quarta-feira, 5 de março de 2014

Um museu do PCC

Assistindo essa reportagem, não pude deixar de pensar em quão distantes os museus estejam de abordar os grandes conflitos que constituem o teor dos dias correntes. Nas tensões disparadas desde o ano passado, que tomaram o corpo de poderosas manifestações coletivas, a sociedade brasileira colocou em questão diversos de seus problemas estruturais, dentre os quais a segurança pública, o papel da polícia e do sistema judiciário. O saldo até então é essencialmente de sangue e barbárie, ainda que ao menos se pode constatar que alguns debates ocorrem e podem dar sinais de que mudanças são necessárias e desejadas. Enquanto um agente carcerário anônimo se ocupa de reunir um acervo cujo objetivo é contar um parte da história de uma facção criminosa e sua presença no cotidiano dos presídios, assombra-nos o silêncio dos museus. Se são eles espaços em que está colocada a possibilidade de entendimento, de compreensão, é sintomático que pouco ou nada tenham a dizer sobre essa ou outras formas de violência que marcam esse momento da história. E esse desconhecimento tem, certamente, um enorme custo social.



O museu da facção from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.

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