quarta-feira, 4 de julho de 2018

O Som do Filme [Metodologia da Pesquisa Histórica em Museus 2018]

Disciplina: Metodologia da Pesquisa Histórica em Museus
Alun@s: Carlos Alexandre Madalena e Lucineia Maria Bicalho
Prof.: Luiz H. Garcia

Um filme sem som não desperta o mesmo interesse de um sonorizado, pois sabemos que o uso dos recursos sonoros aumenta a emoção das cenas, na ação, na tristeza, paixão, comédia, drama e violência, alcançando um dos objetivos do cinema que é proporcionar emoções ao espectador, de maneira que ele saia de sua realidade e mergulhe na do filme. Mas para isso é necessário que o próprio filme envolva o público ao ponto de fazer com que aquele novo universo pareça real aos olhos de quem o vê. Somente desta maneira é que se concretiza a experiência cinematográfica.


Os primeiros momentos do cinema foram conhecidos como “cinema mudo” e tinham uma função de criar o hábito e o gosto das pessoas de irem ao cinema assistirem um filme. Como os sons não podiam vir em auxílio do público, a compreensão dos filmes era realizada através da inserção de legendas, com o objetivo de tornar os acontecimentos mais claros para os que assistiam a película.
No cinema mudo usava-se o recurso do som ao vivo ou músicos para auxiliar a história, mas também pela dramaticidade, utilizando os acompanhamentos de piano, órgão, ou às vezes até de uma pequena orquestra, que serviam para ambientar o filme e aproximar mais o espectador da história. Ao longo de anos o que se conhecia por cinema se resumiu a esta modalidade, que já transmitia à plateia a magia do cinema para a época. O cinema mudo havia criado tradições e formas de linguagem que, de fato, sofreram grandes reconfigurações ou mesmo se perderam em algum sentido com a presença da voz.
No universo cinematográfico muitos são os componentes sônicos que amplificam as possibilidades criativas de realização audiovisual. O som de um filme e a soma das partes de voz, efeitos sonoros e música, formando a trilha sonora que, atrelada à imagem, maximiza o efeito dramático do filme e chama a atenção do espectador. Esses sons no cinema, colocados de maneira certa, ajudam na narrativa e na composição de uma cena, de um personagem, de um momento no filme. Mas deve-se lembrar de que o termo “trilha sonora” não se aplica apenas à música composta para o filme, mas sim a todos os barulhos e sons, como ruídos, narração, silêncio, entre outros. É, portanto um diferencial, um recurso fundamental para qualquer obra cinematográfica que dá ritmo ao filme, faz o espectador se emocionar, ficar com medo ou empolgar-se. Ou seja, tudo que é audível no filme. Mais do que um aprimoramento tecnológico, o cinema com som representou uma série de alterações nos modos de produção, na forma das histórias e no conteúdo narrativo e dramático a ser explorado.
A sonoplastia no cinema consiste na grafia do som empregada em alguma produção com determinado fim e intenção. A palavra sonoplastia é exclusivamente portuguesa e surgiu na década de 60, mas desde muito tempo ela sempre existiu no nosso mundo. Sonoplastia define a comunicação a partir do som, seja ele natural ou modelado em estúdios. Desde os primórdios da humanidade, nós, seres humanos, temos utilizado deste recurso para nos comunicarmos não apenas uns com os outros como também com outras espécies de seres vivos. A sonoplastia é a comunicação pelo som. É de suma importância na linguagem cinematográfica.
Originalmente os profissionais do som no cinema não criavam coisas de outro mundo: estavam ocupados criando sons do dia-a-dia, pois a tecnologia ainda era pequena e o uso de muita a criatividade na manipulação de materiais para produzir os sons necessários para o filme. Assim, pentes, folhas de papel, areia, caixas de diversos materiais e modelos, folhas de flandres, cascas e galhos, e outros que a imaginação do profissional recrutava, eram os recursos utilizados para extrair os mais variados sons, de acordo com o objetivo pretendido. Materiais como celofane amassado para fazer barulho de fogo, gravetos os para madeira quebrando, cocos para os cascos dos cavalos galopando, folhas de zinco para trovões, pisos elevados para gravar passos e muitos, muitos outros truques interessantíssimos.
Nesse mundo de simulações das situações as mais diversas, anteriormente, os sonoplastas tinham que criar de alguma forma o som que se assemelhasse às necessidades das cenas dos programas. Com recurso a novas tecnologias quer com inventividade e imaginação, o trabalho de um sonoplasta baseia-se sempre na avaliação da perceptibilidade que o ouvinte terá dos efeitos que se criam para transmitir as imagens ou sensações.
No atual cinema, o som natural, os recursos de sonoplastia têm sido cada vez mais substituídos pelo som digitalizado. Seja qual for a origem do som a utilizar, quer pelo recurso a novas tecnologias, sintetizadores ou misturas, quer pela captação direta de sons, o único critério é o do efeito que vai produzir, pela natureza dos sons e pela integração no bloco de que fará parte.


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