quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

MUSEUS DE HISTÓRIA NATURAL E A ORGANIZAÇÃO DO CAMPO MUSEOLÓGICO


Já se perguntou como foi o surgimento dos principais gabinetes e museus de história natural do Brasil? Confira essas e outras informações sobre instituições museológicas como a “Casa dos Pássaros", o Museu Nacional, e o Museu Paraense Emílio Goeldi nesse breve histórico sobre a criação de museus de história natural no nosso país.

 Em 1784, surge no Brasil o primeiro Gabinete de História Natural do Brasil e das Américas chamada de “Casa dos pássaros", que mais adiante funcionaria como uma espécie de precursora do Museu Nacional, seu principal objetivo era enviar produtos naturais para Portugal, por esse motivo o mesmo funcionava como um galpão no qual animais - em sua maioria aves - eram alvejadas a tiros para serem taxidermizados, expostos ou enviados para a Europa (daí o nome “Casa dos Pássaros”). À frente do processo estava o taxidermista Francisco Xavier Cardoso Caldeira, apelidado de “Xavier dos Pássaros”, que ocupou o cargo de diretor de Gabinete por 20 anos. Alguns anos depois, com quase 30 anos de história, a “Casa dos Pássaros” tem seu fim decretado e o material que restou foi redirecionado para compor o acervo do Museu Nacional.

O Museu Nacional, aberto em outubro de 1821, foi inaugurado com um acervo que continha cerca de 300 pássaros, alguns insetos recolhidos da orla fluminense de Cabo Frio, máquinas industriais, um vaso de prata, antiguidades romanas, quadros e outros objetos, assim, ele é considerado o principal responsável por concretizar no Brasil o processo de institucionalização das ciências naturais, tornando-se um centro de ciência e cultura na corte. Apesar de sua grandeza, isso não impediria que o mesmo sofresse com o corte de verbas que anos mais tarde cooperariam para que o museu fosse vítima de um incêndio de grandes proporções que destruiria parte exorbitante de seu acervo, como veremos a seguir:

Vídeo “História em chamas: o trágico Incêndio do Museu Nacional”: https://www.youtube.com/watch?v=UlKEeszXQYw

Já o museu Paraense, reconstruído durante os governos republicanos, teve a criação de seu discurso voltado para a civilidade e as ciências. Sendo assim, o museu era utilizado em alguns momentos de sua história como um instrumento de civilização das populações que residiam ao seu entorno, mas para que esse processo se concretizasse e fosse possível, muitos nomes importantes passaram pela história do museu, adaptando e melhorando sua estrutura. Entre eles estão: José Veríssimo, Lauro Sodré e Emilio Goeldi, que foi o principal responsável por realizar as maiores mudanças na instituição ao longo dos anos em que permaneceu na direção do museu, entre elas a concretização de um parque zoobotânico que integraria os espaços do museu.

Vídeo “O Parque Zoobotânico do Museu Goeldi”: https://www.youtube.com/watch?v=1lg6aBZ2XgA&t=50s

Para finalizar, temos o texto “Exposição em museus de ciência: reflexões e critérios para análise” das autoras Maria-Júlia Estefânia Chelini e Sônia Godoy Bueno de Carvalho Lopes, que aborda em suas páginas, os principais objetivos dos museus, que vão desde lazer e educação até servir como meio de informação, para isso o utiliza a exposição para se comunicar com seus visitantes. 

Assim, podemos concluir que com o crescimento da divulgação científica, os museus eram reconhecidos como instituições de transmissão desse conhecimento de uma maneira educacional não formal, proporcionando experiências intelectuais e emocionais para o avanço do conhecimento e para educação do público.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LOPES, Maria Margaret. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e as ciências naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997, p. 11-83 (intro e cap1); 323-335 (cap 5).

CHELINI, Maria-Júlia Estefânia; LOPES, Sônia Godoy Bueno de Carvalho. Exposições em museus de ciências: reflexões e critérios para análise. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.16. n.2. jul.- dez 2008, p. 205-238.

SANJAD, Nelson. Cap 3 - Agenda de pesquisa e autoridade científica. In: A Coruja de Minerva: o Museu Paraense entre o Império e a República, 1866-1907. 1. ed. Brasília: Instituto Brasileiro de Museus; Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi; Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2010. v. 1. 496 p.

HISTÓRIA em chamas: o trágico Incêndio do Museu Nacional. Roteiro: Edgar Maciel. Fotografia de AFP, Museu Nacional UFRJ, FAPERJ. [S. l.]: Veja, 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UlKEeszXQYw. Acesso em: 28 nov. 2022.

O PARQUE Zoobotânico do Museu Goeldi. [S. l.: s. n.], 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1lg6aBZ2XgA&t=50s. Acesso em: 28 nov. 2022.

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