do II Simpósio Científico do ICOMOS BRASIL.

PIMENTEL, Thais Velloso Cougo (Org). Pampulha Múltipla: uma região da cidade na leitura do Museu Histórico Abílio Barreto. Belo Horizonte: Museu Histórico Abílio Barreto, 2007.

SILVA, Marco Antônio; SILVA, Alessandra Valadares Alves. Pampulha: Patrimônio Cultural da Humanidade em uma Cidade Educadora. E-hum: As Dinâmicas do Patrimônio Cultural da Materialidade a Imaterialidade!, Belo Horizonte, v. 12, n. 2, p. 90-103, 2 dez. 2019. 

 

 

 

A influência do modernismo na obra de Sylvio de Vasconcellos e na construção do mito do Aleijadinho





Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Ciência da Informação – Graduação em Museologia
Disciplina: Metodologia da Pesquisa Histórica em Museus - Trabalho Final
Professor: Luiz Henrique Garcia de Assis
Autoras: Anna Carolina Melo, Carolina Teixeira, Cristiane Lei, Núbia Gonçalves e Victória Brandão.



A influência do modernismo na obra de Sylvio de Vasconcellos e na construção do mito do Aleijadinho



O movimento modernista no Brasil surgiu no início do século XX e decorreu da busca por uma identidade nacional após a implantação da República (1889). “O modernismo, no Brasil, foi uma ruptura, foi um abandono de princípios e de técnicas consequentes, foi uma revolta contra o que era a Inteligência nacional” (ANDRADE, Mário de, 1974, p. 235).

A ideia de modernização da cidade de Belo Horizonte surgiu no mandato de Juscelino Kubitschek como prefeito (1940-1945), e, como consequência, surgiram as novas construções modernas dos arquitetos locais. Entre estes estava Sylvio de Vasconcellos (1916 - 1979), arquiteto e urbanista, professor e historiador da arquitetura.

O estudo e o encanto pela arquitetura colonial mineira também marca fortemente seus trabalhos, como é o caso dos textos “A arquitetura particular em Vila Rica”, de 1951, e “Arquitetura colonial mineira", de 1956. Para Sylvio, a localidade um pouco afastada das regiões portuárias, a relação com a produção lusófona e a incorporação dos saberes dos artistas mineiros foram responsáveis pela criação de um movimento ufanista, que era dotado de um caráter de originalidade em relação à produção brasileira do período.

 


Imagem 1 - Professor Sylvio de Vasconcellos (1960)

Fonte: Laboratório de Fotodocumentação da Escola de Arquitetura da UFMG (LAFODOC)

 
Sylvio de Vasconcellos defendia o Barroco como expressão popular e democrática, e almejava validar a maturidade dos trabalhos produzidos na região. Em 1968, ele defende a continuidade das concepções culturais do Barroco mineiro no espaço da modernidade, através de um paralelo entre a produção de Antônio Francisco Lisboa e a obra de Niemeyer. Para ele, a cultura das Minas Gerais desenharia o cenário no qual, mais uma vez, “a arte brasileira se libertaria das amarras rígidas da tradição europeia, perseguindo caminhos próprios.” (BAETA & NERY, 2018, p.163).


Durante o processo de análise da bibliografia uma relação paradoxal evidenciou-se entre os dois artistas mineiros, Sylvio e Aleijadinho. Ambos estão intrinsecamente ligados ao modernismo, todavia, um como símbolo do projeto nacionalista do movimento e o outro como construtor dessa imagem, uma vez que é um dos biógrafos de Aleijadinho.

A figuração do artista genial e disforme tem sua origem na publicação da biografia escrita por Rodrigo Ferreira Bretas e utilizada como base para um projeto romântico e nacionalista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), tendo sido posteriormente retomado pelo modernismo.

Mário de Andrade, precursor do modernismo brasileiro, foi um grande divulgador do artista como fonte para a atualização do discurso sobre o passado para respaldar a criação de uma ideia de cultura nacional, fundamentada na compreensão da arte colonial como verdadeira tradição artística brasileira e o Aleijadinho como o ícone de uma brasilidade genial e mestiça. Como ele mesmo descreve “Já se distingue das soluções barrocas luso-coloniais, por um tal ou qual denguice, por uma graça mais sensual e encantadora, por uma delicadeza tão suave, eminentemente brasileiras” (ANDRADE, 1965, p.34).


Imagem 2 - Obra “Monumento ao Aleijadinho”, em frente à Reitoria UFMG
Fotografia: Érika Mendonça




A partir dessa reflexão veio a percepção da confluência na escolha do autor e do homenageado do “Monumento ao Aleijadinho”, criado em 1970 e localizado à frente da reitoria da UFMG. A obra tem em sua constituição a pedra-sabão e o concreto armado, dois elementos característicos do barroco mineiro e do modernismo. Além de biógrafo do artista barroco, Sylvio de Vasconcellos foi diretor do IPHAN em Belo Horizonte e da Escola de Arquitetura da Universidade, e um dos modernistas que acreditavam em Aleijadinho como um precursor da brasilidade, assim como também, de uma representativa mineiridade.



Vídeo 1 - Sugestão de vídeo sobre atribuição exacerbada de autoria de Aleijadinho em obras

MÁFIA DO ALEIJADINHO | O QUE É O BRASIL? | GUIA POLITICAMENTE INCORRETO | HISTORY

 



Referências:

ANDRADE, M. de. Aleijadinho. In: Aspectos das Artes Plásticas no Brasil. São Paulo: Martins, 1965, p. 34.

BAETA, Rodrigo; NERY, Juliana. Sylvio de Vasconcellos: a influência de Lúcio Costa e a crítica modernista à arquitetura colonial em Minas Gerais. Figura, v. 6, n. 2, p. 129-164, 2018.

BRETAS, Rodrigo José Ferreira. Traços bibliográficos relativos ao finado Antônio Francisco Lisboa, distinto escultor mineiro, mais conhecido pelo apelido de Aleijadinho. Editora UFMG, 2013.\

Roteiros arquitetônicos da Casa do Baile. Sylvio de Vasconcellos: Moderno e mineiro. Carlos Henrique Bicalho e Guilherme Maciel Araújo (orgs.) – Belo Horizonte: Fundação Municipal de Cultura: Casa do Baile, 2015.

VASCONCELLOS, Sylvio de. Vida e obra de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Brasiliana, 1979.

A Invisibilidade das mulheres artistas dentro do campus Pampulha da UFMG

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Metodologia da pesquisa histórica em museus

Professor: Luiz Garcia

Alunos: Erika Mendonça, Erika Santos, Jonathan Moura, Karla Santos, Natália Rocha

A Invisibilidade das mulheres artistas dentro do campus Pampulha da UFMG

 A invisibilidade da mulher na arte é uma questão que vem sendo discutida há alguns anos. Houve grandes artistas mulheres durante a história, mas a dificuldade em dar nomes e rostos se deve ao fato de que as mulheres não podiam frequentar uma Escola de Belas Artes. Elas sequer conseguiam frequentar uma escola de arte, pois o local era considerado impróprio para a “pureza feminina”.  Preconceitos da igreja, sociedade e família, também afetavam essas mulheres que acabavam desistindo de estudar sobre arte, e até mesmo seguir uma carreira para não ter que enfrentar a sociedade e evitar os problemas sociais que seriam gerados.

A história da arte (como disciplina) é contada de uma perspectiva masculina, branca e ocidental.  Essa narrativa patriarcal, não tinha olhos para os talentos nato dessas artistas, rotulando-as como amadoras, e o que era produzido por elas era  tachado como uma arte “feminina”, diferenciada, que pertencia a uma subcategoria dentro dos padrões antropocêntricos. A profissão “artista” foi, no final do século XIX e início do século XX,  dominada pelo gênero masculino onde o papel das mulheres foi exclusivamente o de “musas”, tendo os seus corpos pintados e esculpidos pelo olhar e desejo dos homens.

            Pensando nas obras que fazem parte do recorte escolhido para a exposição curricular do curso de Museologia em 2021, é possível notar a invisibilidade das mulheres artistas. Nas 26 obras expostas ao ar livre no campus Pampulha, apenas cinco foram produzidas por mulheres, sendo três produzidas por Yara Tupynambá e duas por Rachel Roscoe. Segundo a Revista Museu (2018), das quase 1.700 obras que constam na coleção do Acervo Artístico da UFMG (AAUFMG), menos de cem foram produzidas por mulheres, o que demonstra a dificuldade que as artistas encontraram para se inserir e serem reconhecidas nesse meio. Desse modo, é necessário conhecer mais a respeito da biografia das duas únicas artistas que fazem parte do recorte temático da exposição curricular “Arte (a) Caminho”,  Yara Tupynambá e Rachel Roscoe.

Yara Tupynambá Gordilho Santos nasceu em Montes Claros em 1932 e é uma pintora, gravadora, desenhista, muralista e professora. Se muda para Belo Horizonte em 1950 e inicia seus estudos com Guignard no período de onde aprende um pouco mais de desenhos e lirismo, a artista  estudou anos  também com Oswaldo  Goeldi em 1895 quando iniciou nas gravuras, e é a partir desses trabalhos como gravadora, que Yara passa a se interesse por murais. Em 1968, Yara começa a lecionar gravura na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, onde havia estudado anos antes.  


Fonte: https://abreu.digital/yara-tupynamba-a-vida-retratada-em-fases/

 Seu primeiro painel foi o da Casa da Jornalista, até que surge o convite para a criação da obra “Inconfidência Mineira” de 1969, que representa os primeiros encontros  dos inconfidentes e se encontra no prédio da Reitoria da UFMG e faz parte do Acervo Artístico da AAUFMG  assim como a obra  “Desbravamento do Rio São Francisco” de 1968 localizado na  Auditório Neidson Rodrigues da Faculdade de Educação (FAE) da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, que representa a saga do Velho Chico e o desbravamento do território de Minas Gerais. O último painel que faz parte do AAUFMG é “O Trabalho Humano” de 1969  que fica localizado na Fachada do prédio da FUNDEP (Fundação de  desenvolvimento de Pesquisa) e narra o início da natureza, a criação da mulher e do trabalho e encerra com o ser humano colhendo palavras.

Rachel Roscoe nasceu em 1976 na cidade de Belo Horizonte, a artista estudou Arquitetura e Urbanismo na instituição de ensino PUC-MG durante dois anos, e Artes plásticas, escultura, pintura e várias técnicas na instituição de ensino Escola de Belas Artes - UFMG no ano de 2002. A artista criou a sua técnica chamada “Circunscritos” e vem trabalhando com a mesma desde então, explorando suas diversas possibilidades. A técnica consiste no uso de círculos como conjuntos que constroem a imagem e geram a sensação de movimento, aliada ao uso de cores intensas que tornam suas telas vibrantes.

Fonte: https://www.obrasdarte.com/o-poder-da-arte-em-momentos-de-crise-por-edson-siquara/rachel_roscoe/

Em 2004 ela realizou a pintura do painel “Palas Athena” para a FAE/UFMG e participou da exposição coletiva “Retratos” que aconteceu na Galeria de Artes da Escola de Belas Artes/UFMG. Pela realização do painel, ela recebeu um diploma de Honra ao Mérito pela UFMG pelas contribuições artísticas à instituição em 2005. Cinco anos mais tarde, Rachel inaugura seu segundo trabalho na UFMG, o painel "Transmutação", uma doação dela e de seu tio, Eduardo Roscoe, para a Escola de Engenharia da UFMG, em comemoração ao centenário de nascimento de seu avô paterno. 

 

                Ainda assim, é preciso considerar que ambas vieram de ambientes privilegiados, uma vez que o contexto social não deve ser deixado de lado. Elas estariam expostas na universidade se vissem de outras regiões da cidade? Se fossem pertencentes a outros cenários, das classes menos privilegiadas da sociedade, ainda veríamos suas obras? Decerto que não, assim como não vemos artistas negras, periféricas ou transexuais. A universidade, mesmo sendo um lugar de conhecimento, democracia e pluralidade, ainda traz consigo resquícios da sociedade que a permeia. Tais aspectos também são percebidos no recorte produzido para a exposição curricular, não é preciso apenas ter mais mulheres, mas, que qualquer mulher tenha a possibilidade de se expor ao mundo da arte, se ela assim o quiser.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E LINKS

NOCHLIN, Linda. Por que não houve grandes mulheres artistas? In: Edições Aurora, isbn 978-85-5688-003-1 Tradução autorizada pela autora. São Paulo, maio de 2016. Disponível em: http://www.edicoesaurora.com/ensaios/Ensaio6.pdf

REVISTA MUSEU, Exposição reúne obras do acervo da UFMG produzidas por mulheres. Revista museu. Disponível em: https://www.revistamuseu.com.br/site/br/noticias/nacionais/4323-08-03-2018-exposicao-reune-obras-do-acervo-da-ufmg-produzidas-por-mulheres.html. Acesso em: 19 de Julho de 2021.

RODRIGUES, Rita Lages. ROSADO, Alessandra. SOUZA, Luiz. A.C 22 Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.Conservação-Restauração e transposição dos murais Do Descobrimento do Brasil ao Ciclo Mineiro do Café de Yara Tupynambá. 2013. (Encontro).

SOUZA, Françoise Jean de O et al. Conjunto de Murais da artista Yara Tupynambá, 2009, 416 p. (Dossiê)

Disponível em : Notícias da UFMG - Paineis de Yara Tupinambá no campus Pampulha são tombados pelo patrimônio municipal Acessado em : 10 de julho de 2021 às 09:45

Disponível em: https://www.obrasdarte.com/o-poder-da-arte-em-momentos-de-crise-por-edson-siquara/rachel_roscoe/ Acessado em 17 de maio de 2021 às 10:30

Disponível em https://acaradorio.com/exposicao-preludio-da-artista-rachel-roscoe-no-centro-cultural-correios-no-rio/  Acessado em 17 de maio de 2021 às 11:17

Disponível em :<https://rachelroscoe.weebly.com/retratos---portrait.html> Acessado em 17 de maio de 2021 às 11:17