sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Tipologia de Museus - O Diorama e a Taxidermia nos Museus

O Diorama e a Taxidermia nos Museus



Este trabalho foi desenvolvido em Novembro de 2013 como critérios de
avaliação parcial na disciplina Tipologia de Museus, ofertada no Curso 
de Museologia pela Escola de Ciência da Informação (ECI), na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ministrada pelo
Profº Luiz Henrique Garcia.

Grupo: Camila Figueiredo, Carlos  Roberto, Eliane Rocha, Francisco de Assis, José Fernando, Lívia Pereira.


A exposição é uma ferramenta fundamental, para que haja comunicação entre o museu e o visitante. A expografia no museu funciona como um elemento essencial de divulgação do conhecimento. Se tratando de museus de história natural, os dioramas e os animais taxidermizados são fundamentais para que o museu possa desenvolver exposições didáticas.
A palavra diorama vem do grego: dia, que significa “através”, e horama, que significa “para ver”. Podemos dizer que diorama significa “para ver através”.  Os dioramas são cenários que buscam representar em uma escala reduzida, formas de vida, ambientes naturais e etc; numa representação simbólica, sendo um modo de apresentação artística, de maneira muito realista, com finalidades de instrução ou entretenimento. 


Diorama sobre vertebrados do Museu Zoobotânico de Unochapecó. 



 O termo foi criado por Louis Daguerre em 1822, para um tipo de display rotativo no século XIX com o desenvolvimento da taxidermia, herborização e o uso de vitrines, possibilitou aos estudiosos da ciência a contemplar espécies de diversas partes do mundo.

Ornitorrinco taxidermizado no Natural History Museum, London.
Já a palavra taxidermia ou taxiodermia vem de termo grego que significa "dar forma à pele", é a arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo. Essa técnica é utilizada da mesma forma como diorama, ou seja, para representação e também, às vezes os dois são trabalhados juntos. É um procedimento exercido por biólogos, que envolve conhecimentos de diversas áreas além da biologia, como: química, anatomia, comportamento, ecologia, artes plásticas, entre outras. É uma técnica aplicada somente em animais vertebrados e seus registros mais antigos remontam ao império egípcio, a cerca de 2.500 a.C. 
 


Diorama
Com isso "(...) os zoólogos em seus museus de História Natural, (...) puderam viajar através de todos continentes. Muitos aspectos comuns que não podiam ser vistos em espécies perigosas distantes no tempo e no espaço passaram a aparecer facilmente entre o conteúdo de uma vitrina e o da próxima." (LOPES, Maria Margaret. O Brasil descobre a pesquisa cientifica: os museus e as ciências naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997 p. 14).
Ash, D. apud Adriano Dias de Oliveira, diz que os dioramas “representam cenas reais das espécies de animais e de plantas no ambiente natural”. Diz ainda que eles “foram historicamente criados para evocar sentimentos, através e talvez da memória, e promover uma ética para preservação das espécies e dos seus habitats selvagens, incluindo a conservação dos animais e locais que a maioria das pessoas nunca viu”.
Os museus de história natural utilizam os dioramas como espaços educativos. Portanto, é necessário que sejam desenvolvidas com o objetivo de passar para os visitantes uma ideia do espaço em uma escala menor.
Chelini e Lopes no artigo Exposições em Museu de ciências: Reflexões e Critérios para Análise 2008 apresentam dados de uma pesquisa comparativa de diferentes displays de uma exposição do Milwaukee Public Museum, analisada por Asensio e Pol. A pesquisa apontou que os dioramas parecem ser o tipo de display com maior poder de atração e de retenção da atenção e o que provoca os maiores níveis de interação e envolvimento intelectual.
“A atividade científica é uma prática social que vem sendo cada vez mais ampliada e desenvolvida e, nesse aspecto, os museus ganham destaque como locais de comunicação e de educação não-formal”, segundo Chelini e Lopes. Os dioramas atuam nos museus expondo conhecimento científico e a biodiversidade do planeta.
Os dioramas funcionam como um meio de tornar a visita mais dinâmica e interativa. Mas apesar disso, eles não fogem às críticas. Podemos questionar se o ambiente que o diorama expõe é mesmo real ou foi recriado?
Van Praet apud Adriano, diz que “as concepções ecológicas que o público possa vir a ter ao observar um diorama estão mais próximas das de quem elaborou a exposição do que das dos cientistas”. Ou seja, os dioramas atendem as expectativas do público em geral, que deseja ter um conhecimento mais amplo sobre como se desenvolve a vida de animais em certa região, mas não correspondem ao objetivo de estudo dos naturalistas, onde é colocado em questão: o museu serve para educar ou entreter?
Chelini e Lopes apud Georges Henri Riviére, estabelece que o museu é um meio de comunicação e que, independente do tipo de exposição, a museografia deve proporcionar um aporte de prazer e conhecimento. Outro questionamento em relação aos dioramas é se o museu deve expor o desejo dos visitantes ou o desejo dos profissionais?
Os museus são espaços de produção de conhecimento, e tem como compromisso a disseminação do conhecimento, onde o museólogo é apenas o interlocutor e não pode influenciar no conhecimento passado pela ideia da exposição.
Diorama é um modo de apresentação artística, de maneira muito realista, de cenas da vida real para exposição com finalidades de instrução ou entretenimento. A cena pode ser de representação de uma paisagem, plantas, animais, eventos históricos, etc.
A taxidermia, é como falado no texto da segundo Chelini e Lopes, seria a representação dos objetos reais, como no museu de historia natural não possui um acervo grande de objetos, e esse mostram muitos animais o ideal é o animal taxidermizado, ou seja, o objeto real desse museu é o animal empalhado.
Chelini e Lopes apud Miles consideram: “... animais montados ou taxidermizados (...) se assemelham a o objeto real (...) o objeto real é muito frágil ou valioso para ser apresentado em exposição (...) a técnica das replicas é muito utilizada...” (pág. 221 – 223). 

Diorama

Podemos observar que o museu pode se utilizar das ideias da taxidermia, ligada aos dioramas, como forte papel educativo nas exposições, e seu potencial enquanto objetos que fazem parte de um processo transpositivo ao se elaborar uma exposição.


Palavras-chave: Diorama - exposição - museu - taxidermia


Referências Bibliográficas:
OLIVEIRA, Adriano Dias de. Biodiversidade e museus de ciências: um estudo sobre transposição museográfica nos dioramas – São Paulo, 2010.
LOPES, Maria Margaret. O Brasil descobre a pesquisa cientifica: os museus e as ciências naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997. 369 p.
CHELINI, Maria-Júlia Estefânia; LOPES, Sônia Godoy Bueno de Carvalho. Exposições em museus de ciências: reflexões e critérios para análise. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.16. n.2. p. 205-238. jul.- dez 2008.

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