Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Ciência da Informação
Curso de Museologia
Tipologia de Museus
Prof.: Luiz Henrique Assis Garcia
Discentes: Ana Cristina Matias, Anita Helena Vieira de Souza, Júnia Mara Alves de Souza, Layla Merli Antonio Costa Coimbra, Maria Bernadete de Almeida Assis, Maria Raquel Diamante Dias
Gravura do gabinete de curiosidades do naturalista Ferrante Imperato, em Nápoles, 1599.
Os gabinetes de curiosidades ou câmaras de maravilhas podem ser definidos como locais que reuniam fragmentos do mundo, microcosmo ou ainda por coleções de objetos raros e diversos, uma forma de acumulação. No século XV as viagens marítimas e o conhecimento de novas terras impulsionam o colecionismo, em busca de objetos raros, exóticos. O ato de colecionar era privilégio dos príncipes, que aguardavam por conhecer e principalmente possuir objetos antigos de civilizações distantes. Os studiolos espaço para abrigar objetos antigos surgem nesse momento, locais particulares em que eram utilizados para apreciação do belo e do precioso. Os gabinetes de curiosidades que eram formados por coleções particulares, evoluíram a partir do renascimento europeu, do humanismo e da curiosidade pelo naturalismo exótico dos trópicos. Com as grandes navegações o colecionismo estimulou a circulação de objetos, produtos, plantas, artesanias, técnicas, informações e a difusão do saber.Armazenavam e exibiam uma grande variedade de objetos e artefatos raros que contavam uma história particular. Antiguidades, objetos de história natural (como animais empalhados, insetos secos, conchas, esqueletos, herbários, fósseis) e mesmo obras de arte. Chegando a especializar suas coleções entre os três reinos naturais: animalia, vegetalia e mineralia.
Eram mantidos em sua maioria por burgueses, membros da realeza, artistas, permitiam-se visitas públicas e poderiam ser considerados até mesmo como pontos turísticos de acordo com a fama do colecionador. Os gabinetes clássicos existiam para serem vistos, tinham um público mais vasto, eram citados em viagens, descrições de cidades e até jornais. O grau de abertura dependia do seu proprietário e da época, eram até mesmo usados por professores e eruditos para suas aulas (*). Podemos citar aqui gabinetes importante e bem conhecidos como Gabinete dos Médicis em Florença, as coleções do imperador Rodolpho (1576-1612), em Praga, a coleção do arquiduque Ferdinando, no castelo de Ambras, em Viena, e a Câmara de Curiosidades do duque Alberto V, da Baviera. Outro importante nome foi o de Ulisses Aldrovandi (1522-1605) que mantinha uma coleção que em parte sobrevive até hoje no Museo d’Storia Nationale em Bolonha. Foi colecionista, dos reinos da natureza, reino vegetal e animal, Professor do curso de Medicina na Universidade de Bolonha onde construiu um herbário e o utilizava para dar aulas. Metódico, mantinha registro de visitantes e sua coleção era muito visitada, sua coleção chegou a ter 20 mil itens. O colecionismo tornou-se popular e o ser humano tornou o ato de recolher objetos e colecioná-los uma prática para recordar, contar histórias, mostrar bom gosto, poder, educação e entendimento sobre certo assunto. Importante ressaltar a função social dos colecionadores que atuavam como fomentadores e patrocinadores de produtos das artes e da ciência. Objetos operativos destinados ao olhar-ver (observar-experimentar e comparar).
Eram mantidos em sua maioria por burgueses, membros da realeza, artistas, permitiam-se visitas públicas e poderiam ser considerados até mesmo como pontos turísticos de acordo com a fama do colecionador. Os gabinetes clássicos existiam para serem vistos, tinham um público mais vasto, eram citados em viagens, descrições de cidades e até jornais. O grau de abertura dependia do seu proprietário e da época, eram até mesmo usados por professores e eruditos para suas aulas (*). Podemos citar aqui gabinetes importante e bem conhecidos como Gabinete dos Médicis em Florença, as coleções do imperador Rodolpho (1576-1612), em Praga, a coleção do arquiduque Ferdinando, no castelo de Ambras, em Viena, e a Câmara de Curiosidades do duque Alberto V, da Baviera. Outro importante nome foi o de Ulisses Aldrovandi (1522-1605) que mantinha uma coleção que em parte sobrevive até hoje no Museo d’Storia Nationale em Bolonha. Foi colecionista, dos reinos da natureza, reino vegetal e animal, Professor do curso de Medicina na Universidade de Bolonha onde construiu um herbário e o utilizava para dar aulas. Metódico, mantinha registro de visitantes e sua coleção era muito visitada, sua coleção chegou a ter 20 mil itens. O colecionismo tornou-se popular e o ser humano tornou o ato de recolher objetos e colecioná-los uma prática para recordar, contar histórias, mostrar bom gosto, poder, educação e entendimento sobre certo assunto. Importante ressaltar a função social dos colecionadores que atuavam como fomentadores e patrocinadores de produtos das artes e da ciência. Objetos operativos destinados ao olhar-ver (observar-experimentar e comparar).
Georg Hainz - óleo sobre tela - 115 x 93 cm - 1666 - Kunsthalle (Hamburg, Germany).
No Brasil podemos citar a coleção de João Maurício de Nassau-Siegen, que foi governador-geral do Brasil holandês de 1637 a 1644, investiu no colecionismo de peças de espécies tropicais da flora e da fauna. Os itens da coleção são enviados à Europa com o retorno do conde e presenteados a pessoas influentes da sociedade europeia. Consta na literatura que o primeiro Gabinete de Curiosidades foi constituído em Salvador em 1835. Outro marco foi a Casa dos Pássaros ou Museu dos Pássaros (RJ), que antecede o Museu Nacional e era considerado um entreposto de produtos para Lisboa. Os Gabinetes de Curiosidades foram de extrema importância para o desenvolvimento científico uma vez que a coleta de espécimes da fauna, flora, e minerais faziam com que os colecionadores e estudiosos pesquisassem sobre o assunto com o material em mãos, sendo que alguns desses gabinetes foram a gênese de museus de história natural. Os Gabinetes deram origem a museus e seu formato ainda pode ser encontrado nos dias atuais. Em Belo Horizonte temos o museu do cotidiano que se assemelha aos gabinetes por sua riqueza e diversidade de objetos. Contudo, o fundador do museu não gosta do termo colecionador para referir a sua atividade, prefere a denominação de objeteiro.
Referências:
JANEIRA, A. L. A configuração epistemológica do coleccionismo moderno (séculos XV-XVIII). Episteme, Porto Alegre, n.20, janeiro/junho 2005, pp 23-36.
BLOM, Philipp. O dragão e o carneiro tártaro. In: Ter e manter. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 2003, p. 29-42.
BRIGOLA, João Carlos Pires. O colecionismo joanino. In: Colecções, gabinetes e museus em Portugal no século XVIII.Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
YATES, Frances A. A memória no renascimento: o Teatro da Memória de Giulio Camillo. In: A arte da memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2007, p.171-204.
JANEIRA, A. L. A configuração epistemológica do coleccionismo moderno (séculos XV-XVIII). Episteme, Porto Alegre, n.20, janeiro/junho 2005, pp 23-36.
BLOM, Philipp. O dragão e o carneiro tártaro. In: Ter e manter. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 2003, p. 29-42.
BRIGOLA, João Carlos Pires. O colecionismo joanino. In: Colecções, gabinetes e museus em Portugal no século XVIII.Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
YATES, Frances A. A memória no renascimento: o Teatro da Memória de Giulio Camillo. In: A arte da memória. Campinas: Editora da Unicamp, 2007, p.171-204.
(*) Vale deixar claro que a abertura de Gabinetes foi paulatina e cheia de critérios por parte dos proprietários, e a ampliação do público foi tardia, mais frequentemente a partir do século XVIII.
Amei
ResponderExcluirValeu!
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