Primeiro território indígena demarcado no Brasil, em 1961, o Xingu é a casa de populações tradicionais que enfrentam há séculos inúmeras formas de intervenção e violência e inspiram a luta pelos direitos dos povos originários. Esses movimentos foram acompanhados por uma profusão de imagens: de registros de viajantes europeus a documentos de expedições do Estado brasileiro, da extensa cobertura na imprensa à revolução desencadeada nos últimos anos pelo audiovisual indígena.
A exposição propõe uma revisão da história dessas imagens, estabelecendo diálogos entre fotografias e filmes produzidos por não indígenas desde o século XIX e o trabalho atual de cineastas, artistas e comunicadores de povos do Xingu e de outras origens. O percurso conta com obras comissionadas a autores indígenas, itens de arquivos públicos e particulares, e alusões a outras concepções de imagem presentes nas culturas xinguanas, como grafismos e narrativas orais.
Parte da história do Xingu está registrada em fotografias sob a guarda do Instituto Moreira Salles. A exposição é o marco inicial de um processo de requalificação desse conjunto de imagens, com a colaboração de pesquisadores e lideranças indígenas, por meio da identificação de pessoas, locais e situações retratadas. Buscamos, assim, colocar o acervo a serviço da reflexão crítica sobre a representação dos povos originários na história do país e do desenvolvimento de novas formas de autorrepresentação indígena. (texto curatorial de Guilherme Freitas)
Curadoria
Guilherme Freitas e Takumã Kuikuro
Assistência de curadoria
Marina Frúgoli
Online
xingucontatos.ims.com.br
#XinguContatosIMS
https://ims.com.br/exposicao/xingu-contatos_ims-paulista/
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