terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Museu Regional de São João del Rei: Desafios Metodológicos do Registro da História Institucional, por meio das vozes dos funcionários

ECI - UFMG

Curso: Museologia

Disciplina: Metodologia da pesquisa histórica em museus

Prof.: Luiz H. Garcia

Aluna: Rosiane da Silva Nunes


Museu Regional de São João del Rei: Desafios Metodológicos do Registro da História Institucional, por meio das vozes dos funcionários.

O MRSJDR é um museu federal considerado tradicional, fundado em 1958 e que passou por diversos diretores, funcionários e redirecionamentos políticos à medida que os sucessivos governos federais transitavam pelo poder. Resultado de uma política cultural, atualmente pertence ao IBRAM, ele traz intrínseco à sua história, inúmeras consequências das instabilidades governamentais. Compreender esses processos foi abundante manancial que debruçamos em pesquisas e sistematizamos.

Trazemos aqui algumas referências sobre a tese de doutoramento ‘Vozes do Museu Regional de São João del Rei’, onde intencionamos apresentar essa experiencia por estar em consonância com a disciplina ‘Metodologia da Pesquisa Histórica em Museus’, porque traz exemplo prático dessa categoria de investigação, onde trabalhamos com fontes primárias e secundárias.

(Fonte: arquivo pessoal, estagiário Guilherme, pesquisando em fonte primária)

No entanto, foi na fonte secundária, utilizando o método da história oral, que focamos esse trabalho. Destacamos que desde sua origem ela traz a voz dos excluídos. A história oral é a materialização das narrativas orais para o documento escrito, não é novidade esse processo. No entanto, a moderna história oral surge em 1948 , na Universidade de Colúmbia, em Nova York, e sua inovação é a utilização de equipamentos para capturar e  

salvaguardar os relatos orais. Esta categoria privilegia “vozes” esquecidas

(Fonte: arquivo pessoal, participantes da entrevista, fonte secundária)

pela história oficial  e registra a história do tempo presente. Acreditamos que um museu mais democrático com perspectivas de participação diversificada do seu público interno pode fazer uso da história oral, ela pode ser  uma forma de estreitar as comunicações e trazer as vozes carregadas de experiências de      seus funcionários. Ouvir suas reivindicações, angústias, descortinar opiniões por meio de diversos olhares pode contribuir para ampliar a compreensão da cultura institucional de um museu.

Neste sentido trabalhamos com a moderna história oral e utilização da transcriação conforme preconiza o NEHO.  Ressaltamos que foi um exercício de escuta do outro, ação-reflexão-ação coletiva e constante autoanálise. As vozes dos funcionários deram o tom, caminhos e encaminhamentos para um Museu com responsabilidade social. 

As narrações foram os principais elos de ligações entre passado, presente e vontade de futuro. Diversos olhares foram desvelados e a multiplicidade de experiências possibilitou ampliar a consciência acerca da organização. Ouvindo e agindo conjuntamente o museu transformou-se numa grande ação educativa. Os funcionários passaram a ser agentes do desenvolvimento da instituição e contribuíram para a interação com a comunidade. As experiências transpassaram a todos os envolvidos nesses processos, por meio da escuta do outro e uso da ‘História Oral’ trouxemos a perspectiva da Sociomuseologia para um museu federal e tradicional.

No entanto, na defesa do doutoramento, passamos por um problema metodológico, que somente foi resolvido após. No vídeo a seguir, vou narrar oralmente como forma de autoetnografia (Adams, Ellis, Jones & Bochner 2011, 2015), e autoanalise (Boudieu, 2005).

Vídeo

https://wetransfer.com/downloads/9ee6c6ef64fbb2464f929d57c0251c2e20210822222159/eba2d8

Espero que essa experiencia venha a contribuir e motivar para que a história seja registrada pelas vozes de quem realmente é protagonista da ação.


REFERÊNCIAS


Adams, T; Ell is, C.; Jones S. (2015) Autoethnography: Understanding Qualitative Research Series. New York: Oxford University Press.


Bourdieu, P. (2005). Esboço de auto-análise. São Paulo: Companhia das Letras.

Desvallés, A.; Mairesse, F. (orgs.) (2013) Conceitos-chave de Museologia. São Paulo: ICOM- BR; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Secretaria de Estado de Cultura.

Larossa, J. (2002). Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Barcelona: Universidade de Barcelona.

Meihy, J.C. (2005) Manual de História Oral. São Paulo: Edições Loyola.

Meihy, J.C.; Holanda, F. (2007). História Oral: como fazer como pensar. São Paulo: Contexto.


Nunes, R. (2021). As vozes do Museu Regional de São João del Rei. Lisboa: ULHT.

Link: https://ufmgbr-my.sharepoint.com/:b:/g/personal/rsnunes7_ufmg_br/EUFvsVwmN0dJt5-bbSMfvxUB_bafk4GCXOsQIxPkJRTq-g?e=U9USgP

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