quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Colecionismo e a formação do acervo do Museo Nacional de Bellas Artes da Argentina [Tipologia de Museus 2019]

Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Ciência da Informação – Graduação em Museologia
Disciplina: Função Social dos Museus - Atividade: Trabalho Final
Professor: Luiz Henrique Garcia de Assis

Autores: Anna Carolina Thomaz de Melo Dias,Julia Teixeira Reis, Marina Quintiliano Vianna, Sâmmya Nicolle da Cruz Dias , Victoria Caroline de Souza Brandão


     A cidade de Bueno Aires, na década de 1870, passou a ser conhecida como a “cidade em obras” que indicava o processo de revitalização urbana, dentro de um parâmetro de valorização eurocêntrico. Este modelo, além de influenciar na arquitetura de casas e prédios, acompanhou a formação das primeiras coleções particulares, que posteriormente incorporaram o Museo Nacional de Bellas Artes, da capital Argentina. Tais coleções tinham como fator primordial a ideia de se juntarem diferentes escolas ou vertentes em linhas e modelos.

Vista frontal da entrada principal do Museo de Bellas Artes – Argentina

     Neste período, o principal point na cidade para artistas e colecionadores de arte era a Rua Flórida, onde se encontravam as principais lojas de objetos e os primeiros comércios de arte - e em 1896, a primeira sede do Museo Nacional de Bellas Artes (MNBA).

     Nesta rua, no início do século XX se instalaram as primeiras galerias com aspecto profissional, algumas foram derivadas de bazares, os quais alternavam exposições temporárias, publicavam catálogos e eram motivos de revistas culturais.

     Nesse sentido,a criação das primeiras coleções de arte deve ser entendida como parte do processo de profissionalização do campo artístico, que foi lentamente instituído na Argentina no final do Século XIX e início do século XX.


Vista de um dos corredores do Museo de Bellas Artes – Argentina

     Entretanto, embora visasse a valorização do mundo artístico, os primeiros colecionadores privilegiavam a arte europeia em detrimento da arte local, logo, este instrumento de prestígio social não conversava com a arte local em produção.

     Na maioria das coleções, o desígnio final para as obras não era permanecer na casa dos colecionadores, mas sim, nas salas de um repositório público. Dessa forma, a subjetividade das opções estéticas dos colecionadores acabou determinando o perfil inaugural de um patrimônio nacional, ou seja, que não valorizava a produção Argentina mas sim a representação da arte europeia como ideal.

     Criado em 1895 por decreto presidencial e aberto no ano seguinte, as doações ao MNBA cresceram durante o século XX, constituindo as décadas de 1930 e 1970 dois movimentos intensos de afluência de coleções particulares. Essas novas incorporações também contribuíram para reafirmar em seu patrimônio o lugar central da arte europeia do século XIX, o qual constitui uma das marcas distintivas de seu acervo até os dias de hoje.

     Percorrendo seus corredores, percebe-se a presença de legendas que informam “coleção de…” , mostrando assim, de forma clara, que a procedência do acervo ali presente, é fruto das doações dos colecionadores que com seu empirismo artístico, colaboraram para a formação de um dos maiores museus de arte da América Latina.


LINKS CORRELACIONADOS COM O TEMA:


https://turismo.buenosaires.gob.ar/br/otros-establecimientos/museu-nacional-de-belas-artes (esse site mostra as pricipais atrações turisticas da cidade de Buenos Aires, eventos e conteúdos relacionados à cidade)

https://www.bellasartes.gob.ar/ (site oficial do Museu Nacional de Bellas Artes).

https://aguiarbuenosaires.com/museu-belas-artes-de-buenos-aires/ (site de uma agência de viagens acerca do Museo Nacional de Bellas Artes).

https://www.youtube.com/watch?v=hRDTR_tmZfc (vídeo sobre o Museo Nacional de Bellas Artes) 

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