UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS GRADUAÇÃO EM MUSEOLOGIA
DISC.: MUSEOLOGIA II
PROF. LUIZ HENRIQUE ASSIS GARCIA
CURSANTES: ANA SOPHIA NUNES SILVA, FERNANDA VEIGA DIAS, KETTY MARA GOMES, LAISA DANIELLA XAVIER DA CUNHA, MARIANA HELLEN DE JESUS, RENATA CABRAL MORAES
BELO HORIZONTE, 2025
Casa do Baile: preenchendo o espaço em branco
INTRODUÇÃO
A Casa do Baile, projetada por Oscar Niemeyer e inaugurada em 1942, integra o conjunto arquitetônico da Pampulha e chama atenção pela leveza das curvas e pela relação com a lagoa. Ao longo do tempo, o espaço ganhou diferentes usos e hoje continua despertando curiosidade em quem passa pela orla, seja para visitar a exposição, descansar ou apenas observar a paisagem. Estudos sobre a Casa do Baile destacam justamente essa variedade de percepções, mostrando como a arquitetura moderna se combina com experiências afetivas e espontâneas dos visitantes, que se apropriam de diferentes formas do edifício. Essa ideia serviu como ponto de partida para pensarmos nossa proposta de intervenção.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA CASA DO BAILE
A intervenção “Casa do Baile: Preencha o Espaço em Branco” nasceu do desejo de criar um momento de escuta dentro da própria visita. Queríamos oferecer ao público a chance de se expressar livremente, registrando sensações, críticas, lembranças ou interpretações pessoais sobre o espaço, ou seja, algo que fosse simples, mas que colocasse o visitante no centro da experiência. Nosso objetivo principal era compreender como diferentes pessoas constroem significado para o lugar e de que forma a Casa do Baile é vivida.
Para isso, no dia 7 de novembro de 2025, realizamos a ação na entrada da Casa, próximo à saída da mostra. À medida que as pessoas finalizavam a visita, nós as abordávamos e entregávamos um pequeno bloco de notas e uma caneta. O convite era direto e aberto: escrever ou desenhar qualquer impressão que a passagem pela Casa do Baile tivesse despertado. Não havia perguntas orientadoras nem expectativa de resposta específica, a proposta era justamente permitir que cada pessoa preenchesse o espaço em branco a partir de sua própria vivência.
ANÁLISE DAS RESPOSTAS
As mensagens recolhidas mostram como a Casa do Baile é percebida de formas múltiplas e afetivas. Algumas respostas revelam encantamento pela paisagem e pela arquitetura, outras apontam questões de uso, horário de funcionamento ou sensação de pouca ocupação do espaço. Aparecem também lembranças pessoais, memórias familiares e comentários sobre a exposição visitada. Entre as respostas, destacam-se:
“Bela obra arquitetônica, mas o espaço é mal utilizado.”
“A Casa do Baile lembra minha família.”
“Gostei da história do lugar.”
“Entrei para usar o banheiro, mas o lugar é bonito.”
“A experiência que eu mais gostei foi de tocar nos livros.”
“Uma experiência fantástica. Eu e minha família sempre viemos ver essa obra de arte.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intervenção mostrou que gestos simples de escuta podem fortalecer a relação entre visitante e instituição. Ao convidar as pessoas a deixarem suas impressões, abrimos um espaço de diálogo que complementa a mediação tradicional e aproxima o público do patrimônio. Afinal, a Casa do Baile não é apenas um ícone arquitetônico, é um lugar que ganha sentido a partir das pessoas que passam por ele todos os dias.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SOUZA, Carolina Pimentel; TAMEIRÃO, Daniela; FARIA JUNIOR, Evandro José; MACHADO, Giovanna Maria de Paula; MELO, Thays Lucas de. Que lugar é esse? Visitas espontâneas e seu público na Casa do Baile. In: Museus, Educação e Território: experiências educativas na Pampulha. Belo Horizonte: Fundação Municipal de Cultura; Instituto Lumiar, 2024. p. 121-125.
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