As bibliotecas são espaços essenciais à produção do conhecimento e um ambiente que os bons pesquisadores devem frequentar sempre e conhecer como a palma da mão. As tecnologias digitais abrem várias possibilidades de circulação e acesso aos acervos de diferentes instituições, nos mais variados formatos e portes. A internet não substitui, mas antes complementa de forma valiosa os procedimentos de pesquisa que se pode realizar em bibliotecas. Pela boa lembrança da discente Carolina Vaz de Carvalho, do curso de Museologia da UFMG, surgiu a ideia de fazer essa pequena postagem e acrescentar o link da Biblioteca Virtual do Museu Histórico Nacional. Através dele é possível acessar, entre tantos materiais, os livros dos Seminários Internacionais promovidos pela instituição, dentre os quais o de 2011, Museus Nacionais e os Desafios do Contemporâneo, onde estão os dois textos [MARIANA ESTEVES MARTINS A República representada no interior paulista: Museu Republicano “Convenção de Itu”; Marcos Felipe Lopes O Brasil para os brasileiros: Fotografias, espaço, lugar e paisagem] que serão discutidos na próxima sexta (28/03/2014) na disciplina Museu, Espaço e Poder.
quarta-feira, 26 de março de 2014
quarta-feira, 19 de março de 2014
Vivendo e aprendendo
Pois é, topei agora mesmo com esse texto* pra lá de bacana da Karina Kuschnir, Dez lições da vida acadêmica [link][*os desenhos também são dela], cuja lição inicial para mim é que nunca deixamos de aprender com a experiência de outros pesquisadores. Como de costume, separei alguns trechos e comentei mas incentivo fortemente a leitura do texto completo.
"Quando fui estudar para o mestrado, meu maior desafio foi não dormir
lendo Marx. Li aquele capítulo do Capital sobre o fetichismo da
mercadoria e pensei: ferrou! Não entendi nada. Por sorte, a Maria
Claudia Coelho era minha professora na PUC e se dispôs a traduzir aquilo
pra mim. E não é que o texto caiu na prova? Uma professora durona
estava na banca e me perguntou: porque você escolheu Marx para responder
essa questão? Respondi a verdade: não tinha entendido nada quando li
pela primeira vez, e depois achei genial – era uma questão de honra
enfrentá-lo na prova! (Só não falei que o mérito era todo da Maria
Claudia, pois não ia pegar bem…)
Primeira lição aprendida: quase sempre vale a pena entender um texto clássico. É por isso que se tornou um clássico. (Mas nem sempre.)"
L.H.: O verdadeiro clássico - paradoxalmente - jamais parecerá datado. Sobre esse assunto recomendo a leitura de Por que ler os clássicos, do Ítalo Calvino.
"Na época em que tive
que escolher um orientador, expliquei para o Gilberto Velho que não
poderia ser orientanda dele de jeito nenhum. Falei que não sabia nada de
antropologia, nem o básico do básico. Mas ele me respondeu, o que se
tornou a Terceira lição aprendida: “você sabe escrever, e isso é 50% do trabalho do antropólogo”. Minha sorte foi que logo no curso seguinte que fiz com ele, aprendi o segredo dos outros 50%: Para
fazer antropologia bastava ficar o dia todo parada numa esquina, me
enturmar com jovens desocupados e escrever um diário sobre isso! Quarta
lição, com ajuda de William Foote-Whyte."
L.H.: Essa de ficar parado na esquina eu conheço bem...
sábado, 8 de março de 2014
Coleção Hannah Arent e os vestígios de uma trajetória intelectual
A Coleção Hannah Arendt inclui centenas de volumes com com anotações e indicações às margens. A principal missão do projeto é preservar e catalogar todos os itens de sua biblioteca pessoal. Certamente uma preciosa fonte de pesquisa para os que desejam ampliar a compreensão sobre a trajetória intelectual e aspectos específicos da obra de Arendt. Se projetos de digitalização massiva de arquivos e bibliotecas tem grande impacto sobre o acesso aos conjuntos documentais e ao patrimônio cultural de forma geral, não é menos relevante reconhecer que isso se deve ao esforço inicial de reunir, preservar, organizar e pesquisar um acervo qualquer. Usufruamos. LINK
The Hannah Arendt Collection includes hundreds of
volumes with marginalia and annotations, and it is our goal in
perserving this collection, to scan and digitize all of the pages with
Arendt's unique markings. The examples below (in PDF format) represent
the beginning of this process, which has been supported by a generous
grant from the Andrew W. Mellon Foundation. Each listing indicates the
size in megabytes and total number of scans (including covers, title
pages and table of contents where appropriate). This collection is organized alphabetically by the author's last name. Click the cover image on the left to view/download PDF.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Um museu do PCC
Assistindo essa reportagem, não pude deixar de pensar em quão distantes os museus estejam de abordar os grandes conflitos que constituem o teor dos dias correntes. Nas tensões disparadas desde o ano passado, que tomaram o corpo de poderosas manifestações coletivas, a sociedade brasileira colocou em questão diversos de seus problemas estruturais, dentre os quais a segurança pública, o papel da polícia e do sistema judiciário. O saldo até então é essencialmente de sangue e barbárie, ainda que ao menos se pode constatar que alguns debates ocorrem e podem dar sinais de que mudanças são necessárias e desejadas. Enquanto um agente carcerário anônimo se ocupa de reunir um acervo cujo objetivo é contar um parte da história de uma facção criminosa e sua presença no cotidiano dos presídios, assombra-nos o silêncio dos museus. Se são eles espaços em que está colocada a possibilidade de entendimento, de compreensão, é sintomático que pouco ou nada tenham a dizer sobre essa ou outras formas de violência que marcam esse momento da história. E esse desconhecimento tem, certamente, um enorme custo social.
O museu da facção from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.
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