quarta-feira, 10 de junho de 2015

Museus numa encruzilhada contemporânea

"Um papel central do museu é, dessa forma, operar como uma máquina do espaço-tempo, transportar-nos para diferentes períodos e culturas – para diversos modos de perceber, pensar, representar e ser –, a fim de que possamos testá-los em relação a nossas próprias época e cultura, e vice-versa, e, nesse processo, quem sabe transformarmo-nos um pouco. Esse acesso a vários passados e a vários presentes se reveste de particular urgência numa era de um presentismo consumista, de paroquialismo político e de cidadania truncada. No fim das contas, se os museus não são locais em que se cristalizam diversas constelações de passado e presente, para que precisamos deles? " Hal Foster, Museus sem fim. Artigo publicado na revista Piauí, edição 105. (link)

Obs: esclareço que esse é um blog de finalidade cultural e educativa, sem qualquer função comercial. O conteúdo completo do artigo é acessível apenas a assinantes.

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Esta é uma perspectiva com a qual estou plenamente afinado. Em várias das disciplinas que leciono e textos que discutimos nas aulas apontam justamente para essa encruzilhada. Inclusive, sobre outro ângulo, o texto que publiquei recentemente na revista eletrônica Museus aborda os dilemas contemporâneos das instituições museológicas: Museus para uma sociedade (in)sustentável (completo, aqui). Um pequeno trecho...

Em meio às contradições de nosso tempo convulsionado, não sobrevivem ao exame crítico os apelos superficiais, o bom-mocismo politicamente correto que esconde sob o “selo” da “sustentabilidade” a estratégia de apaziguar e no fundo, perpetuar, esse estado insustentável de coisas. Cabe aos museus ir ao nervo do problema, afirmando assim seu propósito como foro público de debate e experimentação. Nesse sentido, precisam confrontar suas próprias fissuras, suas próprias incongruências defrontadas no cerne de suas operações, e não apenas em atividades esporádicas que se dão em suas dependências mas em nada alteram seu modus operandi

Boa reflexão a todos!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Memória em prosa e imagem: o Museu Paulista na USP, 1963/2013

Sinopse

Memória em prosa e imagem: o Museu Paulista na USP, 1963/2013

O documentário registra e problematiza a voz de pessoas cujas vidas entrelaçaram-se, de forma profissional e pessoal, à trajetória histórica do Museu Paulista, particularmente durante o processo de sua integração à Universidade de São Paulo. São os lugares que constituem referência de memórias individuais e sociais, propiciando e/ou interditando pesquisas, produção de conhecimentos e narrativas. O relato oral ajuda a relativizar a aparente neutralidade da documentação produzida com o fim deliberado de preservar do esquecimento transformações que modificaram o perfil do Museu nos últimos 50 anos. Como observou Ecléa Bosi, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstituir, repensar com imagens do presente as experiências, esperanças e vivências do passado. Sublinhando o peso do presente nos processos de rememoração, as vozes aqui reunidas não foram confrontadas com aquilo que as fontes disponíveis sobre o tema sugerem ou conservam, pois o objetivo foi valorizar o que foi lembrado, o que foi escolhido para narrar pela mediação do momento atual e da equipe que trabalhou na filmagem e montagem deste audiovisual.