segunda-feira, 12 de abril de 2021

MUSEUS DE ARTE E FORMAÇÃO DE COLEÇÕES NO SÉC. XX - Tipologia de museus 2020

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Bacharelado em Museologia
Disciplina: Tipologia de Museus
Docente: Luiz Henrique Assis Garcia

Discentes: Alice Rodrigues, Amanda Peres, Daise Garcia, Lorrayne Pelizari, Natália Rocha, Odirlei Teixeira, Thamires Caetano


Você sabe o que é um museu de arte? Um museu de arte é um espaço para a exposição de arte, geralmente visual, mas podendo ser artes cênicas, musicais ou até mesmo poesias, que podem ser de propriedade privada ou do estado.

Eles nasceram quando a arte passa a ter um novo lugar em meio a sociedade, passando a representar o que estava acontecendo, a representar uma identidade nacional, a espalhar virilidade, energia e superioridade, a não ser somente representação de pessoas e paisagens para quem os via, as coleções religiosas, por exemplo, materializam passagens bíblicas e glorificam personagens da Igreja e isso levou a uma internacionalização da arte, da especialização e das novas finalidades das coleções, à medida que a curiosidade dá lugar à busca pelo saber.

Ah, importante lembrar que as guerras do séc. XIX e a revolução francesa tiveram influência nessa história toda, viu? Na revolução francesa tudo que fazia referência ao antigo regime o povo queria destruir, foi assim que o Louvre nasceu, ele foi um meio de preservar as peças e assim surgiram também as medidas de salvaguarda e o que as guerras tem com isso? Foram nelas que a arte veio como espólio de guerra e começou a compor museus. 
 
Imagem 1: Hubert Robert. Projeto de Organização da Grande Galeria do Louvre, 1796. Fonte: wikipedia.org.

E as coleções? Como surgiram? Bom, o colecionismo era, em sua maioria, funerário, sacro ou espoliante. Formaram-se coleções celebrativas que tinham por objetivo fabricar ídolos com valores conservadores e no século XVIII surgem os primeiros “catálogos” - pequenos livrinhos, com critérios, conceitos e valorações direcionadas para o público frequentador - e o primeiro estudo sobre a história da arte - obra de Johann Wincklelmann de 1764, que aborda o desenvolvimento artístico por épocas, acreditando que as condições físicas e materiais devem ser levadas em conta para o entendimento das singularidades.

E não podemos deixar de falar sobre os saques nazistas, responsáveis pelo confisco de obras de famílias judias e de museus alemães, as artes aprovadas pelo partido eram aceitas e exaltadas, pretendendo refletir ideais nazistas através de valores clássicos. Já as que iam contra a ideologia do regime foram exterminadas ou vendidas para arrecadar fundos. Era na Casa de Arte Alemã e no Museu de Linz, onde era exposto o que era considerado o ‘verdadeiro valor’ segundo a ideologia. Teve também em outra galeria, a “Exposição de Arte Degenerada”, a fim de ridicularizar a arte moderna. Esse foi considerado o maior saque de arte do mundo. 
 
Imagem 2: Saques alemães armazenados na igreja em Ellingen, Alemanha Fonte: National Archives and Records Administration

Depois da Segunda Guerra Mundial os museus passaram por uma transformação, passou a existir uma troca cultural, uma visão mais global e aqui no Brasil começaram a surgir os primeiros museus de arte sendo eles os MAM’s de SP e RIO e o Masp em SP, onde eram compostos principalmente de exposições temporárias, sendo que as megaexposições de grandes nomes têm um número muito maior de visitantes, sendo os internacionais os mais visitados, de acordo com Myrian dos Santos o brasileiro não tem o hábito de ir a museus mas temos que compreender a diferença econômica, social e cultural existente aqui. 
 

Imagem 3: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Centro de Documentação e Pesquisa do MAM

E uma curiosidade para finalizar, durante a pandemia foi criado o The Covid Art Museum autodeclarado “o 1° museu de arte do mundo nascido durante a crise do COVID-19". 


Referências

CAM The Covid Art Museum. Instagram: @covidartmuseum. Disponível em https://www.instagram.com/covidartmuseum/. Acesso em 02 de mar. de 2021.

DOS SANTOS, M. S. As Megaexposições no Brasil: democratização ou banalização da arte?. Cadernos de Sociomuseologia, 19 (19), 2006.

INTERLENGHI, Isabela Ferrari. Arte Como Campo de Disputa: A Política Cultural Norte-Americana na Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro, 2018.

MACHADO, Cassiano Elek. Hitler e a poderosa engrenagem nazista de saquear obras de arte. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 de nov. de 2013. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2013/11/1372085-hitler-e-a-poderosa-engrenagem-nazista-de-saquear-obras-de-arte.shtml>. Acesso em: 02 de mar. de 2021.

Museu de arte moderna de sp. Instagram: @mamoficial. Disponível em https://www.instagram.com/mamoficial/. Acesso em 02 de mar. de 2021.

SANTOS, LP; PELEGRINI, SCA. NS-RAUBKUNST: o saque nazista de obras de arte e suas representações nas narrativas midiáticas VIII CIH. 2649 – 2656

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