segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Tratamento e conservação do acervo do Museu Clube da Esquina



Projeto: MUSEU CLUBE DA ESQUINA: pesquisa de coleções e política de acervo
Orientador: Prof. Dr. Luiz H. Assis Garcia (ECI/UFMG)
Bolsista: Pollyanna Lacerda Machado.

Tratamento e conservação do acervo do Museu Clube da Esquina
Por Pollyanna Lacerda




O Museu Clube da Esquina (MCE) dispõe de acervo museológico e parte deste vem recebendo tratamento e conservação adequados sob guarda provisória em instalações da Biblioteca Universitária (BU) / Setor de Obras Raras, no contexto de uma parceria entre AAMUCE (Associação de Amigos do Museu Clube da Esquina) e UFMG para embasar conceitual e tecnicamente o processo de instalação de sua sede física, envolvendo ações de pesquisa e extensão. O acervo inicialmente inventariado conta com cerca de 600 itens[1] em diferentes suportes: papel, objeto tridimensional, discos de vinil e suportes audiovisuais - contendo fotografias/depoimentos/etc. Os procedimentos que vem sendo realizados visam assegurar a integridade dos materiais - respeitando a tríade básica da Museologia: pesquisa, comunicação e preservação. 
Segue uma descrição das duas primeiras etapas do processo, realizadas no período de 07 de maio a 08 de julho de 2015.


  1. Máquina FACIT
Os procedimentos de conservação e restauração das peças do Museu Clube da Esquina foram iniciados no dia 07 de maio de 2015. O primeiro item escolhido para restauro foi uma máquina de escrever (marca FACIT, modelo 1740/3511). Realizamos uma breve pesquisa para obter maiores informações quanto à composição de seus materiais e manual de uso para nos auxiliar em seu manuseio e tratamento adequado. Iniciamos os trabalhos sem fazer muitas intervenções, optando pela limpeza mecânica a seco com auxílio do aspirador de pó e algodão neutro, e em algumas partes, a limpeza aquosa, com o uso do álcool 70%.[2]Devido ao tamanho e peso da máquina, verificamos a necessidade de remanejá-la e acondicioná-la de outra maneira, pois a posição em que ficava dentro do armário não é recomendada. Para isso, foi feito pedido de uma caixa organizadora de plástico com dimensões maiores que 40 x 18 x 43 cm e também um material denominado ETHAFOAM, para perfeita armazenagem. A máquina foi acondicionada na caixa e envolta pelo ethafoam, permitindo que fique estável até mesmo quando em trânsito.


2. Material gráfico

Em continuidade aos procedimentos de tratamento do acervo, optamos realizar o armazenamento do material gráfico existente devido ao seu estado de guarda - embalagens de má qualidade que aceleram a deterioração dos materiais. Para tanto, adotamos alguns critérios recomendados para coleções como esta, baseando-nos também na publicação do Arquivo Nacional/RJ[3], são eles: armazenar apenas documentos do mesmo tamanho e categoria juntos, pois as diferenças de volume e peso criam riscos de danos físicos; os materiais empregados para fixar — como grampos, clipes e taxas, devem ser cuidadosamente removidos e, quando necessário, substituídos por materiais inoxidáveis[4]. Os objetos pesados e/ou volumosos devem ser armazenados separados dos mais leves, pois podem causar pressão desigual dentro das caixas. Os envelopes devem ser guardados em caixas de armazenagem de documentos que cumpram o padrão de qualidade arquivística, para tanto foi solicitada a compra do papel filifold 80gr² – pois oferece ótima resistência a dobras e vincos e mantém inalterada sua resistência ao tempo em qualquer ambiente[5]. Em contrapartida, o laboratório de conservação do Setor de Obras Raras forneceu as caixas. Outro aspecto importante é que todas as pastas dentro da caixa devem ser do mesmo tamanho e devem se adequar ao tamanho da caixa e devem ser empilhadas apenas de duas em duas, para facilitar o manuseio. (OGDEN, p.10, 2011).



Como estas peças já foram alvo de uma primeira catalogação, mantivemos no atual registro o número de inventário; criando outra série para a distribuição do material em diferentes caixas, de acordo com os critérios descritos anteriormente (tamanho, peso, categoria, etc.). As informações presentes no envelope pretendem facilitar a consulta nos casos de pesquisa, etc. evitando, em alguns casos o manuseio desnecessário.

Exemplo:
MUSEU CLUBE DA ESQUINA
MATERIAL GRÁFICO
ORDEM: x/x *
INVENTÁRIO: xxx **
HIGIENIZAÇÃO E ACONDICIONAMENTO:
CONSERVAÇÃO:
QUANTIDADE:
CONTEÚDO:

*Nova numeração de acordo com a sequência das caixas.
**Número já existente.

Neste acervo percebemos um sentido amplo da "esquina" em seu sentido simbólico, representando uma dimensão de mundo, tanto na atuação dos músicos, como na divulgação de shows, palestras, espetáculos, etc. em outros estados e países. Como exemplo, destacamos alguns folhetos de shows e folders.

Tendo em vista o andamento dos trabalhos, foi realizado um levantamento dos materiais necessários e o planejamento de atividades previstas para a continuidade dos procedimentos, incluindo aí Desenhos arquitetônico, Encadernações, Impressos em jornal, Discos de vinil (LPs) e capas.







[1] Mais informações, consultar o Relatório sobre início de atividades de hig. e acondicionamento.
[2] "Listagem de documentos entregues pela AAMUCE para a guarda provisória na UFMG em 02/02/2015". Disponível para consulta.
[3] OGDEN, Sherelyn. Armazenagem e manuseio. Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional. 2. ed. Rio de Janeiro, 2001. 49 p. [ONLINE] http://www.portalan.arquivonacional.gov.br/media/CPBA%201%20a%209%20Armazenamento.pdf
[4] Iremos utilizar a costura, aproveitando os furos já existentes.







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