UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Graduação em Museologia
Função social dos Museus.
Prof. Luiz Henrique Assis
Alunos: Frederico Augusto João B.M.S.
Gabriela Guerra Fortunato
Lorena Eduarda da Silva Luz
Lorena Gonçalves Moreira
A Escola de Ciências da Informação como objeto de memória
Belo Horizonte, 13 de Novembro de 2024
Introdução
A Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) possui uma rica história de 75 anos, marcada por transformações e memórias que refletem não apenas o desenvolvimento da instituição, mas também a experiência coletiva dos que a frequentam. Nosso grupo propõe uma intervenção focada em preservar e destacar as memórias afetivas ligadas ao prédio, reconhecendo seu valor como patrimônio tombado e seu potencial como objeto de memória coletiva.
Ao utilizarmos o prédio da Escola de Ciência da Informação como objeto de memória, buscamos enfatizar a função social da museologia de resgatar e valorizar as experiências e narrativas da comunidade. Ao criar uma intervenção de memória afetiva, queremos promover o engajamento da comunidade acadêmica com o espaço e ressignificar o prédio como um ‘museu vivo’ que abriga lembranças e histórias coletivas, transformando o prédio em um "objeto de memória", refletindo sobre seu passado e as mudanças que sofreu ao longo do tempo
As etapas consistiram em:
Coleta de depoimentos: Conduzir entrevistas presenciais ou virtuais com membros da comunidade acadêmica (alunos, professores, funcionários, ex-alunos) para capturar histórias e experiências afetivas relacionadas ao prédio.
Mapeamento Temático: Organizar os depoimentos em categorias como “Primeiras Impressões”, “Mudanças ao Longo do Tempo”, “Eventos Marcantes” e “Lugares Memoráveis”.
Seleção dos Espaços: Identificar locais específicos do prédio para a instalação dos relatos de acordo com o conteúdo de cada um, criando uma ligação entre a memória e o espaço físico.
Montagem: Posicionamos os murais de memória e interativos para que os visitantes pudessem interagir adicionando suas próprias memórias.
A intervenção foi organizada em pontos estratégicos das escolas, com cada relato sendo feito em locais relevantes e simbólicos, criando uma conexão entre a memória relatada e o espaço onde ocorreu. Os depoimentos foram disponibilizados em murais colaborativos nos corredores da ECI e FAFICH nos dias 04 e 11 de Novembro. O público alvo foram os servidores que atuam trabalhando diariamente no prédio da Escola de Ciências da Informação, alunos graduandos (prioritariamente museologia) e frequentadores diários que passam pelo local selecionado.
As perguntas para a intervenção:
1- Que sensação o prédio da ECI te passa?
2- Me fala uma memória, uma história que ficou marcada pra você que aconteceu no prédio da ECI?
3- O que você pensou quando pisou a primeira vez no prédio da ECI?
4- Porque você gosta do Prédio da ECI?
5- O que o Prédio da ECI te faz refletir?
Respostas obtidas
Um exemplo das respostas obtidas foi do seguinte estudante da UFMG do prédio Belas Artes:
1- Sensação de calma;
2- O dia que fui ver os gatinhos;
3- Gostei das plantinhas descendo nos andares;
4- Porque é bem arborizado e ventilado;
5- O convívio com a natureza.
Outra resposta obtida de um estudante da Faculdade de Letras foi:
1- Paz e quietude.
2- Eu ter ficado lendo no ECI até dar o horário de ir embora.
3- Que ele parece um cenário de ficção científica.
4- Porque ele não tem poluição visual e é pouco movimentado.
5- Que os outros prédios deveriam ser como ele.
Conclusão
Após entrevistar profissionais da ECI, estudantes da Belas Artes, Faculdade de Letras, Instituto de ciências exatas, Faculdade de veterinária, Faculdade de Ciências Humanas e demais departamentos concluímos que a divulgação e a lembranças das memórias afetivas em relação ao prédio da ECI são latentes. Grande parte do público se sente acolhida e deseja compartilhar o sentimento de calma com os outros alunos, servidores e transeuntes da ECI, tornando um ambiente que é ideal para criar novas memórias e descansar no tempo livre.
O edifício da ECI, portanto, não é apenas um espaço físico destinado ao aprendizado ou ao trabalho acadêmico; ele carrega uma carga simbólica e afetiva que, ao longo do tempo, vai se transformando e se fortalecendo. Para muitos, esse é um local que transcende a função estritamente institucional e vínculo com a UFMG. Ele se tornou um lugar de convivência, de pausas para o descanso mental, mas também de partilha e interação, criando uma rede de relações que ultrapassa as fronteiras do campus. Portanto, é fundamental que a universidade, os responsáveis pela gestão dos espaços acadêmicos e os alunos reconheçam essa relação afetiva com o prédio da ECI, não apenas como um símbolo de história e tradição, mas como um ativo que promove o bem-estar e a coesão social.
A ECI não é apenas um prédio: ela é um lugar de vivência, de expressão e de reflexão, onde as memórias construídas são parte de uma história maior que se renova constantemente, mantendo viva a identidade do campus e a conexão entre as pessoas que o habitam.