O Diorama e a Taxidermia nos Museus
Este trabalho foi desenvolvido em Novembro de 2013 como critérios de
avaliação parcial na disciplina Tipologia de Museus, ofertada no Curso
de Museologia pela Escola de Ciência da Informação (ECI), na
Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), ministrada pelo
Profº Luiz Henrique Garcia.
Grupo: Camila Figueiredo, Carlos Roberto, Eliane Rocha, Francisco de Assis, José Fernando, Lívia Pereira.
A exposição
é uma ferramenta fundamental, para que haja comunicação entre o museu e o
visitante. A expografia no museu funciona como um elemento essencial de
divulgação do conhecimento. Se tratando de museus de história natural, os
dioramas e os animais taxidermizados são fundamentais para que o museu possa
desenvolver exposições didáticas.
A palavra diorama vem
do grego: dia, que significa
“através”, e horama, que significa
“para ver”. Podemos dizer que diorama significa “para ver através”. Os dioramas são cenários que buscam
representar em uma escala reduzida, formas de vida, ambientes naturais e etc;
numa representação simbólica, sendo um modo de apresentação artística,
de maneira muito realista, com finalidades de instrução ou entretenimento.
O termo foi criado por Louis Daguerre em 1822, para um tipo de display rotativo no século XIX com o desenvolvimento da taxidermia, herborização e o uso de vitrines, possibilitou aos estudiosos da ciência a contemplar espécies de diversas partes do mundo.
Diorama sobre vertebrados do Museu Zoobotânico de Unochapecó. |
O termo foi criado por Louis Daguerre em 1822, para um tipo de display rotativo no século XIX com o desenvolvimento da taxidermia, herborização e o uso de vitrines, possibilitou aos estudiosos da ciência a contemplar espécies de diversas partes do mundo.
Ornitorrinco taxidermizado no Natural History Museum, London. |
Diorama |
Ash, D. apud
Adriano Dias de Oliveira, diz que os dioramas “representam cenas reais das
espécies de animais e de plantas no ambiente natural”. Diz ainda que eles
“foram historicamente criados para evocar sentimentos, através e talvez da memória,
e promover uma ética para preservação das espécies e dos seus habitats
selvagens, incluindo a conservação dos animais e locais que a maioria das
pessoas nunca viu”.
Os museus
de história natural utilizam os dioramas como espaços educativos. Portanto, é
necessário que sejam desenvolvidas com o objetivo de passar para os visitantes
uma ideia do espaço em uma escala menor.
Chelini e
Lopes no artigo Exposições em Museu de ciências: Reflexões e Critérios para
Análise 2008 apresentam dados de uma pesquisa comparativa de diferentes
displays de uma exposição do Milwaukee Public Museum, analisada por Asensio e
Pol. A pesquisa apontou que os dioramas parecem ser o tipo de display com maior
poder de atração e de retenção da atenção e o que provoca os maiores níveis de
interação e envolvimento intelectual.
“A
atividade científica é uma prática social que vem sendo cada vez mais ampliada
e desenvolvida e, nesse aspecto, os museus ganham destaque como locais de
comunicação e de educação não-formal”, segundo Chelini e Lopes. Os dioramas
atuam nos museus expondo conhecimento científico e a biodiversidade do planeta.
Os dioramas
funcionam como um meio de tornar a visita mais dinâmica e interativa. Mas
apesar disso, eles não fogem às críticas. Podemos questionar se o ambiente que
o diorama expõe é mesmo real ou foi recriado?
Van Praet
apud Adriano, diz que “as concepções ecológicas que o público possa vir a ter
ao observar um diorama estão mais próximas das de quem elaborou a exposição do
que das dos cientistas”. Ou seja, os dioramas atendem as expectativas do
público em geral, que deseja ter um conhecimento mais amplo sobre como se
desenvolve a vida de animais em certa região, mas não correspondem ao objetivo
de estudo dos naturalistas, onde é colocado em questão: o museu serve para
educar ou entreter?
Chelini e
Lopes apud Georges Henri Riviére, estabelece que o museu é um meio de
comunicação e que, independente do tipo de exposição, a museografia deve
proporcionar um aporte de prazer e conhecimento. Outro questionamento em
relação aos dioramas é se o museu deve expor o desejo dos visitantes ou o
desejo dos profissionais?
Os museus
são espaços de produção de conhecimento, e tem como compromisso a disseminação
do conhecimento, onde o museólogo é apenas o interlocutor e não pode
influenciar no conhecimento passado pela ideia da exposição.
Diorama é um modo de apresentação artística, de maneira muito realista, de
cenas da vida real para exposição com finalidades de instrução ou
entretenimento. A cena pode ser de representação de uma paisagem, plantas,
animais, eventos históricos, etc.
A taxidermia, é como falado no texto da segundo Chelini e Lopes, seria a representação dos objetos
reais, como no museu de historia natural não possui um acervo grande de
objetos, e esse mostram muitos animais o ideal é o animal taxidermizado, ou
seja, o objeto real desse museu é o animal empalhado.
Chelini e Lopes apud
Miles consideram: “... animais montados ou taxidermizados (...) se assemelham a
o objeto real (...) o objeto real é muito frágil ou valioso para ser
apresentado em exposição (...) a técnica das replicas é muito utilizada...”
(pág. 221 – 223).
Diorama |
Podemos observar que o museu pode se utilizar das ideias da taxidermia, ligada aos dioramas, como forte papel educativo nas exposições, e seu potencial enquanto objetos que fazem parte de um processo transpositivo ao se elaborar uma exposição.
Palavras-chave: Diorama - exposição - museu - taxidermia
Referências Bibliográficas:
OLIVEIRA,
Adriano Dias de. Biodiversidade e
museus de ciências: um estudo sobre transposição museográfica nos dioramas –
São Paulo, 2010.
LOPES, Maria Margaret. O Brasil descobre a pesquisa cientifica: os museus e as
ciências naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997. 369 p.
CHELINI, Maria-Júlia
Estefânia; LOPES, Sônia Godoy Bueno de Carvalho. Exposições em museus de
ciências: reflexões e critérios para análise. Anais do Museu
Paulista. São Paulo. N. Sér. v.16. n.2. p. 205-238. jul.- dez 2008.
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