sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Tipologia de Museus - Refazendo a história, perpetuando sentimentos


Refazendo a história, perpetuando sentimentos. Com vocês...

 O Museu Histórico

 

 Este trabalho foi desenvolvido em Novembro de 2013 como critério de 
avaliação parcial da disciplina Tipologia de Museus, ofertada no Curso de 
Museologia pela Escola de Ciência da Informação (ECI), na Universidade
 Federal de Minas Gerais (UFMG), ministrada pelo Profº Luiz Henrique Garcia.


Grupo: Camila Luiza Aparecida Lopes, Cristiane de Lima Caputu Abreu, Flávia Maria Skau de Souza, Glaúcia Magda Alves dos Santos, Isabela Trópia, Marly de Fátima Franklin Ferreira, Rháyza Morgana Hortêncio de Lima. 

“Eu vejo o futuro repetir o passado.
Eu vejo um museu de grandes novidades.
O tempo não para. Não para, não, não para”.


Já dizia Cazuza em uma de suas mais famosas canções.
Podemos olhar para o trecho dessa música assim como olhamos para os museus históricos que vivem em um limbo tentando não ser repetitivos. Isso é inevitável pelo fato da história se repetir, como diria Karl Marx, “primeiro como tragédia e depois como farsa”. Será que é isso que os museus históricos estão passando para a sociedade, uma farsa?
Ao visitarmos um museu histórico nos deparamos com um discurso ultrapassado de celebração de datas comemorativas, que foram criadas por visões parciais e rígidas de seus mentores. No início do século XX esta postura foi adotada para se construir a ideia de uma nação moderna e de identidade para um povo. Atualmente seus acervos ainda estão impregnados de objetos que nos remetem a este heroísmo tão marcante para a população e que, ao serem expostos, nos instigam a imaginar um tempo romântico da realeza, de príncipes e heróis.
 Os Museus Históricos, em datas comemorativas, recebem um número de visitantes que expressam, nesses momentos, maior interesse pela história oficial. Não se muda 500 anos de história. A história que se ensina nas escolas ainda hoje retrata a mesma visão que está representada nos museus. Vemos, portanto, o futuro repetir o passado quando a história oficial de construção da nação e da modernidade é reforçada. É essencial que o museu histórico deixe de ser o sujeito alienante a todo processo social, político, cultural que acontece a sua volta tornado-se o sujeito participativo da comunidade.
E o que continua a atrair o público a visitar estes museus em outras ocasiões? Como estes locais lidam com estas contradições? Suas exposições são raramente modificadas fazendo o discurso muitas vezes se distanciar da história, como explicar que o que está exposto não condiz com o viés histórico. As pessoas nem se questionam ao entrar no museu tamanho é o respeito que este local representa:  posto de guardião de representações e no caso do museu histórico, local onde a história da nação está seguramente guardada.
Após a década de 80 alguns estudiosos vem questionando a distância entre a historicidade e a história oficial apresentada no museu,sacralizada e imutável. Educados com estes ideais, o público nos museus reconhecem este discurso proposto e sem criticar aquilo que vê o repete e o tornando-se  a única verdade.
O reflexo destas ações ainda ecoam nos dias atuais. Como fazer uma crítica se não é dado ao visitante as duas visões da história? Santos (2006) aborda a questão da memória nos museus dizendo o que considera como representatividade intelectual, dialética, mágica e que os Museus memória deveriam então buscar a autenticidade, a alteridade e hierarquização. “Tudo o que um museu retira da vida e guarda entre suas paredes, tal qual os zoológicos ou as bibliotecas, muda de sentido. A história apresentada pelos museus é o refazer da história.” (Santos, 2006 - p.127). O museu que trabalha com o passado não esta  impossibilitado de novas produções e criações culturais.


Capa da Publicação do Museu Histórico

 A cultura autêntica, legítima deu lugar a cultura de movimento, híbrida dentro de um espaço globalizado, dessa maneira houve um distanciamento do individuo em relação ao passado histórico, suas raízes e origens e com isso a falta de referentes de identidades. Como englobar tudo isso num país de proporções continentais e culturas tão diversificadas?
Inovar, para não se tornarem obsoletos, preservando os reais motivos da sua existência. Podemos considerar os museus como um lugar de mudanças e de recursos culturais, capazes de  adaptar-se às formas de ocupação, sem se desviar do viés histórico,  implementando ações tais como uso do espaço para eventos sociais, biblioteca virtual, entretenimento, mantendo sua arquitetura preservada numa infra-estrutura moderna, o acervo, as salas representativas, os pátios, as exposições, entre outros, fazendo com que haja interação entre os museus e a sociedade e fazendo com que a população se veja nesta construção e eleja sempre memórias que possam ser compartilhadas. Ao se pensar o museu histórico temos o dever de apresentar aos diversos públicos as mais diferentes formações para que possamos fazer deste país uma verdadeira pátria.

Palavras-chave: museu  / museu histórico  /  memória  /  nação

Bibliografia:
SANTOS, Myrian Sepulveda dos. A escrita do passado em museus históricos.Rio de Janeiro: Garamond Universitária, 2006. 142 p.

MARX, Karl. O 18 brumário de Louis Bonaparte. Coimbra: Oficinas Gráficas, 1971.161p.














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