quinta-feira, 25 de março de 2021

Encontros em Sala - Função Social dos Museus 2020

UFMG
 
Museologia
 
Disciplina: Função Social dos Museus
 
Prof. Luiz H. Garcia

Grupo: Augusto Luis, Beatriz Figueiredo, Julia Reis, Marina Quintiliano, Rafaella Brandao, Sammya Nicolle 
 
O trabalho intitulado “Encontros em Sala” foi desenvolvido por alunos do quinto período do curso de Museologia da UFMG visando explorar a relação de dois museus com a região em que estão inseridos, assim entender como se relacionam com seus funcionários, público e sociedade como um todo.

A escolha do Museu da Escola Ana Maria Casassanta Peixoto e do Museu Casa Juscelino Kubitschek se deu por conta da proximidade que alguns membros da equipe já tinham com o espaço, já que possuíam o histórico de atuação na instituição. Entrevistar o Prof. Doutor Antônio Carlos permitiu aos membros do grupo entender a percepção de um visitante frequente e que também possui ligação com os acervos apresentados.

O objetivo principal deste trabalho é observar como as pessoas que interagem com as instituições escolhidas percebiam sua atuação, comunicação e demais elementos presentes no tripé museológico: conservar, expor e educar. A pesquisa teve a seguinte metodologia: escolha de referências bibliográficas, agendamento de reuniões com as instituições escolhidas, entrevistas com os responsáveis, transcrição, gravação e dos episódios, criação dos posts para o instagram (rede social utilizada para divulgar o projeto) e, para finalizar o trabalho, também foi feito um vídeo em que cada membro pode comentar a importância deste projeto, assim como suas opiniões pessoais acerca da disciplina. Realizar as entrevistas foi essencial, pois permitiu a visualização das similaridades e diferenças entre as instituições.

O Museu da Escola Ana Maria Casassanta Peixoto, surgiu de uma série de ações em comemoração ao ano de 1990 – marcado pela UNESCO como o ano internacional da alfabetização. A professora Ana Maria Casassanta Peixoto propôs a criação de uma exposição que relatasse a história da cultura escolar mineira. Dessa exposição foi criado um Centro de Memória, que posteriormente tornou-se o Museu da Escola. O espaço mudou de lugar várias vezes, sendo sua primeira sede o Prédio Rosa, localizado à Praça da liberdade, e agora integra o campus da Secretaria de Educação, no bairro Gameleira. 
 

Foto de Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores


Já o Museu Casa Kubitschek, que pertence ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha, funciona na casa modernista construída para ser residência de fim de semana do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Para além das questões arquitetônicas e paisagísticas, visto que a casa foi projetada pelo célebre arquiteto Oscar Niemeyer, a instituição visa discutir as formas de morar da cidade de Belo Horizonte.

 
 
Em suma, também foi possível refletir sobre o ideal e o real quando o assunto é a função social de um museu. É importante lembrar que, muitas vezes, as instituições não recebem as condições financeiras necessárias para sua manutenção, o que prejudica diretamente todos os setores: desde a documentação dos objetos até sua extroversão. Os espaços mnemônicos devem ser democráticos, espaços-fórum, sem a ilusão de uma Museologia cor de rosa e as atividades desenvolvidas nesses espaços irão afetar não apenas seu entorno, mas toda a região em que eles se inserem.

“O patrimônio não é o depositário da memória. Se se reduzisse a tal coisa, acabaria sendo um obstáculo aos movimentos da memória” (JEUDY). Essa fala, por mais que oriunda de autores que escrevem sobre realidades e contextos completamente distintos, casa, de certa forma, com a seguinte frase: "Acho que a preservação, estruturalmente, está nesse intervalo entre o tombamento e o uso.” (ARANTES). O museu não pode ser um lugar no qual objetos são conservados, ele precisa ir além e tem um potencial incrível, de acordo com Moutinho de tirar as pessoas de uma existência alienada mostrar a elas suas lutas na sociedade, quais os seus reais interesses como sujeito social – e isso vai para muito além do indivíduo.

Para encerrar, trazemos a citação do autor Charles Dickens em seu livro Oliver Twist: “Envolto no cobertor que até aquele momento era a única coisa que o cobria, ele poderia ser tanto o filho de um nobre quanto o de um mendigo”. Assim, deixamos como reflexão o pensamento de que no momento que o ser humano se reconhece como membro de um grupo, pertencente a uma dada realidade, suas escolhas - mesmo sendo individuais - ecoam em no coletivo ao qual o mesmo se encontra. Os museus não devem pensar em seus visitantes dividindo-os em classes sociais e sim como as pessoas as quais devem se sentir representadas, para que essas possam conhecer e reconhecer-se como parte do que ali existe. 
 
Para conferir o trabalho feito pelo grupo basta acessar o nosso canal do Youtube e também o nosso Instagram.
 
 
Referências Bibliográficas:

ARANTES, ANTONIO AUGUSTO. Revitalização da capela .... in: Produzindo o passado: estratégias de construção do patrimônio cultural. São Paulo: Brasiliense: CONDEPHAAT, 1984. 255p.

BOURDIEU, Pierre; DARBEL, Alain. O amor pela arte: os museus de arte na Europa e seu público. Trad. Guilherme João de Freitas Ferreira. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Zouk, 2003, 243 p.

JEUDY, Henri Pierre. Memórias do social. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1990. 146p. (intro + cap.1)

MOUTINHO, M.. Sobre o conceito de museologia social. Cadernos de Sociomuseologia Centro de Estudos de Sociomuseologia, América do Norte, 1, Mai. 2009.


Links:

Casa Kubitschek. Facebook.com. Disponível em: <https://www.facebook.com/CasaKubitschek/>. Acesso em: 31 Jan. 2021.

WILMA ANGÉLICA BENFENATTI. Museu da Escola Professora Ana Maria Casasanta Peixoto. Mg.gov.br. Disponível em: <https://escoladeformacao.educacao.mg.gov.br/index.php/2-uncategorised/14-museu-da-escola-index>. Acesso em: 31 Jan. 2021.
 

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